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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


FERNANDO PY

FERNANDO PY

Fernando Antônio Py de Mello e Silva n. a Rio de Janeiro, il 13 giugno 1935. Poeta, saggista, crítico letterario e traduttore (Proust, Wells, Bellow, etc.). Laureato in Giurisprudenza.

EN ITALIANO    /  EM PORTUGUÊS

Ulisse

       a Aldney Peixoto

Sto sempre tornando a casa.
Ogni idea vissuta ogni gesto
è un viaggio che faccio di ritorno.
Dentro di me ci sono distanze sufficienti
per assenze enormi, nei cammini
che percorro senza sentirmi me stesso.
Ritorno ora, ieri, qui, cosi,
in modo singolare, impreparato.

A tal punto mi assento ritornando
che sono come um Ulisse che naviga
nelle acque febbrili di un maré senza nome.

Forse un giorno tornerò per sempre
e le distanze forse scompariranno.
Allora il mio pensiero sarà morto.


Rotore


       (alla memória di Osman Lins)

 

fuggendo dal fuoco, dal mare, cerco l´isola
visione mediterranea cui mi aggrappo
nuotando in acque ostili alla spiaggia assente
supero le onde sferze di spuma
sento che le membra, rigide, intumidiscono
sulle rocce della risacca ferisco la carne
vedo il mio piede sulla rena, orma lieve,
rimugino la solitudine e la disperazione
dalla furia del nativi mi proteggo
una sassata rapida mi colpisce
traccia di sangue e luce che m´impaurisce
a terra, isolato, cerco il fuoco e il mare
e al centro del tempo mi rimetto:
a terra, isolato, cerco il fuoco e il mare
traccia di sangue e luce che m´impaurisce
una sassata rápida mi proteggo
rimugino la solitudine e la disperazione
vedo il mio piede sulla rena, orma lieve,
sulle rocce della risacca ferisco  la carne
sento che le membra, rigide, intumidiscono
supero le onde sferze di spuma
nuotando in acque ositli alla spiaggia assente
visione mediterrânea cui mi aggrappo
fuggendo dal fuoco, dal mare, cerco l´isola


Animali

Explode il torso nitido
della tigre.
Imbratta il bue la bava
di sangue.
Squilbra la vacca il vírus
e il cimurro.
Risuona il brontolio aspro
dell´orso.
Ribatte lo zoccolo lo spasmo
del cavallo.
Vola e vibra la malizia
del cervo.
Convergono spaventose le corna
del toro.
Si tinge di scuro il mantello
del montone.
Penetra pe la fessura la lingua
del cobra.
Servile e nobile  la coda gioca
del cane.
Impavido lo sguarado e forte la zampa
del leone.
Egoista e molle l´indiferenza
del gatto.
Versi e smorfie esibisce
la scimmia.
Adormano orgoglio e orgasmo le viscere e l´odio
dell´uomo.


Il vicolo

       a Carlos Drummond de Andrade


Che succede in que vicolo
dove non sono mai stato?
Intravedo il muro di passaggio:
ombre, macchie, tracce
d´esistenza.

Chi lo abita, se è che l´abita
qualcuno, se è che il vicolo
existe come esistono
esseri e cose che vedo?

Che sparge in questo angolo dell´universo
il segnale di vita, il marchio indelebile
della materia organizzata?

Cosa esiste oltre quanto
io possa vedere? Chi gioca
a nascondino quando rimembro
il muro imbiancato, la via dimenticata?

Quel  che non vedo, presento:
esiste próprio o è estinto
per me, ignorato
como quel vicolo dove non sono mai andato?


Discanto

       a Paulo Bonfim


Che canto s´intona nella mia silaba
fonema interrotto, ritornello balbuziente
che attorno a me svolazza como lusinga
d´api il cui miele già si preliba
in nube innamorata del mio sogno
che vivo ed elargisco ai miei clienti
d´amore e d´avventura si carenti
come la sonata vergine che compongo
dove più erma e appartata è la foresta
di metallo di cemento e gás grisou
e ritorna al mio canto come te,
parola senza senso che mi resta
e mi splora e mi suffoca e mi ammutolisce
e alla fine è il sonetto che mi tesse.


Il verbo

Il verbo
peesiste
all´alba del tempo

il verbo
completa il mondo
nei suoi numeri

il verbo
nello spazio della frase
coniuga
il suo aspetto múltiplo

il verbo
si fa carne
nel fingimento
della parola

il verbo
si refforza
con gli innesti
della voce

il verbo
a tica si conquista
— è árduo
domarlo

il verbo
si fa verbo.


Lo schizofrenico

Nel suo delirio va compendo i gesti
innanzi alla platea inesistente;
lui stesso à la platea, ma non sente
dello spettacolo altro che i poveri resti

che la memória gli accende nell smorfie
della fisionomia alterata.
Nel suo delirio il parlare, senza risposta,
si resolve in grugniti singolari,

in un discorso abritrario di fonemi
ridotti alla semplice espressione
di suonssi primevi che da sempre stanno
rivelando carenze, e le estreme

rovine del suo cervello a pezzi.
I gesti si moltiplicano a catena
e la platea tace, lasse le membra.


EM PORTUGUÊS


Ulisses

Estou sempre voltando para casa.
Cada idéia vivida cada gesto
é uma viagem que faço de regresso.
Dentro de mim há distâncias suficientes
para ausências enormes, nos caminhos
que percorro sem me sentir eu mesmo.
Retorno agora, ontem, aqui, assim,
de modo singular, desprevenido.

A tal ponto me ausento regressando
que sou como um Ulisses navegando
pelas águas febris de um mar sem nome.

Talvez um dia eu volte para sempre
e as distâncias talvez desapareçam.
Então meu pensamento estará morto.


Rotor

    (à memória de Osman Lins)

fugindo ao fogo, ao mar, procuro a ilha
visão mediterrânea a que me apego
nadando em água hostil à praia ausente
transponho as ondas látegos de espuma
sinto que os membros, rijos, intumescem
nas rochas da ressaca firo a carne
vejo-me o pé na areia, rastro leve,
rumino a solidão e o desespero
da fúria dos nativos me protejo
uma pedrada rápida me alcança
rastro de sangue e luz que me apavora
em terra, ilhado, busco o fogo e o mar
e no centro do tempo me restauro:
em terra, ilhado, busco o fogo e o mar
uma pedrada rápida me alcança
da fúria dos nativos me protejo
rumino a solidão e o desespero
vejo-me o pé na areia, rastro leve,
nas rochas da ressaca firo a carne
sinto que os membros, rijos, intumescem
transpondo as ondas látegos de espuma
nadando em água hostil à praia ausente
visão mediterrânea a que me apego
fugindo ao fogo, ao mar, procuro a ilha.

 

Bichos

Explode o torso nítido
do tigre.
Babuja o boi a baba
em sangue.
Retouça a vaca o vírus
e a gosma.
Regouga o grujo áspero
do urso.
Rebate o casco o espasmo
do cavalo.
Voa e vibra a malícia
do veado.
Cruzam de espanto as aspas
do touro.
Tinge-se de escuro a capa
do carneiro.
Penetra pela fresta a língua
da cobra.
Sabujo e nobre o rabo
do cão.
Impávido o olhar e densa a pata
do leão.
Egoísta e mole a indiferença
do gato.
Mumunhas e micagens malabariza
o macaco.
Ornam orgulho e orgasmo as vísceras e o ódio
do homem.


O beco

        a Carlos Drummond de Andrade

Que se passa naquele beco
onde nunca estive?
Vislumbro o muro de passagem:
sombras, manchas, rastros
de existência.

Quem o habita, se é que o habita
alguém, se é que o beco
existe como existem
seres e coisas que vejo?

Quem derrama nesse recanto do universo
o sinal de vida, a marca indelével
da matéria organizada?

O que existe fora do meu
alcance de vista? Quem brinca
de esconder quando relembro
o  muro caiado, a rua esquecida?

O que não vejo, pressinto:
existe mesmo ou é extinto
para mim, ignorado
como esse beco aonde nunca fui?


Descarte

          a Paulo Bonfim

Que canto se descanta em minha sílaba
fonema interrompido, mote gago
que em torno a mim adeja qual afago
de abelhas cujo mel já se preliba
em nuvem namorada do meu sonho
que vivo e distribuo aos meus clientes
de amor e de aventura tão carentes
como a sonata virgem que componho
no mais ermo e longínquo da floresta
de metal de cimento e gás grisu
e retorna a meu canto como tu,
palavra sem sentido que me resta
e me explora e me abafa e me emudece
e afinal é o soneto que me tece.


O verbo

o verbo
preexiste
às areias do tempo

o verbo
perfaz o mundo
em seus números

o verbo
no espaço da frase
conjuga
seu traço múltiplo

o verbo
molda-se em carne
no disfarce
da palavra

o verbo
se apessoa
aos enxertos
da voz

O verbo
mal se conquista
— a doma
é acerba

o verbo
se averba.


O esquizofrênico

No seu delírio vai compondo os gestos
diante da platéia inexistente;
ele próprio é a platéia, mas não sente
do espetáculo mais que os pobres restos

que a memória lhe acende nos esgares
da fisionomia decomposta.
No seu delírio a fala, sem reposta,
se resolve em grunhidos singulares,

num discurso arbitrário de fonemas
reduzidos à simples expressão
de sons primevos que de sempre estão
revelando carências, e as extremas

ruínas de seu cérebro em pedaços.
Os gestos multiplicam-se em algemas
e a platéia se cala, membros lassos.

 

Página publicada em dezembro de 2008




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