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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SÔNIA BARROS

 

               Nasceu em 1968, em Monte Mor (SP) e desde a infância mora em Santa Bárbara do Oeste (SP). É formada em Letras pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Publicou o livro de poemas  mezzo voo (2007) e mais de dez  obras de  literatura infanto-juvenil, entre as quais Ciranda mágica e outros poemas (2009) e  A coragem de Leo (2014).

 


Textos, biografia extraídos de:  CÂNDIDO – Jornal da Biblioteca Pública do Paraná,

 

DEVANEIO

Corpo molhado,
misturado ao tecido
da rede, esquecido
de ser corpo, como se
só o pássaro-pensamento
existisse: penas flutuantes
embaladas pela brisa
e balanço — pêndulo
de um tempo interior
senhor de si
capaz de retroceder,
parar, prender
o instante
em luz
para depois seguir,
avançar,
mas ainda dentro
de si mesmo,
tempo outro
galopante no dorso
de um rinoceronte:
voo que o corpo
de repente consegue
acompanhar,  chamado
pela voz de outro
corpo, que deu demorar
(demorar)
no pensamento.

 

NOVELO

Ao descer do palco,
desejava carregar
cada personagem,
feito um sapo
colado às costas:
pele, carne, vísceras
de outra pessoa
ou bicho
                    para poder não ser.
Príncipe-marionete
guiado por fios
fantasmas não queria
— nem no palco —
só se pudesse
encenar-encarnar Teseu
e o real deixasse
de ser labirinto
                    para tornar-se caminho:
Ariadne a resgatá-lo
por um (único) fio.

 

Mais poemas:

HERANÇA PATERNA

Não nasci sem pai:
ele esperou até que eu nascesse.

Depois,
ao constatar o sexo frágil
de sua quarta frágil-filha-mulher,
ele, o homem forte,
se foi. 

Como herança,
deixou-me esta aptidão 
para voos interrompidos:

                                eterno fugir 
de onde nunca estivemos.

 

CONSTATAÇÃO

 

Descobriu sem tristeza

e, apesar de ter sentido

uma espécie de frio,

tampouco houve surpresa

no momento da descoberta:

 

não é a morte o pior verdugo,

com seus fios verde-musgo,

garras sob pele tenra,

hera primeva a esconder

no ventre o muro do fim;

 

carrasco a cavar na alma

maior ruína é a sina de ser só

— sol latente no coração da sombra —

que em nada se aproxima

do estado desejado de não ser.


 

ÁGUAS RASAS

Atrás do muro, o outro lado
do mundo que seu canto curto
não alcança nem ousa — não ousa mais
voo maior que o rastejar.  Aprendeu
a contentar-se com fiapos, trilhas,
trilhos sob o pés descalços,
música de ouvido que vem do rio,
colhida na concha acústica das mãos.
Altas pedras cerceando as águas
rasas de um riacho: tão efêmeras
quanto eternas, asas e muralha.

 

 

Página publicada em abril de 2015.

 

 

 

 
 
 
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