|     FERNANDO NAPORANO   é um dos grandes nomes do jornalismo cultural do Brasil.  Crítico de música e cinema do caderno Folha Ilustrada, da Folha de S. Paulo, também fez parte da primeira equipe do Caderno  2, do jornal Estado de S. Paulo.  Escreveu para as revistas Trip, Bizz, Around, Isto É, Interview e  outras. Produziu e apresentou diversos programas radiofônicos, sendo o Blue  Moon o mais relevante. Em 84, criou a banda Maria Angélica Não Mora Mais Aqui,  com a qual gravou 3 LPs. Em 89, mudou-se para Londres. Lá trabalhou como International  Label Manager da gravadora Continental, até 92. Além de escrever para  publicações musicais americanas e inglesas, como Amplifier e Bucketfull Of  Brains, foi correspondente do Correio Braziliense, também como crítico de  cinema e música. Entrevistou centenas de celebridades, entre as quais David  Bowie, Richie Havens, Robert Altman e Antonioni. Produziu programas  radiofônicos, como Zig Zag (Brasil 2000FM) e Magic Buzz (Rádio Ipanema, Porto  Alegre), o primeiro programa brasileiro a ser transmitido e disponibilizado na  Internet. Regressou ao Brasil em 2005. Desde os anos 80, escreveu vários  livros, que ainda permanecem inéditos. Entre outros: " Abandono  Devolvido", " Estrelas de Gin", " Apresentação Da  Febre", " Como Uma Lâmpada Na Pele", e " Nas Colinas De  Valdemossa Com o Fantasma de George Sand". Tem um anti-romance -também  inédito -  intitulado " Não  Era Uma Loira Era Uma Garrafa De  Cidra". Fonte: http://revistapausa.blogspot.com.br/
   
                    
                      |  |  NAPORANO, Fernando.  A  Agonia dos pássaros.   Apresentação  de Luiz Nazario.  São Paulo, SP: V. de  Mora Mendonça Livros, 2014.   100 p. (Selo  Demônio Negro)  ilus.   Editor, desenho gráfico e capa: Valdemar  Mendonça.  Ilustrações Jac Leiner.  ISBN   978-85-66423-14-3    “ Fernando  Naporano “ Texto final de Claufe Rodrigues.    Ex. bibl. Antonio Miranda     NA SÓRDIDA PERIFERIA DA CLARIDADE   I   Às  vezes bebo as lágrimas dessa  distância num  trago só na  dourada taça do  inconformismo selvagem   II   Ai  saudade, escutai-me, faça  o possível para  não se mover tanto   A  ausência, restaurada, basta! transitando,  velhaca em  seu rosário de  mesquinho cântico   Saudade,  tente ao menos não  ferir induzir-me  ao pranto com  a separação acintosa das  imagens de  cada ano   nesse  lamaçal diamantífero  onde  me afundo  quando  conto quanto       TRILHAS SURDAS DO INSONDÁVEL   Em  cada nódoa de mofo do sangue : odor  dos desfechos mutilados indefinição-ouropel  transmutada em calcário trituradas  ágatas de despedidas riozinhos  secos por feitiço de outros braços verde  tão amarelado em musgo cinzas  de passeios que foram Mozart   a  fonte azul sem regresso a tua boca  o  sol do pão que anoiteceu   Tudo  isso resiste, reside em limo lume  inarredável largado ao frio que  tem lá sua vidinha própria em  palpitações de puro abandono um  timbre diminuto, acuado servil  às transparências infernais do silêncio sob  tantas lâmpadas apagadas   pelo  que não tinha de ser  por  tudo o que poderia ter sido       Página publicada em setembro de 2014       
 |