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ACASALAMENTOS

 

Poema de Antonio Miranda

Ilustração de Zenilton de Jesus Gayoso Miranda

 

 

 

Nazinha conheceu um militar no bonde

—era bonito e altivo

e ostentava bigodes de bolero—

e casou com véu e grinalda.

Ela falava umas coisas,

ele ouvia outras.

Arrumava a sala todos os dias

e passava cera e escovão no assoalho.

 

Neusa nunca desceu da nuvem

em que pairava sobre a terra.

A face redonda como lua prateada,

falava direto às estrelas.

Adorava sonetos de Fagundes Varela e Olavo Bilac.

Sempre arrumadinha, coque e coquete

esperando algum confete.

Casou com um português

que se dizia fidalgo

e lidava com secos e molhados.

 

Inês era tão recatada

e foi às núpcias com um francês

que era professor da Universidade do Brasil

—ela dedicou-se aos cuidados da casa,

ele às discussões sociológicas e ideológicas de dia

e às farras e fanfarras de noite

nos inferninhos da zona sul.

 

Neves, desaparecida

desde a fuga da lua de fel

de um casamento forçado.

Livre, e entregue à própria sorte.

 

 

Extraído de: MIRANDA, Antonio. Do Azul mais Distante. Brasília: Thesaurus, 2008.

 



 

 

 
 
 
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