Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



JOÃO RIBEIRO

(1860-1934)

 

 

João batista Ribeiro de Andrade Fernandes, jornalista, crítico, filólogo, historiador, pintor, tradutor, nasceu em Laranjeiras, província de Sergipe e faleceu no Rio de janeiro, onde fez carreira depois de cursar Medicina, sem concluir o curso, na Bahia. Por concurso público, trabalhou na Biblioteca Nacional e depois no renomado Colégio Pedro II, na cadeira de Português. Estudioso de filologia, o que o levou a ter um papel decisivo nas reformas da própria língua nacional. Chegou a fazer estudos de pintura na Europa e a expor seus quadros mas foi no jornalismo e na literatura onde recebeu o reconhecimento por sua contribuição. Foi membro da Academia Brasileira de Letras.

 

Obra poética: Tenebrosa lux (1881), Dias de sol (1884), Avena e cítara (1885) e Versos (1885).

 

 

MUSEON

 

II

 

Helés, a formosíssima das gregas,

Róseo trecho de mármor sob escombros

Dum Panteon que as divindades cegas

Soterraram depois de tê-lo aos ombros,

 

Helés, um dia, sobre a praia chegas ...

Inclinam-se extensíssimos os combros

E o vento alarga em frêmitos de assombros

Da túnica do mar as verdes pregas.

 

E tu reinas, tu só! Debalde, vagas

Sobre outras vagas se atropelam, correm,

Uma por uma, indiferente esmagas:

 

Como as paixões na tua vida ocorrem,

Uma e mais outra, nas desertas plagas

Chegam e morrem, e chegam e morrem.

 

 

 

IV

 

Este vaso quem fez, por certo fê-lo

Folhas de acanto e parras imitando.

É de ver-se a asa fosca o setestrelo

De saboroso cacho alevantando.

 

Que desejo viria de sorvê-lo

Os gomos todos um a um sugando,

Quando, contam, dos pássaros o bando

Do céu descia prestes a bebê-lo.

 

Examina este vaso. N'um momento

Crê-se vê-lo a voar, o movimento

D'asa soltando, como aéreo ninho ...

 

 Será verdade que este vaso voa

Ou porventura à mente me atordoa

Seu capitoso odor de antigo vinho?

 

 

 

VIII

 

Foi com esta maçã d' oiro polido

Que as ambições movendo de Atalanta,

Pôde Hipomenes alcançá-la. E quanta

Vitória a essa em tudo parecida!

 

Ao ideal aspira! à estrela aspira! à vida

Aspira ó nada, ó turba agonizante,

Ou chores quando a terra alegre cante

— Ou cantes quando a lágrima vertida

 

Desça-te à boca. E bastaria, apenas,

Para galgar essas regiões serenas,

A maçã de Hipomenes, flébil, louro ...

 

E chegarás ao ideal e à vida, O pomo

Áureo atirando à própria estrela, como

Lá chega a l,:!z - por uma escada de ouro.

 

 

 

XI

 

Do mar e das espumas tu nasceste,

Ó forma ideal de rodas as belezas,

lnda teu corpo, mal vestindo-o, veste

Um colar de marítimas turquesas.

 

Milhares d'anos há que apareceste,

Outros milhares d'almas-sempre acesas

No teu amor, lá vão seguindo presas

Da rua garra olímpica e celeste.

 

Beijo-te a boca e sigo embevecido

Ondas sobre ondas, pelo mar afora,

Louco, arrastado qual os mais têm sido.

 

Ora te vendo as formas nuas, ora

Toda nua e sentir-te em meu ouvido

Do eterno som dos beijos meus sonora.

 

 

Versos (1889)

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL

 

CUATRO SIGLOS DE POESÍA BRASILEÑA.  Introd., traducción y notas de Jaime Tello.         Caracas: Centro Abreu e Lima de Estudios Brasileños; Instituto de Altos Estudios de        América Latina; Universidad Simón Bolívar, 1983.   254 p     Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Traducción de Jaime Tello: 

 

             SONETO

      
Del mar y las espumas tu naciste,
       Forma ideal de todas las bellezas,
       Mal cubriendo tu cuerpo, aun la viste
       Un collar de marítimas turquesas.
 
       Millares de años ha que apareciste,
       Otros miles de almas que embelesas
       Con tu amor, allá van siguiendo presas
       De esta tu garra, olímpica y celeste.

       Tu beso y continuo embebecido,
       Olas sobre olas, mar afuera, ahora
       Loco, arrastrado como el mal ha sido,

       Ora formas desnudas viendo, ora
       Desnuda toda oyéndote en mi oído:
       De mis besos el son te hecho sonora.

 

*

VEJA E LEIA  outros poetas de SERGIPE em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sergipe/sergipe_index.html

 

Página ampliada e republicada em janeiro de 2023




Voltar para o topo da página Voltar para a página de Sergipe

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar