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Antonio Miranda em Arte Fotográfica de Juvenildo B. Moreira



POESIA NO PORTA-RETRATOS


Poema de Antonio Miranda
 

Para Anderson Braga Horta

 

 

I

Sempre

quase sempre

(nem sempre...)

eu me vejo ridículo

escrevendo poemas.

Mais ridículo ainda

lendo-os, relendo-os

infinitamente.

 

A poesia tornou-se um exercício

maneirista, narcisista, preciosista

masoquista e, para quebrar a rima

um precipício

um verdadeiro estropício

um hospício a céu aberto.

 

Uma espécie de auto-flagelação

ou de endeusamento

sem qualquer encantamento

ou absolvição: a negação da negação.


II

Ferreira Gullar, por exemplo

colocou o poema no liquidificador

na sua Luta Corporal.

 

Tristan Tzara, o dadaísta

usou a tesoura porque não havia

a máquina picotadora

e saiu fazendo colagem de letras

em arquiteturas indecifráveis.

 

Mallarmé lançou seus dados ao azar

E. E. Cummings construiu edifícios verbais

e Sousândrade violentou a gramática

enquanto Bilac cinzelava versos

e J. G. de Araújo Jorge acaramelava

os amores imaginários.

Antes, Bécquer elevava-os em seu andores.

 

Mais perto de nós, Nikolas von Behr

ventríloquo pelo umbigo

faz discurso libertário

rebeldia em verso livre, e de livro.

 

Tem ainda a iconoclastia de Leminsky

a hipocondria de Manuel Bandeira

e a eclésia dos irmão Campos

com o concretista Pignatari

na tradição do novo

na renovação.

 

Tradição do novo é conceito sartreano.

Bem podia ser pernambucano!


III

Eu me reconheço

medíocre

e apelo para as musas difuntas

ou aposentadas.

A poesia é um caminho viciado

ou é inovação e criação

(nunca inspiração)

e o poeta queima as próprias roupas

incinera as vãs convicções, crenças

deserta do mundo e suas ideologias

e destrói a própria torre de marfim

seu último refúgio.

 

E não sabe o que fazer

com a própria liberdade.

 


 

 

 
 
 
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