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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagem: http://alpharrabio.com.br/

DANILO BUENO


Doutorando (2012) e Mestre em Letras pelo programa de Literatura Portuguesa da Universidade de São Paulo (USP) (2009). Graduado em Direito pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (2004). Professor de Literatura do Grupo Etapa. Orienta cursos livres de literatura e oficinas de criação poética. Interessa-se principalmente pela pesquisa de poesia moderna e contemporânea portuguesa e brasileira. Como poeta, publicou Fotografias (2001), crivo (2004), Corpo sucessivo (2008) e Dia útil (2011), . É que os Hussardos chegam hoje. 1. ed. São Paulo: Patuá Editora, 2014..

 

BUENO, DaniloUma confissão na boca da noite.   São Paulo: Córrego, 2013.   s.p.  Tiragem: 300 exs.  21x30 cm.Ilus. foto (de Regiane Coelho)  p&b   ISBN 978-85-67240-04-6   “ Danilo Bueno”  Ex. bibl. Antonio Miranda


(Um fragmento do longo poema: )
 

 

Quem já esperou um trem um avião

Quem já dançou

Cantando os hinos doafeto

 

Nesta manhã reli todas as cartas

Eram precárias futilidades

Severo das convicções mais comoventes

Ressaltei apenas o espectro do mundo

Tenho bolsos somente para contar as moedas

Do trem que partiu indefinidamente

Do lance que perdi

 

Envelheço sem idade até que todos passem

Como um risco em meu rosto

A espera em sua cicatriz nenhuma

Apelo do desejo em seu sopro

De ruas perdidas e desejadas

Pudera o sono ser maior que a carne

 

Do que esta insônia às três da tarde

 

A beleza é de quem a despreza

 

***

 

 

Amplidão contínua e atroz

Contra o que resta e o que foi restituído

 

Para além do esquecimento e adiante

Contra o último e ainda mais

 

O reflexo de um nome soterrado pela brisa

Remir toda hereditariedade dos poros

 

Destruir o Outro sempre Outro desse sangue

O imprevisto coro do coração que aviva o incêndio

 

Cárcere de cabeça, sevícia da juventude

O menino torrencial no crepúsculo

Tarde que ardia obstinados lábios

 

O dissidente rumor das ruínas

Contra o medo, a mudez, a fuga, a sabedoria

E os mil nomes do adeus

 

 

 

Em qual mágoa ou remorso

Melro e canção se fundem

 


BUENO, Danilo.  Uma confissão na boca da noite.  São Paulo, SP: Editora Córrego,         2013.   n.p. .21x30 cm.  Inclui uma fotografia de Regi.     Tiragem: 300 exs.   ISBN 978-85-67240-04-6 
                                                          Ex. bibl. de Antonio Miranda



        Quem já esperou um trem um avião
        Quem já dançou
        Cantando os hinos de afeto
                             Nesta manhã reli todas as cartas
        Eram precárias futilidades
        Severo das convicções mais comoventes
        Ressaltei apenas o espectro do mundo
        Tenho bolsos somente para contar as moedas
        Do trem que partiu indefinidamente
        Do lance que perdi
                     Envelheço sem idade até que todos passem
        Como um risco em meu rosto
        A espera em sua cicatriz nenhuma
        Apelo do desejo em seu sopro
        De ruas perdidas e desejadas
        Pudera o sono ser maior que a carne
                                   Do que esta insônia às três da tarde

        A beleza é de quem a despreza


———


          Em qual mágoa ou remorso
          O desamparo dos passos

          Em qual mágoa ou remorso
          Vedado à próprias mãos

          Em qual mágoa ou remorso
          Imenso Sol mudo sobre a água

          Em qual mágoa ou remorso
          Derruído o tempo de volta

          Em qual mágoa ou remorso
          A memória elétrica

          Em qual mágoa ou remorso
          O ouvido absoluto

          Em qual mágoa ou remorso
          O espanto parado, gritando

          Remorso e mágoa


———

 


        (Quem escreveria versos
         Se fosse para se compreendido?
         Ser alheio ao bulício do mundo
         Apenas o brio ancestral e sanguíneo
         Dispensar a musa dos encontros
         E o trato invicto da morte)    


———


                O relógio aberto de tudo
                               Perfeição algum maior do que o instante
                 Mesmo as estátuas se despertam
                 E a sépia precipita-se em cores vivas
                               A última xícara talvez seja esta
                 A mancha de treva que formou  seus olhos
                 Lembrar fundo e deslembrar
                                                       E seguir ao vazio
                 Este lençol agora o último

 


                 A distraída música da última idade
                                    A última vez sem relance
                 Já não existo em alguns lugares
                 O passado e o futuro talvez estejam
                 Agora
                              é

                                      Além de mim. 
             

*

 

Página ampliada e republicada em outubro de 2023

                               

 

 

 

 

Página publicada em agosto de 2014.


 

 

 
 
 
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