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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DENNIS RADüNZ


Dennis Lauro Radünz nasceu em Blumenau em 1971. Editou o caderno de cultura "Univerbo" e atualmente é editor assistente do suplemento Anexo do jornal A Notícia, de Joinville.

 

O poema permanece um objeto estético ambíguo. E o homem e seu destino, enigma permanente por decifrar (um não existe inteiramente sem o outro). A semelhança da palavra que os incorpora e do poeta que a esmerilha. / O poeta Dennis Radünz tem consciência deste

desafio. E propõe uma ilimitada investigação da palavra: polir, deflagrar, desfazer, religar, decifrar, celebrar, podar, pluripartir. / Em sua primeira obra, Exeus, uma rara contribuição ao universo poético dos anos noventa, transparece um exercício pessoal e uma síntese de tendências contemporâneas.” / “Aliterações, rimas internas, anagramas, releitura de expressões consagradas do conhecimento e do poema deixam entrever instigante manobra e sutileza linguística.” / “Exeus, ex-eus, faz parte do tempo e da linguagem (in)comum dos poetas vivos”.   LINDOLFO BELL               

                                                   

“Se possível, em vez de selecionar alguns poemetos do Dennis, eu divulgaria todos em um e-book.  Conste: “poemeto” não é um diminutivo, aqui é para dizer que ele condensa, comprime, vai ao cerne, cristaliza-se”.  ANTONIO MIRANDA

 

Veja também:  POEMA VISUAL de DENNIS RADüNZ

 

RADüNZ, Dennis.  Exeus.  2ª. edilçao revista e ampliada. Ilustrações Fernando Karl. Prefácio Lindolfo Bell.  Posfácio Jorge H. Wolff.   Florianópolis, SC: Editora da UFSC, 1998.  80 p. (Letras Contemporâneas).    ISBN 85-7282-037-X   Col. Bibl. Antonio Miranda

 

o poema

aterra

o poeta

 

exeus

 

 

 

METAPOESIA

 

I

 

    o fonema

fabula

    e se fia

na fábula

 

encadeia asas

 

II

 

    o poema

incende

    insula

 

    música

em miniatura

 

 

 

ORA-PRO-NÓBIS

 

1. impingem mania ao cisma de meu

                                                     eu

 

2. fobia - não atanazes ou teses

3. julgar amarias (se a teu jugo)

                                                 o réu

 

4. pingente no poro, não suo, não soo

                                                    teu

 

5. vertigem-mania - ora miragem,

ora fissura,

                                                 a tem

 

(fêmea a reter-me refém)

 

 

 

 

do ido o dia reluz treva

se no ouro, ira/ enfurna

 

(mina-te se de suserania

o veio vassalo se adona)

 

do ido a serva ara seduz

se alforria: lavra folia

 

(livra-te se de pedraria

a lida invivida te adia)

 

doa-te

 

 

 

 

Vídeo: O ESPELHO INÉDITO

 

 

Poemas do livro OSSAMA 

Extraídos de
ô catarina! 87
Suplemento Cultural de Santa Catarina
Jun. 2017. ISSN 2318-3063

"Outro aspecto interessante da obra é o emprego, em quase todos os poemas, de uma linguagem bastante culta, que poderíamos denominar de sermo nobilis (variante culta), em oposição ao sermo vulgaris (variante coloquial). Na verdade, essa linguagem adotada por Dennis não é novidade paraquem acompanha o seu trabalho. (...) Pelo contrário, Dennis lança mão de todas as conquistas técnicas da poesia moderna, como a liberdade na pontuação, o uso de letras minúsculas, o poema visual (...) PAULO DE TOLEDO

 

DESAFINADOS 

[SOBRE DUAS FOTOGRAFIAS DOS RADUNZ]

 

 

e o mais grave das famílias
de instrumentos, contrabaixo,
no estranhamento do retrato
me descende os seus parentes

 

sangue afora, uns falimentos:
herbert, o avô ainda menino,
filia-se ao lauro, seu rebento,
o que me fecundou, descendo

 

o encordoamento de sua voz
em tom de surdear as peles
e ritmar (nos dois silêncios),
desde a origem, o batimento,

 

mais os ribeiros de meus dias
e os fins nas águas negativas
em que os avô e pai me foram
incendiando-se nos dentros

 

e o ateamento de arethuza
(a mais extrema dos radunz)
me antepassando a vozaria,
onde sonado eu contracanto

 

 

         O DESCONHECIDO 

 [UM COMEÇO DE    AUTOBIOGRAFIA]

 

 

um sobreaviso de animal antigo

no espaço curvo da cozinha, todavia,

no ar impróprio a mão sustinha

a colherinha de anti-ácido - esquecia

-se ali da louça seca e movediça

em sobrepeso sobre a pia, mas havia

a onda gravitacional: o cinturão

de kuiper: a escuridão: o mal da azia

e toda espécie de criaturas vivas

crescendo dentes em uma lua alheia:

 

mas não convém nos demorarmos
nos horizontes desse evento

 

 

        OLHA-PODRIDA

 

        [DOS SUICIDADOS PELAS DITADURAS]

 

tomam corpo

de um talho a outro talho

(e tão entibiados)

os desaparecidos

 

deitam os lanhos em oliva
de um dente a outro dente
ou fumegam ou formigam
no fundo da olha-podrida

 

e fazem carne

os fulminados

os desterrados carcomidos

e sem matéria

 

:

todos os dedos decepados
revolvidos em retalhos
(entre os livros esgotados)
pedem nomes

 

 

MEDUSA. revista de poesia e arte.  Curitiba - PR  Editor Ricardo Corona N. 10 - abr.-maio  2000Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

boletim de ocorrência

       compareceu nesta delegacia de polícia
a vítima,
relatando que ao cruzar o limbo
de linguagens, sentido motins-cela,
foi rendido por elementos em fúria,
anônimos, na mudez do ermo,
os quais o jogaram ao solo,
sob ameaça de revólveres de inventos
e, revirando-lhe sentidos,
furtaram:

nomes nomes
germes de crimes
cais no caos
limo de leis
ruínas de rio
vaus

após, ordenaram
sussurros na anatomia do urro,
enquanto fugiam em direção
à palavra fuga, era o relato.



cultivos do acaso

"um homem sem a sua casa
é o começo de um circo"
Fábio brüggemann

 


a casa começa no caos
sendo acaso, cálculo, coito
como sacas de cal ou sinais
escavados, caiados nos ocos

a casa começa no ocaso
sem onde ou como nem cume
a casa acaba em cancela
sendo cela, cais de confins

o cultivo da casa: motins

 

 

 

erros de rês e rosa

fábula rupestre

I
a rês rumina ressonos de trevas
livre de ser lavoura ou resíduo
e, rés, reluz a estrela na relva

raiada de ramas (sem trégua)
sendo ruído do reverso da ceifa
e a ceia, revés do assassínio —

rês estrila estilhaços de rosa

II
a rosa ressona: revoa à raiz
livre de ser insânia ou ruína
e, róseas, repisa o rocio de si

repleto de ervas (chamariz)
sendo seiva o anseio do riso
e o siso, resquício de areias

rosas receia o repasto da rês

III
o solo silencia ao som do guizo
e sela, na ruína da rês, a cela
de ser ceia de serpente: o riso

mira, no silo do sereno, a rosa
errada (sendo o cio cerceado)
em sinuosos rumo/sina e rumores

rês e rosa, assassinadas

 


*

VEJA e LEIA outros poetas do SANTA CATARINA em nosso Portal:

 

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/santa_catarina/santa_catarina.html

 

Página ampliada em junho de 2022

 

Página publicada em maio de 2014, Republicada em junho de 2014; ampliada em outubro de 2017

 

 

 

 

 

 
 
 
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