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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AUGUSTO MEIRA

 

 

José Augusto Meira Dantas (Ceará-Mirim, 11 de dezembro de 1873 — 21 de março de 1964).

Augusto Meira, cujo nome de batismo é José Augusto Meira Dantas, nasceu no engenho Diamante, município de Ceará Mirim, Rio Grande do Norte, a 11 de dezembro.de I873. Era fi­lho de Olinto José Meira e D. Maria Generosa Meira Ribeiro Dantas. Fez’ seu, curso primário e secundário no engenho Je­riçó, sob a orientação de seu próprio pai. Formou-se em direi­to, no ano de 1899, na cidade do Recife, tendo sido laureado pela mesma Escola, com o prêmio de viagem à Europa. Depois de sua formatura esteve algum tempo na cidade do. Rio de Ja­neiro, e daí transferiu-se para a cidade de Santarém, neste Es­tado, onde exerceu por alguns anos a função de Promotor Pú­blico. Nessa cidade casou-se com D. Anésia de Bastos Meira. Lobo após seu casamento foi transferido pelo Governador Au­gusto Montenegro para a promotoria de Belém. Em 1908 fez concurso para a cadeira de Direito Penal da Faculdade Livre de Direito, o primeiro concurso a realizar-se nessa Escola. Foi deputado estadual em diversas legis1aturas. Com o advento da revolução de 1930 passou ao exercício da advocacia e ao professorado. Na interventoria Magalhães Barata foi nomea­do Diretor da Faculdade de Direito, lugar em que permaneceu até ser eleito senador Federal pelo Pará. Após ocupar por quatro anos a senatoria federal, foi eleito deputado FederaL Foi colaborador constante da “Folha do Norte”, do “Estado do Pará”, “Província do Pará”, “Jornal do Brasil” e “Jornal do Co­mércio”, estes do Rio de Janeiro. Publicou muitas obras, entre as quais podemos destacar Falenas e Nenúfares, Alcíones, Secreto Esplendor, Caminho da Glória, Brasileis, epopéia nacio­nal brasileira. O Príncipe de Miller, Amazonas versus Pará, Ruy Barbosa e Rio Branco, Autonomia Acreana, O Caso Torres, Di­reito e Arbítrio, Mandado de Segurança, Selva Selvagem, Es­tesia Filológica e muitos outros trabalhos, entre os quais ainda alguns inéditos. De seu feliz consórcio com D. Anésia de Bas­tos Meira nasceram-lhe nove filhos. Augusto Meira foi poeta, publicista, orador, professor de Latim, Português, Lógica, ocupando ainda as cátedras de Direito Penal e Direito Civil da Faculdade de Direito. Como parlamentar salientou-se nas lu­tas contra a internacionalização da Amazônia, apresentando ainda inúmeros projetos de interesse público, transformados em lei. Sua folha de serviço foi inestimável e faleceu nesta cidade aos 90 anos, em plena atividade intelectual.

Livros de poesia anteriores: Alciones (1907), Falenas e nenúfares (1907).

 

 

MEIRA, Augusto.   Brasileis – Epopéia Nacional Brasileira.  4ª. edição.   Rio de Janeiro: Irmão Pongetti Editores, 1958.  686 p. 15x23 cm.  “”Propriedade literária – Cada volume leva a assinatura o autor”.  Foto do autor no frontispío.  São 14 cantos. A presente edição conserva a ortografia da primeira edição, de 1927.  Ex. encadernado, mas conserva a capa original.  Col. A.M.

 

 

CANTO I

 

(fragmentos da primeiras estrofes do Canto I, conservando a ortografia original)

 

1

As armas cantarei, trophéos e heróes

Que, em rude esforço, e arrojo sobrehumano,

Dilataram, á luz de tantos soes,

Toda a gloria do génio lusitano!

Direi a guerra, o sol, os arrebóes,

As vastidões da selva e do oceano,

Direi na lyra de ouro, sobranceira,

Toda a vida da gente brasileira!...

 

2

Direi do sonho que se fez, um dia,

Realidade excelsa e vencedora,

Todo o vigor que. de emphase, irradia,

Espadanando em luz deslumbradora,

Desta terra distante que escondia '

A tréva e o céo, e a vaga aterradora,

Direi, da Pátria, os feitos e esplendores

Mais alto que Camões e os seus lavores!...

 

3

Excelsa cruz de estrellas, scintillante,

Que enches o céo de meu Brasil e, alçado,

Outróra, foste o guia, ao navegante,

Que, primeiro em suas praias foi lançado,

Sê, também, o meu guia flammejante,

Neste empenho de amor em que hei sonhado,

Cruz de estrellas, refugio redemptor,

Verte em minh'alma, teu feliz fulgor!

 

4

Só teu aceno, ovante, me levara,

Nesta empresa tão rude e arrebatada,

Só tua luz alviçareira e clara

Me daria vigor para a avançada!

Salve, idylio de Deus que só, me ampara,

Em meio ás emoções desta jornada,

Derrama no meu canto, almo Cruseiro,

Todo o esplendor do génio brasileiro!

 

5

E vós. Auras formosas, que vogaes,

Do Meio-Norte, á margem deleitosa,

Lembrae-vos. que sou vosso, inda que mais

Feliz eu fora, em plaga mais ditosa;

Dae-me o vig-or das lanças, dos metaes,

Candentes, na cadencia numerosa,

Dae-me o austero candor de Miguelinho,

Filhos, que somos, desse mesmo ninho!

 

6

E, vós, oh Génios da Amazónia inteira,

Ajudae meu empenho alevantado,

Já que, no seio desta terra, á beira

Do Amazonas, immenso e dilatado,

Vim recostar a fronte sobranceira,

Após tanto soffrer, jamais sonhado,

Oh! Vinde, todos, inspirar meu canto,

Na mesma altura deste amor tão santo!

 

7

Oh, alma augusta de meu Pae, querida

Fonte de luz, de amor, paz e conforto,

Que foste, sempre, a vida em minha vida,

De meus anhelos o supremo porto,

Vem, austera e tranquilla e commovida

Traser a tua fé junto ao meu horto,

Oh, alma de meu Pae, vem piedosa,

Exaltar-me na empresa portentosa!

 

8

Quero dizer de Luso o império ingente,

Todo o vigor fecundo e poderoso

Que, aqui, nas partes árduas do occidente,

Fez-me o filho de um povo tão ditoso,

Quero cantar da gente alta e potente,

Todo um poema de feitos, glorioso,

Quero dizer, primeiro, alto e seguro,

Toda a gloria, a sorrir, do seu futuro!...

 

9

Não cantarei de Deuses fabulosos

Conselhos e visões que se não deram,

Nem impérios, que ao longe, de ambiciosos,

Combalidos do tempo se perderam;

Canto os fastos de gloria, deleitosos,

Que entre nós derramados floresceram,

Eu canto a Pátria brasileira, ardente,

Rasão de ser da lusitana gente!

 

10

E, assim verei meu canto, mundo em fora,

Victorioso e grande e senhoril!

Encher, eterno, de uma eterna aurora

O generoso peito do Brasil!

:E nas asas da gloria redemptora,

Exalçado e vibrante e varonil

A Pátria deixarei, que, no meu verso,

Irmão da duração, encha o universo!

 

11

E, agora, oh, mocidade brasileira

Que encerras do porvir, toda a anciedade,

Guarda o meu canto. . . Exulta!... e sobranceira

O recorda, a florir, de edade em edade,

Cantando, o leva pela terra inteira,

Como um trophéo de amor e heroicidade,

De bravura e grandesa e gloria infinda,

De nossa Pátria portentosa e linda!

 

 

HADAD, Jamil Almansur, org.   História poética do Brasil. Seleção e introdução de  Jamil Almansur Hadad.  Linóleos de Livrio Abramo, Manuel Martins e Claudio         Abramo.  São Paulo: Editorial Letras Brasileiras Ltda, 1943.  443 p. ilus. p&b  “História do Brasil narrada pelos poetas. 

HISTORIA DO BRASIS – POEMAS

 

OS CORSÁRIOS

CANTO II

126

De Drake o frio horror enchia os mares,
Inimigo feroz do povo hispano,
Feton, Raleigh e, muitos similares
Nos assaltam das partes do Oceano,
S. Vicente estremece em seus altares,
Em Santos, Cavendish investe, insano,
Caro custa-lhe a insólita ousadia,
Que a defesa se fez com galhardia.

...................................................

128

Não tardou que Lancaster, truculento
Pernambuco assaltasse ousado e ímpio
E, arrastado de torvo e feio intento
Não force a barra e contamine o rio,
Entrega-se a feroz consentimento,
Da desforra correndo no arrepio,
A terra assalta e rouba e tudo pilha,
Que o vento vai-lhe em popa à maravilha.

.......................................................

132

Torvos franceses ruivos, de Rochela
Se lançaram também na tropelia,
Vão à costa african, e com loqüela,
Tudo roubam, caminho da Bahia.

 

                     (“O BRASILEIS”)

*

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http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grande_norte/rio_grande_norte.html

 

 

Página publicada em outubro de 2021

 

Página publicada em maio de 2013

 

 

 

 

 

 
 
 
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