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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

MARCIAL

 

Marco Valério Marcial (em latim: Marcus Valerius Martialis; 38-104 d.C., Bílbilis Augusta, atual Calatayud, Espanha - 102, Espanha) foi um epigramatista latino.

Poucas informações são seguras a respeito da sua vida, em virtude de quase não haver testemunhos contemporâneos. Através de sua própria obra, depreende-se que, nascido na Hispânia, Marcial partiu ainda jovem para Roma, onde viveu a maior parte de sua vida. Nesta cidade, manteve relações com intelectuais de renome, tais como Arúncio Estela, Sílio Itálico, Juvenal, Quintiliano e Plínio, o Jovem.

Algumas tradições consideram-no protegido da família de Sêneca no início de sua estada na cidade. Também é notória a sua gravitação ao redor das personagens importantes do governo, em especial o imperador Domiciano, ao qual dedica vários epigramas. Em seus poemas, afirma que obteve favores das pessoas influentes com que se relacionava, tais como o ius trium liberorum e a própria dignidade equestre, ao mesmo tempo em que solicita alguns favores, como a instalação da rede de águas em sua residência. Também estes dados são retirados de sua própria obra, não havendo outras fontes que corroborem essas informações. Sua morte é referida por Plínio, o Jovem.

Obra -

Marcial publicou quinze livros de epigramas, dentre os quais doze são tradicionalmente apenas numerados e três são nomeados:

O Livro dos Espetáculos (Liber Spectaculorum), escrito por volta do ano 80 em comemoração pela inauguração do Coliseu. Supõe-se que uma parte deste livro tenha sido perdida.

Xênia e Apoforeta, publicados entre 84 e 85, duas coleções de dísticos elegíacos destinados a acompanhar presentes e alimentos oferecidos em dezembro, durante as Saturnais.

Sua obra, que chegou quase na totalidade aos nossos dias, influenciou diversos autores, tais como Francisco de Quevedo, Bocage e Gregório de Matos.

Biografia:  /pt.wikipedia.org

 

EPIGRAMA

Se me lembro, Élia, tiveste
De belos dentes a posse:
Numa tosse dois te foram,
Foram-te dois noutra tosse.

Segura, noites e dias,
Podes tossir a fartar;
Podes, que tosse terceira
Já não tem que te levar
.

                            Tradutor:  BOCAGE

 

                  

EPIGRAMA

A minha Júlia querida
Leva uma hora antes que ceda;
Custa a dar-se por batida;
Faz-se de manto de seda;

 

Diz que amor e ovos moles
São em tudo tais e quais:
Que devem tomar-se aos goles,
E cansam sendo demais.

De ovos e amor pouco entendo;
Só sei que odeio a fadiga;
E que amores de remendo
Não valem nem uma figa.

 

                Tradutor: Antonio Feliciano de Castilho

 

 

POESIA – 1º. VolumeSeleção e prefácio de Ary de Mesquita.  Rio de Janeiro: W. M. Jackson Inc., 1952.  392 p.  (Clássicos Jackson, volume XXXVIII) capa dura.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

                EPIGRAMA, LIVRO III, EP. 64

              (Tradução de CASTILHO)

 

 

       Para mimos obter (já te enxerguei o plano):
Meu Clito! Vezes dez, fazes anos por ano.
O teu aniversário aí trazes sempre à balha,
E a festa raro mês te passa pela malha.
Embora a face tua eu veja, meu farsola,
Lisa como o calhau que o mar à praia rola,
Mostres bem a negra e arcada a farta sobrancelha,
Da cor da sasonada amora essa guedelha...
Indo a idade a contar, temo ficar maluco:
Eu provo que és rapaz, tu juras que és caduco.
Tantos dias natais, como conta o impostor,
Não se gabam de ter Príamo nem Nestor,
Toma vergonha enfim! basta de zombaria!
Que és capaz de ajuntar um século num dia!
Vê lá! se, para o ano, a conta se te guinda,
Nas ruas gritarei... que nem nasceste ainda!


 

FRÓES, Heitor P.  Meus poemas dos Outros. Traduções e versões.  Bahia, 1952.  312 p.          Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Epigr. Lib. I. – XXIX

 

I
Fama krefert nostros te, Fidentine, libelos
Non aliter populo quam recitare tuos
.
Si me vis dici, grátis tibi camina mittam:
Si dici tua vis, hoc eme, ne mea sint.

II
Epigr. Lib. I, XXXVIII

Quem recitas meus est, o Fidentine, libelllus:
Sed male cum recitas, incipit esse tuus.

III
Epigr. Lib, I, XCI

Cum tua non edas, carpis mea carmina, Laeli.
Carpere vel noli mostra vele de tua.

IV
Epigr. Lib. II, III

SEXTE, nihil debes, SEXTE, fatemur:
Debet, ebnim, si quis, solvere, SEXTE, potest.

V
Epigr. Lib. II, XIII

Et judex petit et petit patronus:
Solvas, censeo, SEXTE, creditori.

VI
Epigr. Lib. II, XXV

Das nunquam, seper promittis, Galla, reoganti:
Si semper fallis, jam rogo, Galla, nega.


VII
Epigr. Lib. II, LVIII

Pexatus pulchre mea, Zoile, trita.
Sunt haec trita quidem, Zoile, sed mea sunt.

VIII
Epigr. Lib. II, LXXX

Hoste cum fugeret, se Fannius ipse peremit.
Hic, rogo, non furor est, be moriare, mori?


IX
Epigr. Lib. II, LXXXVIII

Nil recitas et vis, Mamerce, poeta videri;
Quidquid vis esto, dummodo nil recites.

X
Epigr. Lib. III, XC

Volt, non volt dare Galla mihis; nec dicere possum,
Quod volt et non volt, quid sibi Galla velit.

XI
Epigr. Lib. IV, XII

Nulli, Thaï negas, sed si te non pudet istud,
Hoc saltem pudeat, Thaï, negare nihil.

XII
Epigr. Lib. IV, XXIV

Omsnes quas habuit, Fabiane, Lycoris amicas
Extulit: uxori fiat amica meae.

XIII
Epigr. Lib. IV, LXXIX

Hospes eras nostri semper, Matho, Tiburtim.
Hoc emis.  Impossui: rus tibi vendo tuum.

XIV
Epigr. Lib. V, XXXIII

Carpere causidicus fertur mea carmina: quis it
Nescio.  Si sciero, vae tibi, causidice.

XV
Epigr. Lib. VI, XXXI

Uxorem Charideme, tuam axis ipse sinisque
A medico futui: vis sine febre mori.

XVI
Epigr. Lib. VI, LI

Quod convivaris sine me tam saepe, Luperce,
Inverni noceam aua ratione tinbi.
Irascor: licet usque voes mittasque rogesque —
"Quid facies?"  inquis faciam? veniam.

XVII
Epigr. Lib. VI, XL VIII

Quod tam grande sophos clamat tibi turba zogata
Non tu, Pomponi, cena diserta tua est.

XVIII
Epigr. Lib. VII, III

Cur non mitto meos tibi, Pontiliane, libelos?
Ne mihi tu mittas, Pontiliane, tuos.

XIX
Epigr. Lib. VII, IX

Cum sexaginta numeret Cascelius annos,
Ingeniosus homo est: quando disertus erit?

XX
Epigr. Lib. VII, XVI

Aera domi non sunt, superest hoc, Regule, solum
Ut tua vendamus munera: numquid emis?

XXI
Epigr. Lib. VII, LXVI

Heredn Fabius Lbienum ex asse reliquit:
Plus meruisse tamen se Labienus ait.

XXII
Epigr. Lib. VII, LXXVII

Exigis ut nostros donem tibi, Tucca, libelos,
Non faciam: num vis vendere, non legere.

XXIII
Epigr. Lib. VII, XCVIII

Omnia Castor, emis: sic fiet ut omnia vendas.

XXIV
Epigr. Lib. III, IX

Versiculos in me narratur scriberae Cinna:
Non scribit, cujus carmina nemo legit.

TEXTO EM PORTUGUÊS

Tradução de Heitor P. Fróes

 

I
ESPÍRITO PRÁTICO

Versos meus tu recitaste,
Por teus fazendo-os passar;
Se tanto deles gostaste
Que lhes fazes a leitura,
É só pedir, criatura,
Que outros mais hei de mandar,
Porém te afirmo, por Deus,
Que se pretendes, FIDENCIO,
Fazê-los passar por teus,
Tens de comprar... meu silêncio!

II
FRACASSO

Versos compostos por mim
Como teus tu declamaste;
Mas, recitados assim
Tão mal, acho-os tão diversos...
Que agora já começaste
A ser dono desses versos!

III
INTIMAÇÃO

Meus versos glosas veemente,
Inda que os teus não publiques,
Pois divulga-os, imprudente...
Ou nunca mais me critiques!

IV
FALTA DE CRÉDITO

Vives, SEXTUS, a dizer
Que não deves a ninguém;
Como pudera dever...
Quem nenhum crédito tem?!

V
DOS MALES O MENOR

Se ao patrono has de pagar
E também ao julgador...
Aconselho-te a saldar
O que deves ao credor!

VI
RECURSO

A todos dizem que sim,
Sem que, entretanto, te entregues;
Se sempre mentes assim...
Prefiro então que me negues!

VII
CONTRASTES

Tu ris de meu velho manto,
Zombando de tanto estrago;
E não te ocorre, entretanto,
Que o teu inda não foi pago!

VIII
ESFORÇO BALDADO

Fugindo de um inimigo
— Mais poderoso ou mais forte —
Suicidou-se; é de crer...
Buscasse o louco um castigo,
Pois foi... pra fugir à morte
Que êle entendeu de morrer!

IX
CONDIÇÃO  SINE QUA

Que te chamem poeta — é o que tu queres,
Mas a ler-nos teus versos não te atreves.
Pois bem, pra mim serás... os que quiseres...
Desde que não recites os que escreves!

X
DUVIDA

Gala às vezes diz que sim;
Outras vezes diz que não!
Ante tanta confusão,
Sem podê-la compreender,
Pergunto de mim para mim:
Que pretende ela...  querer?

XI
MODUS IN REBUS

Entendo perfeitamente,
Dada a tua profissão,
Que tu de teu corpo abuses;
Acho esquisito somente
— E creio estar com razão —
Que a tantos... não recuses!

XII
MÁS INTENÇÕES

As amigas que tivera
Repousam sobre um lousa!
Pudera ela ser, pudera...
Amiga de minha esposa!

XIII
MAU NEGÓCIO

Compraste a casa em que outr´ora
Tantas vezes te alojaste;
Vendendo-a logrei-te agora,
Pois, sendo tua, a compraste!

XIV
VINGANÇA

Sei que meus versos censura
Desconhecido causídico;
Admito que seja intriga,
Mas, sendo o fato verídico,
Vais sofrer pena bem dura...
Advogado de uma figa!

XV
PERIGO DE VIDA

De tua esposa, tens plena ciência,
Teu médico é de há muito o namorado;
E tu, fechando os olhos à evidência,
Arriscas-te ... a morrer a envenenado!

XVI
O INTRUSO

Já que andaste me esquecendo
Nos teus frequentes jantares,
De nada val me chamares:
Vou vingar-me aparecendo.
Mesmo sem me convidares!

XVII
COMIDAS

Ouvindo tanto aplauso e tanto viva
Convém que te deixes enganar:
Não é tua eloqüência que os cativa,
O que tanto os atrai.. é teu jantar!

XVIII
PERMUTA INDESEJÁVEL

Dizes que te não mando os livros meus,
E eu quisera explicar-te francamente
Que te não dou meus livros de presente
Pelo temor... de receber os teus!

XIX
PRECOCIDADE

Cascellius, que já está sexagenário,
Começa a revelar um certo jeito...
Mas por onde há de estar o Calendário
Quando o mesmo chegar a ser perfeito?

XX
QUEBRADEIRA

Completa é minha indigência;
Só me restam... teus presentes;
Vou vende-los, já pressentes,
Porém... dou-te a preferência!

XXI
HERDEIRO INCONTENTADO

Sabendo que Fabio o deixa
Por herdeiro universal,
Labieno inda se queixa...
De que perde... no final!

XXII
ESPÍRITO COMERCIAL

Meus livros queres obter,
Mas conheço-te o mau vezo:
Pretendes, em vez de os ler...
Vendê-los todos a peso!

 

XXIII
DISSIPAÇÃO

Cantor, tu tens a mania
De comprar o que vais vendo:
O resultado é que um dia
Acabas... tudo vendendo!

XXIIV
TEMPO PERDIDO

Contra mim Cinna se atreve
A escrever versos; pra que?
É falso dizer que escreve
Um vate... que ninguém lê!
 

*

Página ampliada e republicada em junho de 2022

 

 

 

 

 

Página publicada em fevereiro de 2019; Página ampliada em agosto de 2020

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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