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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

VALÉRIA ARAUJO COPELLI

 

 

Pedagoga e poeta, nasceu em Rio das Pedras, São Paulo, em 21/08/1950. Reside em Jundiaí desde 1962.
Pretende com sua participação internacional, principalmente na América Latina, retratar o modo pensante da vida cotidiana brasileira, abordando aspectos com estilo.
Participou das Antologias:
Letras de Babel II e Letras dei desamor, Bianchi Editores e Edições Pilar e do concurso Desperte um poeta.

 

 

 

LETRAS DE BABEL 3.  Antología multilíngüe.  Montevideo: aBrace editora, 2007.   200 p.       ISBN 978-9974-8014-6-2
Ex. bibl. Antonio Miranda


 

Deu a Louca no Mundo

 

É certo que há muito tempo

ele está virado pelo avesso.

Creio que desde os anos sessenta.

A época do rock anunciava revolução.

Em 65, então, com a explosão dos Beatles,

era demais o impacto.Traziam na bagagem o

romantismo aliado a um frenesi alucinante.

Guerra do Vietnã! Movimentos aconteciam!

Os Hippies dominavam o mundo, expandindo-se.

Propagavam paz e amor usando o V da vitória.

Com a liberdade adquirida a alto custo,

a moçada mudava costumes arraigados,

ditava moda, impunha hábitos novos.

Com a pílula liberou geral.

Tempos de AIDS contiveram exageros.

Hoje, rede de computadores

conectados à internet nos liga

ao acesso fácil a qualquer informação.

TV a cabo traz aos lares diversões múltiplas.

Tudo se sabe, tudo se acompanha, no real, ao vivo.

Engraçado, olhando o mundo virado pelo avesso,

concordo que houve melhorias

em alguns aspectos! Hum!

 

 

 

 

Madrugada

 

Serenem os ânimos que a noitada se agiganta.
Passos abafados ecoam nas esquinas.
A garrafa se quebrou e o encanto noturno assoprou
para outras paragens melhores que essa.

 

Chore Moça da Viola! Seu companheiro se foi
por entre sombras refletidas atrás dos postes.
Sente-sejia sarjeta, desolada.
Há poucas horas, tudo era só festa.
Percorreram o tempo apenas algumas delas
e o efeito se escancarou na sua face.

 

— Pra que chorar? - canta o boémio.
Ninguém o escuta. A multidão dispersou.
Algoz é o vício ingrato que o faz arrastar-se.
Perdido, enfiado na neblina esfumaçada,
que chega com a madrugada fria,
de perspicaz beleza, vista sob lance de águia.

 

 

 

Carmem Miranda

 

Passinhos miúdos dados por pés calçados
em sandálias de saltos plataforma, altíssimos.
Mãos dançarinas e lábios de carmim brilhantes.
Turbante com frutas e brincos de argola enormes.
Barriga de fora e uma voz diferente.

 

Assim era ela, nossa pequena notável.
Amada e odiada por seu estilo.
Nasceu portuguesa, cresceu brasileira.
Na maturidade, americanizou-se.
«Hollywood» a eternizou.

 

Única em diversos trejeitos.

Fez sucesso balangandando:

«O que é que a baiana tem?»

A «Broadway» a levou.

No cinema, brilhou representando, talvez,

a personificação de uma latinidade utópica.

 

Carregou a bandeira de uma outra Nação?

De que América? Por que não do Continente?

Não lhe importava a sua real aparência, mas, sim,

que sua imagem, projetada e refletida, servisse

a contento no seu alegre papel de cantora comediante,

usando como refrão gestos contagiantes.

 

Ouviu-se do povo um murmúrio só:

«Carmem Miranda morreu!»

O Brasil parou, como acontece

em seus grandes momentos.

Seu corpo veio embalsamado dentro de um caixão,

de avião, para ser enterrado aqui, no Rio de Janeiro.

Assim o quis, a mulher célebre que, lá fora,

no estrangeiro, marcou nome na calçada da fama

sorrindo, revirando e faiscando verdes olhos.

 

Hoje, seria melhor compreendida,

nesta mistura que se formou entre as três Américas.

Somos mais irreverentes, neste mundo «maluco beleza»

em que vivemos, atualmente.

«Yes», nós temos bananas!

 

 

 

 

Página publicada em agosto de 2020

 

 


 

 

 
 
 
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