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MOCHILEIRO NO TEMPO



Poema de
Antonio Miranda

Ilustração de José Campos Biscardi

“resta-me, só, a ironia/ da poesia.”
CASSIANO RICARDO

 

 

I
Enxergo este país inteiro
no espaço-tempo da reminiscência
saindo do meu tinteiro.

Imagens em camadas
em sua decomposição
do Amapá ao Chuí
por onde andei, mochileiro.

Não sei se vi
não sei li ou ouvi
sei apenas que vivi
um tempo em transformação.

(Acho que foi no livro de geografia
do Aroldo de Azevedo
que eu descobri o Brasil.)


II
Tomei um Ita no norte
e nunca mais parei
- andei de barco e navio
na boléia de caminhão.

Andei olhando pra frente
que logo virava atrás:
atrás é pois um tempo
e não mais um lugar...

Vi que as coisas mudavam
mas quem mudava era eu:
mudava de cidade, de país
de idéias e tudo o mais.

E jamais eu entendia
o Brasil que então eu via:
não sei se ia ou ficava.

 

 

III
Andei cismado indagando
coisas tais e absurdas:
buritis na caatinga
eu nunca via, jamais

araucárias no Pantanal
bananeiras nos rochedos
cajus em plantas rasteiras
e inhames parasitas.

Vi hordas humanas vagando
saindo de trens suburbanos
movendo desejos e enganos
dormitando nas calçadas.

Era um país em movimento
(eu, mochileiro, nas estradas)
mas sem sair do lugar.

 

 

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 Chácara Irecê, 2 abril 20 05

 

 


 

 

 
 
 
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