Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

PRADO SAMPAIO

 

Joaquim do Prado Sampaio Leite (1865/1932) era bacharel em direito e viveu sua maturidade intelectual no período áureo de um movimento intelectual renovador, a Escola do Recife (Cf. Paim, 1981, p. 111-134). Titulou-se em 1889. Atuou como promotor público, juiz de direito, secretário de polícia e advogado. Fez-se reconhecer por sua produção poética e filosófica, deixando, nas páginas dos periódicos locais, algumas das mais contundentes marcas do jeito de demonstrar a identidade sergipana, de rememorar os homens famosos do Estado, de pensar e de produzir ciência. (Cf. Guaraná, 1924; Freitas, 1998; 2000).
Fonte da biografia: http://itamarfo.blogspot.com/

 

               

                        

Prado Sampaio, como ficou mais conhecido, foi um intelectual típico de seu tempo. Escritor pródigo, destilou seu virtuoso talento sobre diversos ramos do conhecimento humano, enquadrando-se perfeitamente no conceito de polígrafo. Escreveu nas áreas da história, da geografia, da filosofia, da antropologia, das letras (prosa, verso e crítica) e do direito, para citarmos apenas alguns destes ramos. Nascido em Aracaju, em 03 de junho de 1865, teve como genitores o farmacêutico Joaquim do Prado de Araújo Leite e D. Lydia Carolina Alves Sampaio. Seus estudos de primeiras letras foram feitos em sua cidade natal, nas aulas dos professores Cipriano José Pinheiro e Manoel Alves Machado. Já o curso secundário foi realizado no Atheneu Sergipense3 . Terminados os estudos secundários, Prado Sampaio seguiu para o Recife, no ano de 1884, onde matriculou-se na famosa Faculdade de Direito da capital pernambucana. Ali tomou contato com o movimento que ficou conhecido como um “surto de ideias novas”. O título de bacharel viria a ser obtido em 1891.

NELSON SANTANA SANTOS
Fonte: https://seer.ufs.br/

 

 

 

 

PEDIDO

 

 

           É noite bela, ao delirar do espaço
A lua linda já prateia os céus,
Brancas cortinas pela imensidade
Oh! tu sorrias bem dizendo a Deus...

 

          E tudo é lindo! a natureza a virgem
Chora tristonha, como chora o mar,
O infinito com milhões de estrelas
Não tem os raios desse teu olhar

 

          E pensativo nesta hora triste
Além fitando o espelhar das águas
Digo tristonho, qual sublime louco,
Meu Deus, é virgem, dispensai-lhe as mágoas!


Depois, risonho na vertigem douda
Mirou-me triste neste teu olhar.
Deixa que eu beba sequioso a taça
Oh! dá-me a vida, p´ra poder te amar.

 

                                            (De Luz matinal, 1882))

                  

 

 

A  N A T U R E ZA

 

Quem sabe? A natureza é louca amante,
Tem mistério, na vida embriagada;
Quem sabe? Na sua alma sublimada
Talvez algum segredo imenso há...
Esses toques de luz com que se adorna,
Esses trajos de luz que tanto areia,
Não denotam também uma alma cheia
Que tem sede de encantos, não será?
Sílvio Romero

 

 

É um quadro de vida enorme e majestoso,
Que o homem presencia à tona da amplidão...
Tem no seio o veneno enorme da descrença,
Se a face de granito envolve em convulsão!
Tem no riso de luz a chama das ideias,
Cometas desse mundo imenso, interior
Que irrompe majestoso em céu do pensamento,
Dando ao homem esperança, à vida mais amor!

 

És um quadro estupendo — enorme imensidade,
Se a sombra pavorosa a face vem cobrir;
Não tendo essa grandeza ao brilho dessas luzes,
— Pareces um gigante em sonhos a dormir!
Ou cadáver já frio envolto na mortalha
Brumosa do infinito - em pélago de horror;
A face que se estorce em mar de desesperos
É retrato de uma alma em face do estertor.

 

É um quadro gigante, enorme e majestoso...
Vem rompendo a manhã nas brumas do oriente,
Se esconde ante seu noivo a lua pelo espaço,
As flores no vergel palpitam lentamente!...
E a manhã desabrocha... aos risos da alma humana,
Canta esta sua luta... amigo secular!...
A crença do passado em ânsia no presente,
Caída emurchecida ao verbo - caminhar!...

 

E a manhã desabrocha... enorme e debochada,
Pedindo ao homem réu mil beijos de esperança;
Tem as faces de luz... os seios são de flores...

—Aurora deslumbrante em lábios de criança!
E marcha sempre altiva em frente do universo,
Derrama sobre a terra a paz do coração;
O noivo pelo braço... em risos de ventura,
Lhe segue os passos seus, depois... a escuridão!...

 

Assim o ser humano em luta pela vida

A face contraindo um dia soluçou;

A ideia - águia gigante em voltas no infinito

No cimo do Calvário ali também chorou!...

Assim a humanidade em frente à tirania,

Com a espada deslumbrante em nome do porvir,

Disse ao sol pelo céu: — Cantai, que eu vos aplaudo!

- E a glória desgrenhada além pôs-se a sorrir!

 

 

De Lucubrações (1884)

 

 

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar