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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto e biografia:  wikipedia

JOHN DONNE

 

John Mayra Donne (1572 – 31 de março de 1631) foi um poeta jacobita inglês, pregador e o maior representante dos poetas metafísicos da época. Sua obra é notável por seu estilo sensual e realista, incluindo-se sonetos, poesia amorosa, poemas religiosos, traduções do latim, epigramas, elegias, canções, sátiras e sermões. Sua poesia é célebre por sua linguagem vibrante e metáfora engenhosa, especialmente quando comparada à poesia de seus contemporâneos.

Apesar de sua boa educação e seu talento para a poesia, viveu na pobreza por muitos anos, contando demasiadamente com amigos mais ricos. Em 1615, tornou-se um pastor anglicano e, em 1621, foi nomeado decano da St. Paul Cathedral, em Londres. Alguns estudiosos acreditam que as obras literárias de Donne refletem as seguintes tendências: poesia amorosa e sátiras quando era mais jovem e sermões religiosos em sua velhice. Outros estudiosos, tais como Helen Gardner, questiona a validade desta periodização, pois muitos de seus poemas foram publicados postumamente (1633). Exceção feita a Anniversaries, que foi publicado em 1612 e Devotions upon Emergent Occasions, publicado em 1623. Seus sermãos também são datados, algumas vezes de forma específica, informando dia, mês e ano.

 

DONNE, JohnPoesia religiosa. Antologia.  Edição bilíngue. Introdução, seleção, tradução e notas de Marcus De Martini.  Florianópolis, SC: Editora da  UFSC, 2017.  319 p.  14 x 19 cm.  ISBN 978-85-328-0809-7   Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

O que De Martini observou foi que não há atalho para os termos teológicos desses poemas. A poesia amorosa permite certo manejo do tradutor: com mais frequência o tradutor paciente encontrará substitutos em outro estrato do mundo. Mas na poesia religiosa a precisão é fundamental, os conceitos estão fixados. O tradutor, se quiser mostrar a introvisão do poeta, não o fará abolindo os termos - eles devem continuar ali. E aqui chegamos ao desafio do tradutor.

A façanha tradutória de Marcus De Martini surpreende pela observância à letra: ele foi ajudado pelo espaço mais amplo do dodecassílabo, a forma mais elaborada para traduzir a poesia "argumentativa" de Donne.

 

         TEMPLE

With his kinde mother who partakes thy woe,
Joseph
turne backe; see where your child doth sit,
Blowing, yea blowing out those sparks of wit,
Which himselfe on those Doctors did bestow;
The Word but lately could not speake, and loe
It sodenly speakes wonders, whence comes it,
That all which was, and all which should be writ,
A shallow seeming child, should deeply know?
His Godhead was not soule to his manhood,
Nor had time mellowed him to this ripenesse,
But as for one which hath a long taske, 'tis good,
With the Sunne to beginne his businesse,
He in his ages morning thus began
By miracles exceeding power of man.

 

 

         TEMPLO

Com Sua mãe, que partilha teu sofrimento,
Volta, José; e vê onde teu filho irradia,
Sim, irradia chispas da sabedoria,
Que ele mesmo legou aos doutores do templo.

Não falava a Palavra até bem pouco tempo,
E eis que diz assombros, tudo súbito é dito,
Do que foi e inda há de ser escrito,
Teria uma criança tal conhecimento?
Sua alma não era Divina, mas humana,
Nem o tempo lhe dera uma tal madureza,
Mas, como quem uma árdua tarefa conclama,
Melhor é com o Sol começar sua empresa.
Ele assim superou, na aurora da idade,
Por seus milagres, o poder da humanidade.

 

 

CRUCYFYING

By miracles exceeding power of man,
Hee faith in some, envie in some begat,
For, what weake spirits admire, ambitious, hate;
In both affections many to him ran,
But Oh! the worst are most, they will and can,
Alas, and do, unto the immaculate,
Whose creature Fate is, now prescribe a Fate,
Measuring selfe-lifes infinity to'a span,
Nay to an inch. Loe, where condemned hee
Beares his owne crosse, with paine, yet by
and by When it beares him, he must beare more and die.
Now thou art lifted up, draw mee to thee,
And at thy death giving such liberall dole,
Moyst, with one drop of thy blood, my dry soule.

 

 

CRUCIFICAÇÃO

 

Por seus milagres, o poder da humanidade

Superando, gerou a fé e a inveja alheia,

Pois o que agrada ao fraco, o ambicioso odeia;

Vieram-lhe vários, de boa ou má vontade,

Mas os maus mandam, são poder e maldade,

E sim, sendo tantos, ao ser imaculado,

Do Fado criador, já prescrevem um fado,

A menos de um palmo estreitando a eternidade

Da vida, ou nem isso. Vê, onde condenado

Carrega a própria cruz, e, por mais que suporte

A dor, suportará mais até sua morte.

Já foste alçado agora, atraia-me ao teu lado,

Chegada tua morte, em dom que nos assenta,

O teu sangue goteja em minha alma sedenta.

 

 

 

RESURRECTION

 

Moyst with one drop of thy blood, my dry soule

Shall (though she now be in extreme degree

Too stony hard, and yet too fleshly,) bee

Freed by that drop, from being starv'd, hard, or foule,

And life, by this death abled, shall controule

Death, whom thy death slue; nor shall to mee

Feare of first or last death, bring miserie,

If in thy little booke my name thou enroule,

Flesh in that long sleep is not putrified,

But made that there, of which, and for which 'twas;

Nor can by other meanes be glorified.

May then sinnes sleep, and deaths soone from me passe,

That wak't from both, I againe risen may

Salute the last, and everlasting day.

 

 

 

RESSURREIÇÃO

 

O teu sangue goteja em minha alma sedenta,
Pois (mesmo estando tão dura como um rochedo
E ainda tão carnal) essa gota bem cedo
A impedirá de ficar murcha, rija, ou odienta,
E a vida, que esta morte desde já implementa,
Deterá a Morte, morta em tua morte, e ao medo
Da morte prima ou última então eu não cedo,
Se em teu livro o meu nome contiver ementa,
Nesse longo sono, a carne não apodrece,
Mas está pronta pro que sempre foi seu fado,
Nem a glória por outras maneiras conhece.
Que, livre da morte e do sono do pecado,
Possa, de ambos desperto, alçar-me em alegria,
Saudando o derradeiro e sempiterno dia.
 

 

 

 

DONNE, John.  Um livro de horas.  Edição bilíngue.   Seleção, tradução e ilustração de Angela-Lago. Apresentação por Lucia Castello Branco.   São Paulo, Editora Scipione, 2007.  62 p. ilus. col.  ISBN 978-85-262-6767-1   Ex. bibl. Antonio Miranda




 

 

/ Uma linda edição, que merece um lugar especial em sua estante. Disponível em livrarias físicas e digitais./

 

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2018.

 


 

 

 
 
 
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