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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

CESARE PAVESE

 

Cesare Pavese (Santo Stefano Belbo, 9 de setembro de 1908 — Turim, 26 de agosto de 1950) foi um escritor e poeta italiano.

Combatente antifascista, o que lhe rendeu três anos de prisão no sul da Itália. Nessa época, iniciou o seu diário "O Ofício de Viver", título original "Il Mestiere di Vivere", uma autocritica revelada em reflexões sobre a sua arte, seus processos criativos e sobre o sentido da existência.  Fonte: wikipedia

 

Extraído de 

POESIA SEMPRE.  Revista Semestral de Poesia..   Ano 3 – Número 6 – Fevereiro  1995.           Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional / Ministério da Cultura – Departamento Nacional do Livro.   ISSN 0104-0626 Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Lavorare stanca

Traversare una strada per scappare di casa
Lo fa solo un ragazzo, ma quest'uomo che gira
Tutto il giorno le strade, non è più un ragazzo
E non scappa di casa.

                                      Ci sono d'estate
Pomeriggi che fino le piazze son vuote, distese
Sotto il sole che sta per calare, e quest'uomo, che giunge
Per un viale d'inutili piante, si ferma.
Val la pena esser solo, per essere sempre più solo?
Solamente girarle, le piazze e le strade
Sono vuote. Bisogna fennare una donna
E parlarle e deciderla a vivere insieme.
Altrimenti, uno parla da solo. È per questo che a volte
C'è lo sbronzo notturno che attacca discorsi
E racconta i progetti di tutta la vita.

Non è certo attendendo nella piazza deserta
Che s'incontra qualcuno, ma chi gira le strad
Si sofferma ogni tanto. Se fossero in due,
Anche andando per strada, la casa sarebbe
Dove c'è quella donna e varrebbe la pena.
Nella notte la piazza ritorna deserta
E quest'uomo, che passa, non vede le case
Tra le inutili luci, non leva più gli occhi
 Sente solo il selciato, che han fatto altri uomini
Dalle mani indurite, come sono le sue.
Non è giusto restare sulla piazza deserta,
Ci sarà certamente quella donna per strada
Che, pregata, vorrebbe dar mano alla casa.

 

 

Trabalhar cansa

 

Atravessar uma rua para fugir de casa
Só um menino faz isso, mas este homem que anda
O dia inteiro pelas ruas não é mais um menino
E não está fugindo de casa.

 

Há tardes no verão em que até as praças estão vazias, oferecidas

Ao sol que está se pondo, e este homem que avança

Por uma avenida de árvores inúteis, se detém.

Vale a pena estar só, para sempre ficar mais só?

Por mais que se ande de um lado para outro, as praças e as ruas

Estão vazias. É preciso parar uma mulher

E lhe falar e convencê-la a viver juntos.

De outra forma, a gente começa a falar sozinho.

É por isso que às vezes

Surge um bêbado noturno que te aborda com discursos
E te conta os projetos de uma vida inteira.

 

Não é certamente esperando na praça deserta

Que se encontra alguém, mas quem anda pelas ruas

Se detém de vez em quando. Se fossem dois,

Mesmo andando pelas ruas, o lar estaria

Onde estivesse aquela mulher e valeria a pena.

De noite a praça volta a ser deserta

E este homem que passa não vê as casas

Entre as luzes inúteis, já não levanta mais os olhos:

Ele sente apenas o pavimento que fizeram outros homens

Com mãos calejadas como as suas.

Não é justo ficar na praça deserta.

Haverá certamente aquela mulher na rua

         Que, se lhe fosse pedido, gostaria de dar uma mão na casa.

 

                       

Tradução de Rubens Ricupero

 

 

 

Verrà la morte

Verra la morte e avrà i tuoi occhi
Questa morte che ci accompagna
Dal mattino alla sera, insonne,
Sorda, come un vecchio remorso
O un vizio assurdo. I tuoi occhi
Saranno una vana parola,
Un grido taciuto, un silenzio.
Così li vedi ogni mattina
Quando su te sola ti pieghi
Nello specchio. O cara speranza,
Quel giorno sapremo anche noi
Che sei la vita e sei il nulla.

Per tutti la morte ha uno sguardo.
Verrà la morte, e avrà i tuoi occhi.
Sarà come smettere un vizio,
Come vedere nello specchio
 Riemergere un viso morto.
Come ascoltare un labbro chiuso, S
cenderemo nel gorgo muti.

 

 

Vira a morte

Virá morte e terá os teus olhos.
 Està morte que nos acompanha
Da manhã até a noite, insone,
Surda, corno um velho remorso
Ou um vício absurdo. Os teus olhos
Serão urna palavra vã,
Um grito calado, um silêncio.
 Assim os vês cada manhã
Quando só sobre ti te inclinas
No espelho. Ó cara esperança,
Naquele dia também saberemos
Que és a vida e és o nada.

Para todos tem a morte um olhar.
Vira a morte e terá os teus olhos.
Será como deixar um vício,
Como contemplar no espelho
Reemergir um rosto morto,
Como ouvir um lábio cerrado,
Desceremos à gorja m
udos.

 

 

PÁGINA ABERTA -  REVISTA DE LITERATURA, ARTES E CIÊNCIAS.  2 / 2011          Diretor: Arnaldo Paiva – Editor: Rosalvo Acioli Júnior.  Maceió, Alagoas: 2011          Ex. bibl. Antonio Miranda

 

       [ Tradução de Rosalvo Aciolii Junior: ]

 

        A casa

      
O homem sozinho escuta a voz calma
       com os olhos entreaberto, quase um hálito
       que lhe roça a face, um sopro amigo
       que retomasse, maravilhado, os tempos idos.

       O homem sozinho escuta a voz antiga
       que os seus pais, nos tempos, tinham escutado,
       clara e reunida, uma voz que como o verde
       dos pântanos e das colinas encobrisse o anoitecer.

       O homem sozinho conhece uma voz de sombra,
       acariciante, que distingue nos tons calmos
       de uma fonte secreta: a bebe absorto,
       olhos fechados, e não parece tê-la ao seu lado.

       É a voz que um dia parou o pai
       de seu pai, e todos os de sangue morto.
       Uma voz de mulher que ecoa secreta
       além da porta de casa, ao cair da noite.

 

Nota: La casa, de setembro de 1940, não inserido no livro Lavorare Stanca,
integrava um conjunto de poemas inéditos encontrados entre as cartas do
poeta após a sua morte.  De Verrà la morte e avrà i tusoi occhi, Giulio Einad Editore, Torino: 1951.

 

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Página ampliada e republicada em janeiro de 2023

 

Página publicada em dezembro de 2017

 

 

 


 

 

 
 
 
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