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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto extraída de https://almaacreana.blogspot.com/

 

JUVENAL ANTUNES

 

Nasceu no Engenho Outeiro, em Ceará Mirim, Rio Grande do Norte, Brasil, em 29 de abril de 1823) mas viveu parte de sua vida no Acre. Formou-se em Direito no Recife, em 1902.
Autor de “Cismas” (1908), “Acreanas” (1932)  e “Poesia circular”(1996)

Faleceu em Manaus, Amazonas, no dia 30 de abril de 1941.

 

 

 

 

L A U R A

 

Falam de ti, de mim, de nós... Quem há de
Tentar fechar as bocas viperinas?
Cada dia, mais cresce a intensidade
Do meu desprezo às almas pequeninas.

 

És a maior de todas as heroínas,
Com esse desdém e essa serenidade...
Que eu beije sempre as tuas mãos divinas,
Minha dor! Meu prazer! Minha saudade!

 

Façamos deste amor um relicário,
A pirâmide, o túmulo, o sacrário,
Onde a nossa paixão seja guardada!

 

Vivamos, Laura, assim por toda a vida!
E, embora nunca sejas a Possuída,
Para mim serás sempre a Desejada!

 

 

ELOGIO DA PREGUIÇA

 

 

Bendita sejas tu, preguiça amada,

Que não consentes que eu me ocupe em nada.

Mas, queiras tu, preguiça, ou tu não queiras,

Hei de dizer, em verso, quatro asneiras.

Não permuto por toda a humana ciência

Esta minha honestíssima indolência.

Está na Bíblia esta doutrina sã:

Não te importes com o dia de amanhã.

Para mim, já é grande sacrifício

Ter de engolir o bolo alimentício.

Ó sábios! Dai à luz um novo invento:

A nutrição ser feita pelo vento.

Todo trabalho humano em que se encerra?

Em, na paz, preparar a luta, a guerra.

Dos tratados, e leis, e ordenações,

Zomba a jurisprudência dos canhões.

Juristas que queimais vossas pestanas,

Tudo o que legislais dá em pantanas.

Plantas a terra, lavrador? Trabalhas

Para atiçar o fogo das batalhas.

Cresce o teu filho, é forte, é belo, é louro.

Mais uma rês votada ao matadouro.

Pois, se assim é, se os homens são chacais,

Se preferem a guerra à doce paz,

Que arda depressa a colossal fogueira

E morra, assada, a humanidade inteira.

 

Não seria melhor que toda gente,
Em vez de trabalhar fosse indolente?
Não seria melhor viver à sorte,
Se o fim do mundo é sempre o nada, a morte?
Queres riquezas, glórias e poder...
Para que, se amanhã tens de morrer?
Qual mais feliz, o mísero sendeiro,
Sob o chicote e as pragas do cocheiro,
Os seus antepassados que, selvagens,
Comiam livremente nas pastagens?
trabalho, por serem tão amigas,

Não sei se são felizes as formigas.
Talvez o sejam mais, vivendo em farras,
As preguiçosas, pálidas cigarras.
Ó Laura! Tu te queixas que eu, farsista,
Ontem faltei à hora da entrevista,
E que ingrato, volúvel e traidor,
Troquei o teu amor por outro amor;
Ou que, receando a fúria marital.
Não quis pular o muro do quintal...
Não me faças mais essa injustiça!
Se ontem, não te fui ver, foi por preguiça.
Mas, Juvenal, estás a trabalhar!
Larga a caneta e vai dormir, sonhar...

 

(1908)

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2020


 

 

 
 
 
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