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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PAULO CÉSAR DE CARVALHO


 

Paulo César de Carvalho é bacharel em Direito e mestre em lingüística pela universidade de São Paulo. É professor de gramática, Interpretação de Texto e Redação do Sistema Anglo de Ensino e autor de material didático. É articulista de diversas publicações, como Discutindo Língua Portuguesa, Carta  Capital na Escola. É cantor e compositor da banda Os Babilaques .É poeta, com textos publicados em revistas, como Libertárias, e em antologias, como Na Virada do Século – Poesia de Invenção no Brasil, editora Landy, e Poezz, pela editora portuguesa Almedina.

 

         “Este Toque de Letra, de Paulo César de Carvalho, reúne poemas que foram originalmente compostos como letras de música. Com seu excitante grupo Os Babilaques, Carvalho dá som, vida e voz aos poemas. O livro tem como precursor famoso o volume Poesia pra tocar no rádio, publicado em 1999 por Alice Ruiz. A diferença é que o livro da poeta paranaense era uma proposta e um desafio aos amigos músicos: quem conseguiria musicar os poemas do livro? Muitos responderam e produziram algumas obras-primas da recente música popular brasileira.Já os poemas de carvalho, em grande parte, foram musicados anteriormente por ele e por seus parceiros.

 

          Este Toque de Letra, livro de estréia do professor, lingüista, compositor, cantor e acima de tudo poeta Paulo César de Carvalho vem para ser mais uma prova de que a letra de música, quando trabalhada com sutileza e rigor, pode, sim, ser considerada poesia das mais fortes e impactantes”. Frederico Barbosa

 

 

Paulo César de Carvalho

De
Paulo César de Carvalho
TOQUE DE LETRA

São Paulo: Editora Nahmbiquara, 2009.
ISBN 978-85-631-26-01-6

 

 

eu caçador de mim

 

 

hoje eu me acho

de hoje eu não passo

hoje eu tô no papo

 

quando olho pra cima

estou embaixo

quando passo por mim

eu não me acho

 

quando eu me vejo

eu me despacho

quando caio em mim

eu não encaixo

 

hoje eu me caço

hoje eu me laço

hoje eu não me escapo

 

quando me encontro a sós

ouço em contraponto minha voz

eu sou um outro

quem somos nós?

 

 

desejo

 

eu falo

porque o calo

não quer calar

 

reparo

porque o raro

é para olhar

 

não calo

porque o falo

não quer baixar

 

não paro

porque o faro

quer farejar

 

disparo

porque o tato

só quer tocar

 

não calo

porque o falo

não quer baixar

 

 

além do mais

 

para Luiz Tatit

 

aquém

do pouco

muito pouco

além

do pouco

um pouco mais

aquém

do muito pouco

quase nada

além

do quase nada

quase nada de mais

 

aquém

do mais

um pouco menos

além

do mais

muito mais

além

do muito mais

demais

além

do demais

quanto mais?

 

quem dá mais?

mais de mais de mais de mais

quem dá mais?

mais de mais de mais de mais

 

se não fosse isso

era menos

se não fosse tanto

era quase (Leminski)

 

 

porque sou flex

 

pode ter crina

ou ter penacho

pode vir de batina

ou no esculacho

pode ser na piscina

ou no riacho

pode ser em cima

ou embaixo

pode ser menina

ou macho

 

pinta um clima

acho a rima

relaxo

e me encaixo

 

 

seja a cereja

 

para Alex Monteiro

 

quando a lua estava torta

quando Inês era morta

o diretor gritava “corta”

eu lia Lorca

eu dava volta

como parafuso

errava confuso

perdia o fuso

berrava “nada mais importa”

nada mais importa

nada mais importa

 

você chegou com sua banda

bombando como Carmem Miranda

você chegou como bomba

arrombando a porta

você chegou chegando

chovendo na minha horta

 

meu bem, vem

me beija, me deseja

seja a cereja da minha torta

nada mais importa

nada mais importa

nada mais importa

 

 

pelo celular

 

o parceiro chora o morto

pelo celular

o coveiro enterra o corpo

pelo celular

o bombeiro apaga o fogo

pelo celular

o cruzeiro ganha o jogo

pelo celular

 

eu vou cortar o cabelo

pelo celular

eu vou tirar um pêlo

pelo celular

eu vou ralar o cotovelo

pelo celular

eu vou soltar o morteiro

pelo  celular

 

a gripe chega

pelo celular

a bad-trip

a ego-trip

a minha nega

faz  strip

pelo celular

 

a gente não se encontra

mas o que conta

estou ao seu lado

em todo lugar

deixe um recado

pelo celular

deixe um recado

pelo celular

deixe um recado

pelo celular

 

 


Visita à Biblioteca Nacional de Brasília: Abreu Paxe, Antonio Miranda, Paulo César de Carvalho, Frederico Barbosa e Edson Cruz na Praça da Língua Portuguesa, dia 28/03/2010.

 

Página publicada em março de 2010

 

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