Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FRANCIS PONGE

 

Francis Jean Gaston Alfred Ponge (Montpellier, 27 de março de 1899 — Paris, 6 de agosto de 1988) foi um poeta francês.

Francis Ponge nasceu no dia 27 de março de 1899, em Montpellier, França. Aos sete anos é iniciado precocemente na música aprendendo a tocar Schumann, entre outros autores clássicos. Desde muito cedo se dedicou ao estudo do Latim e ao significado das palavras, tornando a linguagem, como sua principal preocupação literária ao longo de toda sua obra. Publicou seu primeiro texto, Sonnet, na revista Presqu'île, em 1916. Estudou Direito e Filosofia na Sorbonne não obtendo aprovação na Licenciatura em Filosofia por não conseguir falar no exame oral. Em 1922 se une a Nouvelle Revue Française e aproxima-se dos surrealistas com os quais compartilhava convicções políticas, mas, abandona-os em seguida por não concordar com suas manifestações e freqüentes discussões. Em 1936 torna-se lider sindical dos funcionários da Messageries Hachette e no ano seguinte filia-se ao Partido Comunista Francês e é demitido pela Hachette passando a trabalhar em companhias de seguros. Após ser membro ativo da Resistência Francesa durante a segunda guerra, Ponge assume um posto de chefia no diário Progrès de Lyon onde publica 53 artigos anônimos sob o título Hors Sac. Reconhecido mundialmente por sua obra Le Parti Pris des Choses (1942, geralmente vertida em português como 'O Partido das Coisas'), em que refuta a efusão lírica e a subjetividade descrevendo os objetos cotidianos em uma linguagem aparentemente objetiva e científica. Ponge explora a realidade da língua, que, em sua opinião, dignifica e humaniza todo o ser humano. Em suas descrições um pouco humorísticas, emprega neologismos criados a partir da etimologia das palavras. Esta apreensão do mundo através de vertiginosa profundidade da linguagem foi batizada com o nome de ‘objeu’ e combina as atividades criativas e críticas do escritor.

Francis Ponge morre no dia 6 de agosto de 1988 em Bar-sur-Loup e no mês de setembro a revista Paris consagra-lhe sua página de capa, com uma homenagem de Jacques Chirac, Prefeito de Paris. No dia 20 de setembro é inaugurada a praça Francis-Ponge em Montpellier e no dia 2 de fevereiro do ano seguinte é emitida pelos Correios da França, a série "Poetas franceses do século XX" (Paul Éluard, André Breton, Louis Aragon, Jacques Prévert, René Char), com um selo contendo a efígie de Francis Ponge.

Ponge desenvolveu sua prosa poética em Doce pequeños escritos (1926), Poemas (1948), La Rage de l'expression (1952), La gran recopilación (1961, 3 vols.), El jabón (1967) e Fábrica del Prado (1971). Também escreveu ensaios como Pour un Malherbe (1965) e um livro sobre crítica da arte, Estudios de Pintura (1948). Exerceu grande influência no desenvolvimento da 'literatura objetiva’ dos novelistas da década de 1950.

Fonte da biografia: wikipidea

 

PONGE, Francis. A mimosa. Tradução, introdução e notas de Adalberto Müller.  Brasília, DF: Editora da Universidade de Brasília, 2003.  74 p.  (Poetas do mundo) Editor: Henryk Siewierski. Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Floribonds à tue-tête à décourage-plumes
D’un bosquet jusqu’au cœur remué par la simple
Aproche sous l’azur d’une mémoire d’homme
Narine bée inspirant leurs oracles,
Piaillent, pépiaillent d’or un milliard de poussins

*

Le Mimosa (variantes incorporées)

Odorants à tue-tête à décourage-plumes
Piaillent, ils piaillent d’or les glorieux poussins
l’azur narines bées inspire leurs oracles
Par la muette autorité de sa splendeur

 

Floribonds à tue-tête à démentir leurs plumes
Déplorant le bosquet offusqué jusqu’au cœur
Par la violette austérité de ta splendeur Azur narines bées inspirant leurs oracles

Floribonds odorantes à décourage-plumes
Piaillent, ils piaillent d’or les glorieux poussins

*

Le Mimosa

Floribonds, à tue-tête, à démentir leurs plumes
Déplorant leur bosquet offensé jusqu’au cœur
Par la violente austérité de ta splendeur,
Azur! narines bées inspirant leurs oracles,
Piaillent, ils piaillent d'or les glorieux poussins!

 

***********************************

 

         Floribundos, berrando e pondo em desalento*
         As suas plumas, em um bosquete ao extremo
         Comovido pelas mera a aproximação,
         Sob o azul, de uma memória de homem,
         Narina aberta inspirando os seus oráculos,
         Piam, pipitam oiro um bilhão de pintinhos

         *

         A Mimosa (variantes incorporadas)

         Odorantes berrando e pondo em desalento
         As plumas, piam oiro os gloriosos pintinhos,
         O azul, narinas abertas inspiram seus oráculos
         Pela muda autoridade de seu esplendor,

         Floribundos berrando desmentindo as plumas,
         Deplorando o bosque ofuscado até o imo
         Pela violeta austeridade do esplendor,
         Azul, narinas abertas inspirando oráculos
 
         Floribundos odorantes desalentando
         As plumas, piam oiro os gloriosos pintinhos

         *

         A Mimosa

         Floribundos berando a desmentir as plumas
         Deplorando seu bosque ofendido até o imo
         Pela violenta austeridade do esplendor
         Azul! Narinas abertas inspirando oráculos
         Piam, piam oiro os gloriosos pintinhos!

         *

*Fiz algumas modificações sintáticas e lexicais nessa etapa do texto, para tentar traduzir o verso alexandrino, usado por Ponge, agora, mais sistematicamente.

 

 

IARARANA – revista de arte, crítica e literatura.  Salvador, Bahia. 
No.  2 – 1999.  Ex. bibl. Antonio Miranda


           

L'OEUF

L'oeuf, dont la forme ne doit pas nous faire oublier le contenu,
bon à gober (frais ou pourri selon les goûts*), c'est pourtant
avant tout d'abord (surtout) une forme.
Il tient de la plus parfaite la plus complète forme, la sphère,
encore améliorée pour son événement ou abdication, sa sortie ou sa
fuite. Sphère avec indice de fuite; volume correspondant à
l'ellipse, àl'orbite des planètes, sphère accommodée au mouvement.
Sphère encore perfectionnée (pour sa fuite). Lorsquelle
rencontre une résistance.
Celle qui s'oppose à sa naissance au jour, à son extirpation, son
jaillissement, son exorbitation.
L?effort exorbitant de la poule produit l'oeuf. L'oeuf est um
succès exorbitant de la poule.
Cette forme sort du cul, sphincter élastique.

*

Quelques jours avant Pâques, j'ai produit l'oeuf.
Pas loin du zéro.

 

Les Fleurys, lundi 3 avril 1950.

* Var.: selon les latitudes

 

 

O OVO

Tradução: Adalberto Muller Juniot – Carlos Loria

O ovo, cuja forma não nos deve fazer esquecer do conteûdo, bom de
engolir (fresco ou podre, segundo o gosto*), é, no entanto,
primeiro e antes de tudo (sobretudo) uma forma.
Ele possui da mais perfeita a mais completa forma, a esfera,
melhorada ainda mais para seu advento ou abdicação, sua saída ou
sua fuga. Esfera com indício de fuga; volume correspondente à
elipse, à órbita dos planetas, esfera acomodada ao movimento.
Esfera aperfeiçoada ainda mais (para a fuga). Quando encontra
resistência.
Aquela que se opõe à sua vinda à luz do dia, à extirpação, ao
jorro, à exorbitação.
O esforço exorbitante da galinha produz o ovo. O ovo é um sucesso
exorbitante da galinha.
Essa forma sai do eu, esfïncter elástico.

 

*

Alguns dias antes da Páscoa, produzi um ovo.
Não longe do zero.

 

Les Fleurys, segunda, 3 de abril de 1950 

 

* Var.: de acordo com as latitudes

 

               TEXT EN FRANÇAIS      -      TEXTO EM PORTUGUÊS

 

DIMENSÃO – REVISTA INTERNACIONAL DE POESIA.         ANO XI – No. 21.  Editor Guido Bilharino.    Uberaba, Minas Gerais, Brasil: 1991.  130 p.                     Ex. biblioteca de Antonio Miranda

 

 

                PELAGOS

            
Le desastre se peint à l´aube
               sur le pont du paquebot de secours
               et le visage des hommes
               sur le point de parler.

               La terre, les poches pleines de cailloux,
               à la barre des flots
               proteste de par les cieux
               qu´elle d´ésavoue l´homme.

               Lui, ne voit qu´ecorces, épluchures,
               fragments honteux de masques qui s´incurvent,
               et décide d´avorter la Mémoire
               mère des Muses.

 

 

                                TEXTO EM PORTUGUÊS
                                 
Tradução de Carlos Loria
                                       Salvador / Bahia

 

         PÉLAGO     

       
O desastre se pinta à alba
        no convés do paquete de socorro
        e o rosto dos homens
        a ponto de falar.

        A terra, com os bolsos cheios de pedras
        à orla das ondas
        protesta em nome dos céus
        que renega o homem.

        Ele, vê apenas corchas, cascarias,
        fragmentos vergonhosos de máscaras que encurvam.

 

 

*

Página ampliada e republicada em abril de 2024

 


 

Página publicada em fevereiro de 2018; ampliada em junho de 2019

 

 

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar