| POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS OMAR KAYAN     Omar  Caiam  (Omar Khayyân ) : Nascimento         18 de maio de 1048  Nixapur, antigo Coração, Pérsia. Morte    4 de dezembro de 1131 (83 anos).  Nacionalidade       Persa.    Ocupação Filósofo, matemático, poeta. Magnum  opus: Rubaiyat.   Giate  Aldim Abu Fate Omar ibne Ibraim Caiam de Nixapur (em persa: غیاث الدین ابو الفتح عمر بن ابراهیم خیام نیشاپوری; transl.: Ghiyath al-Din Abu'l-Fath  Umar ibn Ibrahim Al-Nishapuri al-Khayyami; Nixapur, Pérsia, 18 de maio de 1048  — 4 de dezembro de 1131), melhor conhecido como Omar Caiam, foi poeta,  matemático e astrônomo persa dos séculos XI e XII. As numerosas transformações  políticas e etnológicas no mundo islâmico trouxeram altos e baixos para o  desenvolvimento da astronomia e da matemática. Alguns centros desapareceram  enquanto outros floresceram por algum tempo. Por volta do ano 1000. surgiram  novos governantes no norte da Pérsia. Aqui viveu Omar Caiam.   Citações  de Omar Caiam na Morića Han, Sarajevo. Conhecido  no ocidente como poeta e autor do Rubaiyat, (em português, “quadras" ou  "quartetos”), que ficariam famosos a partir da tradução de Edward  Fitzgerald, em 1839. Muitas coisas se contam sobre Omar Caiam, porém de poucas  podemos ter certeza. Sabemos que nasceu em meados do século XI em Nixapur,  capital da província Persa do Coração, onde passou a maior parte de sua vida.  Omar Caiam faleceu em 1131. No  ano de 1074 foi chamado por Malique Xá I para reformar o antigo calendário  persa, que deu um erro de um dia em 5000 anos. A reforma do calendário foi  substituída mais tarde pelo calendário lunar islâmico. Nixapur  suportou guerras e terremotos, e em 1221 foi saqueada pelos mongóis. O túmulo  de Omar Caiam superou todas as calamidades e está conservado até hoje. No  século XVII foi edificada a mesquita do sacerdote Maomé Maruque. Apoiados nela  construíram três arcos, abaixo do arco central se encontra a tumba de Omar  Caiam.   A  filosofia de Omar Khayyām era bastante diferente dos dogmas islâmicos oficiais.  Concordou com a existência de Deus mas se opôs à noção de que cada  acontecimento e fenômeno particular era o resultado de intervenção divina. Em  vez disso ele apoiou a visão que leis da natureza explicam todos fenômenos  particulares da vida observada. De  todos os campos da matemática, a álgebra foi melhor trabalhada pelos árabes. Em  suas mãos chegou a ter um aspecto novo bem distante das origens grega,  babilônica e hindu.   A  obra mais importante de Omar Caiam é precisamente um tratado sobre álgebra em  que explica como resolver todas as equações de segundo e terceiro graus. Ele  desaconselha, no prólogo de seu tratado, a leitura a quem não conheça os  Elementos de Euclides bem como os primeiros livros das Cônicas de Apolônio. No  mesmo texto, ele afirma que não se remeterá a nenhuma outra obra por julgar  indispensável o estudo prévio das obras já citadas. Omar  Caiam escreveu seu tratado de álgebra por volta de 1074. O vestígio mais antigo  da existência dessa obra é um fragmento de uma cópia feita depois de sua morte,  guardado na Biblioteca Nacional de Paris. Felizmente outras cópias foram  conservadas e estão mais completas e também é de uma data mais recente.   Mais em wikipidia...       Extraído de       POESIA  SEMPRE. Revista  semestral de poesia.  ANO 9 – NÚMERO 14. AGOSTO  2001.  Rio de Janeiro: Fundação  Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, Departamento Nacional do Livro,  2001.  222 p. ilus.  col.  Editor  geral  Marco Lucchesi.  ISSN 0104-0626    Ex. bibl. Antonio Miranda.  ( Seção: Poesia Mística )             Rubayat   
                            O vasto mundo: o grão  de areia no espaçoA  ciência dos homens: palavras. Os povos,
 os  animais, as flores dos setes climas: sombras.
 O  profundo resultado da tua meditação: nada.
           *         Com  a tua face como a rosa, com o teu rosto belo,como  o de um ídolo chinês, não sabes
 o  que o teu olhar faz do rei da Babilônia?
 Um  bispo do xadrez, que foge da rainha.
           *         Escuta,  isto ninguém te contou:quando  a primeira alba clareou o mundo,
 Adão  já era uma criatura dolorosa,
 que  pedia a noite, ansiava a morte.
           *         O  vinho é da cor das rosas;talvez  não seja o sangue das uvas, mas das rosas;
 e  o azul desta taça talvez seja o céu cristalizado;
 e  não seria a noite a pálpebra do dia?
                          Trad. Alfredo  Braga       KHEYYAM, Omar. Rubaiyat.  Barcelona, España: Plaza & Janes  Editores, 1969.  125 p.   11 x 18,5 cm.        Capa  dura.     (Excertos. Tradução de  Antonio Miranda:    2 Na  hora em que a alvorada surge pelo Orienteouvimos  na taverna umas vozes que gritam
 “Levantai-vos,  camaradas, enchei-vos as taças,
 pois  já e agita o doce vinho da existência.!”
    37  Entre  impiedade e fé apenas um sopro existe,assim  como também separa um simples sopro,
 dúvidas  e convicções. Gozai o sopro presente,
 que  está a vida inteira no sopro que passa.
    47   Depois  de tantos séculos existem alvoradas e crepúsculose  seguem as estrelas, seu curso prefixado.
 Pisa  suave no barro; os terrões que pises
 foram  talvez os olhos de um belíssimo efebo.
   49Meu  coração perguntou: “Kayan, se tanto sabes,
 ensina-me.” Eu então pronunciei a primeira
 letra do alfabeto. E ele disse: “Já sei, Alif
 e a primeira letra de um nome sem fim.
   86Todos  sabem que nunca sussurrei uma prece
 e que nunca tentei esconder meus defeitos.
 Não sei se existe uma clemência, mas se existe
 sinto-me perdoado, pois sincero sempre eu fui,
   107Neste  aviltado mundo, deves contentar-te
 com poucos amigos.  Não queira que durem
 tuas simpatias. Quando apertes a mão de alguém
 indaga-te  se ele algum dia te golpeará.
   115É  que existe Deus? Existe moral? Por acaso existe algo
 de quanto respeitamos?  Existe apenas uma  vida
 passageira, e a ela devemos exigir
 até o último gozo, até que chegue a Morte.
   132Frequentei  muito o trato de sábios e de doutos
 em minha juventude.  Enormemente admirava
 doutrinas, teorias... Mas as deixar suas aulas
 estava mais confuso do que entrar nelas.
   136Descobrir  quis em vão o Céu e o Inferno
 além da Terra e mesmo do infinito.
 Mas uma voz me disse:   “Nécio! O Céu e o  Inferno,
 até o fim dos séculos, vivem apenas em ti mesmo.”
   171Há  quem medita sobre a religião com prazer.
 Existem outros que vacilam entre Certeza e Dúvida.
 Mas surgirá um arauto de repente, que lhes grite:
 “Estúpidos.”  A senda não é esta nem é  aquela.”
   204Dai-me  vinho. Que o fogo da primavera abrase
 este gélido manto do arrependimento.
 Ao pássaro do tempo apenas resta um breve
 trecho para recorrer. O pássaro se eleva.
   239Imagina  o mundo ordenado pelo teu gosto.
 Suponha que já terminaste de ler a carta,
 que gozaste cem anos em tua imaginação e que podes
 viver cem anos mais do mesmo jeito. E depois?
     
                    
                      | .jpg) |  KHAYYAM,Omar.  Rubáiyát.   Texto inglês de  Fitzgeral. Tradução Jamil Almansur Haddad. Ilustração Marcus de Sant´Anna.  São Paulo: pioneira,  1978.  110 p.   Ex. bibl. Antonio Miranda    O presente livro tem 102 poemas em inglês e em português.  Aqui estamos reproduzindo apenas 4 destes poemas. Mas não estamos reproduzindo  nenhuma das belas ilustrações porque está proibido por lei, pelo editor.  Não conseguimos contato para tentar a autorização legal...                            Página  publicada em junho de 2018; ampliada em fevereiro de 2019; ampliada em setembro de 2020.  
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