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ALBERTO LUIZ BARAÚNA

De
Alberto Luiz Baraúna 
Quarenta quase sonetos e uma
sextantina hexagonal para viola d´amore.
 
Ilustração e capa de Calasans Neto.
Salvador: Edições Macunaima, 1975.
24 p.  ilus   formato irregular   ilus
 

Edição de 300 exemplares.

 

“E entramos no tempo ontológico, parmenídico, que não se esgota jamais.”  ALBERTO LUIZ BARÚNA

 Veja também: >>>POÉTICAS DO DESVIO E DESVARIO:  OS TEMPOS FÁUSTICOS NA LÍRICA DO LUGAR, Ensaio de Dalila Machado sobre Junqueira Freire, Pedro Kilkerry e Alberto Luiz Baraúna, Resenha do livro, por ANTONIO MIRANDA

A seguir alguns fragmentos do longo poema:



 CINCO

 

Abominável forma, soneto ritmado

em catorze flexões abdominável

ave de asas em voo bem parado

se queres tu de mim tornar-me amável

antes o faça assim por tua própria força

que a bulir venha nos tristes ossos

desta bela, velocíssima, fugaz corça

que percute por todos esses nossos

dias de febre fria e interna ventania

a abrir entranhas ao sol posto

do fero bardo que ora já se ia

e a mim não mais virava o rosto

senão que fosse eu a quem ele ria

enquanto andava bem ao seu gosto

 

Musas mosaicas nunca as houve um dia

nem quero eu que agora as haja aqui

antes escorem no reino do que a Lia

Jacó queria dar Raquel que inda ri

de si para comigo digo e contradigo

duelos de arcângelos vejo pelos gestos

sendo de mim mesmo o incerto inimigo

abro as asas para o corpo e o resto

que se dane como queira ser danado

e mesmo que seja por este incesto

de cuja prática oceânica o fado

aos poetas entregou sem muita ira

Adonai, leve Tsebaoth, e este cesto

carrega uma criança, Al ou El, e sua lira.

 

*

 

DEZENOVE

 

Nada mais tântalo, amplo tormento

que tornar poemas estes momentos

vividos em silenciosa e crua escuta

como quem, entre, nas rochas, nas volutas

da concha pequenina o mundo descobrisse

e fossem coisas mil, mil olhos vísseis

vós que me sabeis tão mesmo descuidado

para os ágeis detalhes do ditado

com que me guia alguma divindade

da qual só sei sofrer seu mandamento

e escassos versos trazer à claridade

mas tantos, para mim, que o firmamento

parece ter menor ainda atividade

ou maior, a mim, sou, de quem o filamento ?

 

Eu te amarei ainda que tu morras

em mim o teu cadáver transparente

flutuando nas barras e masmorras

em que se gruda mim, fluorescente

recordo, de instantes intangíveis

subsequentes moléstias em que urro

para ecos em corpos talvez inatingíveis

como ao ar não pode forte murro

revolver em matéria desagregada

ou dança de dados reprováveis

ama-me em mim a tatuagem

do teu destino em formas razoáveis

não formas inclementes da ramagem

verdelúcidas dos frutos acreágeis

 

Página publicada em abril de 2011

 

 

 
 
 
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