Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS


D. H. LAWRENCE

 

 

David Herbert Lawrence ou D. H. Lawrence (Nottingham, 11 de Setembro de 1885 — Vence, 2 de Março de 1930) foi um controverso e prolífico escritor inglês, conhecido pelos seus romances, poemas e livros de viagens. Pertence à escola modernista.

 

A sua obra aborda temas considerados controversos no início do século XX, como a sexualidade e as relações humanas por vezes com características destrutivas e estende-se a praticamente todos os géneros literários, tendo publicado novelas, contos, poemas, peças de teatro, livros de viagens, traduções, livros sobre arte, crítica literária e cartas pessoais.

 

Em conjunto, a obra expõe uma alargada reflexão sobre os efeitos desumanizantes da modernidade e da industrialização. Os temas que Lawrence abordou tornaram a obra importantíssima para a compreensão de uma época influenciada por Freud e por Nietzsche.

 

O Amante de Lady Chatterley foi proibido na época e passou a circular clandestinamente. "O Arco Íris" foi considerado obsceno. E Mulheres Apaixonadas foi recusado pelos editores de Londres, só foi publicado cinco anos depois em Nova Iorque.

 

Além de escritor, Lawrence também era pintor e produziu muitas obras expressionistas.

Fonte: wikipedia

 

 

TEXTS IN ENGLISH   -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

Extraído de

 

POESIA SEMPRE  - Ano 6 – Número 9  - Rio de Janeiro - Março 1998. Fundação BIBLIOTECA NACIONAL – Departamento Nacional do Livro -  Ministério da Cultura.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

The Secret Waters

 

What was lost is found
what was wounded is sound,
The key of life on the bodies of men
unlocks the fountains of peace again.

 

The fountains of peace, the fountains of peace
well softly up for a new increase,
but they bubble under the heavy wall
of this house of life that encloses us all.

 

They bubble under the heavy wall

that was once a house, and is now a prison,

and never a one among us all

knows that the waters have risen.

 

None of us knows, O none of us knows
the welling of peace when it rises and flows
in secret under the sickening wall
of the prison house that encloses us all.

 

And we shall not know, we shall not know
till the secret waters overflow
and loosen the brick and the hard cement
of the walls within which our lives are spent

 

Till the walls begin to loosen and crack,
to gape, and our house is going to wrack
and ruin above us, and the crash of release
is death to us all, in the marshes of peace.

 

 

 

As águas secretas

 

 

Tudo o que se perdeu e achado
tudo o que foi ferido e curado,
a chave da vida nos corpos da gente
abre as fontes da paz novamente.

 

As fontes da paz, as fontes da paz
emanam mansas num aumento capaz
de borbulhar, porem sob a parede pesada
da casa da vida que mantem a gente fechada.

 

Borbulham pois sob a parede em questão
do que antes foi casa e agora e bruta prisão,
sem que nunca um de nós tome consciência
de que as águas subiram na maior veemência.

 

Nenhum de nós sabe, jamais leva em conta
que a nascente da paz jorra e desponta
em segredo por baixo das paredes imundas
da casa-cárcere que a todos circunda.

 

E jamais saberemos que e essa a ordem
até que as secretas aguas transbordem
abalando os tijolos e aquela sólida massa
das paredes nas quais a nossa vida se passa.

 

Até que o abalo das paredes desague
em fendas, brechas, a casa inteira naufrague
sobre nós e o estrondo de libertação que ela faz
seja morte para todos, no aguaceiro da paz.

 

         Tradução de Leonardo Froes

 

 

 

 The Sea, the Sea

 

The sea dissolves so much
and the moon makes away with so much
more than we know —

 

Once the moon comes down

and the sea gets hold of us

cities dissolve like rock-salt

and the sugar melts out of life

iron washes away like an old blood-stain

gold goes out into a green shadow

money makes even no sediment

and only the heart

glitters in salty triumph

over all it has known, that has gone now

into salty nothingness.

 

 

 

O mar, o mar

 

O mar dissolve tanta coisa
           
e a lua leva embora tão mais
           
do que sabemos —

 

Assim que a lua baixa

e o mar se apossa de nós

as cidades se dissolvem como sal-gema

o açúcar funde fora da vida

o ferro some como velha mancha de sangue

o ouro se transmuda em sombra verde

o dinheiro sequer deixa um sedimento:

só o coração

cintila em seu triunfo salino

sobre tudo o que soube e agora foi-se

na salinidade do nada.

 

                        Tradução de Leonardo Fróes

 

POESIA ERÓTICA EM TRADUÇÃO.  Seleção e tradução José Paulo Paes.     São Paulo:  Círculo do Livro:  s. d.    170 p.   capa dura  
16 x 23, 5 cm.                                         
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

BAWDY CAN BE SANE 

Bawddy can be sane and wholesome,
in facto a little bawdy is necessary in every life
to keep it sane and wholesome.

And a little whoring can be sane and wholesome.
In fact a little whoring is necessary in every life

to keep is sane and wholesome.

Even sodomy can be sane and wholesome
granted there is an exchange of genuine feeling.

But get any of them on the brain, and They belcom pernicious:
bawdy on teh brain becomes obscenity, vicious.
Whoring on the brain becomes a mission,
all the lot of them, vice, missions, etc., insanely unhealthy.
 

In the same way, chastity in its hour is sweet and wholesome.
But chastity on the brain is vice, a perversion.
And rigid suppression of all bawdy, whoring or Other such commerce
is a straight way to ravasinga insanity.
The fifth Generation of puritains, When it isn´t obscenity profigate,
is idiot. So yoss´ve got to choose.
 

* 

A INDECÊNCIA PODE SER SAUDÁVEL

A indecência pode ser normal, saudável;
na verdade, um pouco de indecência é necessária em toda vida
para manter normal, saudável.

E um pouco de putaria pode ser normal, saudável.
Na verdade, um pouco de putaria é necessário em toda vida
para manter normal, saudável.

Mesmo a sodomia pode ser normal, saudável,
desde que haja troca de sentimento verdadeiro.

Mas se alguma delas for para o cérebro, aí se torna perniciosa:
a indecência no cérebro se torna obscena, viciosa,
a putaria no cérebro se torna sifilítica
e a sodomia no cérebro se torna uma missão,
tudo, um vício, missão, insanamente mórbido.

Do mesmo modo, a castidade na hora própria é normal e bonita,
Mas a castidade no cérebro é vício, perversão.
E a rígida supressão de toda e qualquer indecência, putaria e relações
assim leva direto a furiosa insanidade.
É a quinta geração de puritanos, se não for obscenamente depravada.
é idiota.  Por isso, você tem de escolher.


*
[ Poesia erótica ]

 

REVISTA DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL.  No. 8jan./jun. 2022. Editor: Flavio R. Kothe. Brasília, DF: Editora Cajuína,  2023. 160 p. ISSN 2674-8495

 

 

 SERPENTE


 
Uma serpente apareceu na minha cacimba
 Em um dia quente, quente, e eu de pijama por causa do calor
 Tinha ido lá beber.

 Na sombra funda, de estranho aroma, da grande figura negra
 Desci os degraus em minha jarra
 E tive de esperar, parar e esperar, pois lá estava ela na cacimba
 diante de mim.

 Desce de uma fissura na parede da terra em penumbra
 E vai deslizando seu ventre solto, amarelo e marrom, sobre o limiar
 da pedra
 E descansa seu ventre sobre o fundo de pedra
 E onde a água gotejava da torneira, numa pequena clareira,
 Ela sorve com a boca aberta,
 Drenando suavemente, através das gengivas abertas, para dentro do
 seu longo corpo relaxado,
 Silenciosamente.

 Havia alguém antes de mim na minha cacimba,
 E eu, como quem chega depois, na espera.
 Ela ergueu a cabeça do seu bebedouro, como faz o gado,
 E olhou vagamente para mim, como faz o gado que bebe,
 E a língua bifurcada surgiu súbita de seus lábios, e por um momento
 ela divagou.
 Parando e bebendo mais um pouco,

Ente marrom da terra, dourado da terra, das entranhas ardentes da

                                                                                         [terra
Num dia do julho siciliano, com a Etna a fumegar.

A voz da minha formação disse a mim:
Ela tem de ser morta,
Pois na Sicília as pretas, negras serpentes são inocentes, as douradas
venenosas.

E vozes em mim diziam: se tu fosses mesmo homem,
Pegarias um pau e irias quebrá-lo nela, acabando com ela.
Mas, devo confessar o quanto gostei dela,
Feliz esta eu que ela tivesse vindo, feito hóspede quieta, para
beber na minha cacimba
E partindo em paz, apaziguada e sem agradecimentos
Para dentro das entranhas ardentes dessa terra?

Foi covardia não ter ousado matá-la?
Foi perverso querer conversar com ela?
Foi humildade me sentir tão honrado?
Eu me senti tão honrado.

E, no entanto, as tais vozes:
Se não tivesse medo, terias matado!
E na verdade eu estava com medo, estava com muito medo,
Mas, mesmo assim, mais ainda honrado
Por ela ter buscado minha hospitalidade
Vinda da porta escura da terra secreta.

Ela bebeu bastante
E ergueu a cabeça, sonhadoramente, como quem se embriagou,
Fustigando rápida a língua feito uma noite bifurcada no ar, tão negra;
Parecia lamber os beiços,
Olhando ao redor feito uma deusa, sem ver, ar adentro,
E com vagar movia a cabeça
E devagar, muito vagarosamente, como se fora um triplo sonho,
Passou a pintar seu vagaroso comprimento curvo,
Subindo outra vez a parede rachada do meu muro.

E, ao colocar a cabeça para dentro daquele buraco ameaçador,
Devagarinho se içava, facilitando seus ombros feito serpente e en-
trando mais avante,
Uma espécie de horror, uma espécie de protesto contra sua retirada
para dentro daquele horrível buraco negro,
Deliberadamente entrando na escuridão e devagar se arrastando
                                                                                     atrás,
Chocou-me então que ela dera as costas.

Olhei ao redor, coloquei o cântaro no chão,
Catei uma acha pesada
E a joguei com ruído para lá da cacimba.
Creio que não a atingi,
Mas de repente aquela parte que estava fora convulsionou, em pressa
nada digna,
Retorcendo-se feito um clarão, e se foi
Para dentro do buraco escuro, na fissura labial da parede murada,
Ficando eu a olhar fascinado no intenso daquele dia.

E de imediato lamentei isso.
Pensei que ato poltrão, quão vulgar, tão baixo!
Desprezei a mim mesmo e às vozes da minha desvairada educação
humano.
E eu pensei no albatroz,
E desejei que ela voltasse, minha serpente.

Pois ela me pareceu de novo como uma rainha,
Uma rainha no exílio, sem coroa, no mundo subterrânea.
Pronta para ser novamente coroada.

E assim perdi a minha chance com uma das nobrezas
Da vida.
E eu tenho algo a expiar:
Uma baixaria.

*

VEJA e LEIA  outros poetas do mundo em nosso Porta;
 

http://www.antoniomiranda.com.br/poesiamundialportugues/poesiamundialportugues.html

 

Página publicada em maio de 2022


 

 

Página publicada em janeiro de 2018

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar