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Sobre Antonio Miranda
 
 


 
BRASILIO MACHADO

(1848-1919)

 

Brasílio Augusto Machado de Oliveira (São Paulo, 4 de setembro de 1848 — São Paulo, 5 de março de 1919) foi um advogado, professor e político brasileiro.

Foi presidente da província do Paraná, de 22 de agosto de 1884 a 21 de agosto de 1885.

Brasílio Augusto de Machado Oliveira' nasceu em São Paulo em 4 de setembro de 1848, filho do brigadeiro José Joaquim Machado de Oliveira. Em sua cidade natal realiza todos os estudos, iniciando-os em 1857. Em 1859 entra para o Seminário Episcopal e em 1868 inicia a Faculdade de Direito de São Paulo, onde se bacharelou em ciências jurídicas e sociais, em 6 de novembro de 1872.

Em 1873 foi indicado para promotor público na cidade de Piracicaba, cargo este que exerceu por três anos. Em 1879 é o novo inspetor do Tesouro Providencial Paulista, porém, por poucos meses, pois neste mesmo ano obtém nova indicação, agora para o cargo de secretário do Tribunal da Relação de São Paulo.

Além dos cargos exercidos na administração do estado, Dr. Brasílio ganhou concurso para professor substituto da faculdade de direito, a mesmo em que foi aluno distinto, em 1883, ficando nesta ocupação até sua transferência para a província do Paraná, em 1884. Retoma sua vida acadêmica em 1890 como professor de filosofia do direito e em 1891 na cadeira de direito comercial. Em 1895 torna-se membro do Conselho de Instrução Pública de São Paulo e em 1911 assume a presidência do Conselho Superior de Ensino da República, ficando neste cargo até 1919.

Seguindo os passos do seu pai, além de presidente de província, pois seu genitor também assumiu as províncias do Pará, Alagoas, Santa Catarina e do Espírito Santo, Dr. Machado de Oliveira foi membro de institutos culturais e academias, sendo um dos fundadores da Academia de Letras de São Paulo, do Instituto Histórico de São Paulo e da Federação Católica. Pela sua dedicação e fé religiosa, o papa Leão XIII o distinguiu com a cruz Pro Ecclesia et Pontifice e Pio X concedeu o título de Barão.

Na juventude escreveu contos e folhetins sob o pseudônimo de Júlio D'Alva e já como professor fez alguns trabalhos sobre poesia popular que foram divulgados no Almanaque Literário.

Com visão e doutrina liberal o Dr. Brasílio Machado filia-se ao partido de situação em 1876 e candidatou-se a deputado provincial nos pleitos de 1877 e 1881, fracassando em ambas. Em 29 de junho de 1884 recebe carta imperial convidando-o a assumir a presidência da província do Paraná, por indicação de seu colega e amigo, professor José Bonifácio de Andrada e Silva.

(...)

No início de 1919 o Dr. Brasílio ocupava a presidência do Conselho Superior de Ensino, na capital do país, quando pede afastamento e retornar a São Paulo para tratamento médico. Brasílio Machado faleceu na manhã da quarta-feira de cinzas, dia 5 de março de 1919, em sua cidade natal, aos 70 anos e 6 meses, deixando filhos, entre estes, José de Alcântara Machado de Oliveira, que também se dedicou a política e as letras, sendo o biógrafo do pai.

Pela sua dedicação ao ensino público são várias as homenagens ao Dr. Brasílio, como escolas em São Paulo e na cidade de Antonina, Paraná, bem como, a Rua Dr. Brasílio Machado, na capital paulista.

 

É tarde! É muito tarde! Nos caminhos
Ele cedo encontrou a noite escura:
E, unidas, como irmãs no mesmo berço,
Estavam a lira e a cruz na sepultura.

O futuro era vasto. Como pássaro,
Soerguido no píncaro dos Andes,
Embebe o olhar na dupla imensidade,
Do grande espaço e das savanas grandes...

 

Ele sentira desdobrar-se imenso,
Por sôbre o mundo, o céu da liberdade;
E pressentira as vozes do futuro
Na aclamação febril da mocidade.

E a mão repleta, a transbordar de louros,
A fronte ungida, a derramar idéias,
Na dupla cruz do povo e dos escravos,
Ele traçou sublimes epopéias...

É tarde! Mas, na flor do firmamento,
Deus abre agora estrêlas fulgurantes...
E sôbre a vaga adormecida, ao longe,
Passam, boiando, "Espumas Flutuantes".

 

         UMA NOITE EM SÃO PAULO

Minha terra é o país das serenatas;
Por noites de luar,
Enquanto a névoa, em trémulas cascatas,
No rio vem boiar,

As frautas, do violão ao som doído,
Aqui sabem dizer
Os segredos do amor, saudades vivas
Dos anos de prazer.

Jamais, em lábios rubros de espanhola,
A cantiga gemeu,
Como uma só das belas serenetas,
Que escuta o nosso céu.

Jamais o gondoleiro do Rialto,
Que a onda acalentou,
Mais doce canto às auras do Adriático
À noite suspirou.

Em meu país, o canto do tropeiro,
Sentado ao pé do lar,
Ou do rancho nos ermos, onde a lua
Encontrou-se a sonhar;

A cantiga do escravo suspiroso,
No exílio do sertão,
Quando ao dia, que morre, êle despede
Sua pátria canção;

As "tiranas" doídas, que a viola,
Chorando desprendeu
Acordam mais o génio da saudade,

Na sombra deste céu...

Nosso canto aprendeu as melodias,
Seus hinos virginais,
Da cascata no trémulo murmúrio,
Na voz dos sabiás...

Minha terra é o país das serenatas,
Por noites de luar.
Vinde, filhos do além, ver quanto é doce
Sob a curva do céu aqui sonhar!

 

 

Página publicada em maio de 2017


 
 
 
 
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