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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GASTÃO TORRES

 

GASTÃO Aurélio de Lima TORRES Filho nasceu em Venâncio Aires — RS, em 7 de maio de 1926. Foi revisor do Correio do Povo; colaborou no extinto jornal O Dia com estudos literários e assuntos de economia histórica; na quarta página do Correio do Povo em 51/52 e, desde 1975, no Caderno de Sábado, posteriormente Letras e Livros, do mesmo periódico. Colaborou ainda no caderno Mulher da Folha da Tarde e na revista Cultura Contemporânea, Porto Alegre.

 

TORRES, Gastão.  Lua Ó.  Porto Alegre: Editora Movimento, 1983.  86 p. (Coleção Poesiasul, vol. 36)  15x22 cm.  Em convênio com o Instituto Estadual do Livro.  Col. A.M. 

 

DEUSES E MITOS

 

Bilhões de auroras foram necessárias

Até que o fogo se fizesse lava,

Até que a lava se fizesse pedra,

Até que a pedra se fizesse Terra.

 

Bilhões de auroras foram necessárias

Até que os brutos se tornassem homens,

Até que os homens se tornassem anjos,

Até que os anjos se tornassem Deuses.

 

Bilhões de auroras foram necessárias

Até que os homens inventassem mitos,

Até que os mitos constituíssem fé.

 

Contudo apenas uma aurora basta

Para que os homens, finalmente homens,

Cancelem mitos e estraçalhem Deuses.

 

 

ASPIRAÇÃO

 

Vou de nova poesia

Sem limite de universo,

 

Vou ser rico em quatro estâncias

de um poema poliverso.

 

Não sou apenas um vate,

Unidade luminar,

Sou vate com sobrecarga,

Com potência de milhar.

 

Já não basta ser um vate,

Quero ser um quilovate;

Maiores choques por tato

Melhores versos portanto.

 

Já cansado de servil,

Vou mostrar novo serviço;

Já cansado de ser vate

Agora quero Cervantes.

 

 

GOSTO PARNASIANO

 

Agosto, mês das árvores despidas; 

Os ventos, entre as moitas eriçadas,

Revelam um clamor de suicidas

E a contrição das almas condenadas.

 

Um funeral de folhas ressequidas

Desprende-se das últimas ramadas;

Contrasta no fulgor das avenidas

A solidão das noites prolongadas.

 

Definham os narcisos impotentes,

Crispando as longas pétalas dormentes

Na convulsão das flores moribundas.

 

Paisagem incolor de sóis fugazes,

Sem os matizes e os clarões vivazes

Das estações alegres e fecundas.

 

 

HUM MIL NOVECENTOS E SETENTA

E OITO ANOS, SEIS MESES E OITO DIAS

 

 

As dimensões do menos e do mais,

A antimatéria, o míssil nuclear,

A morte regressiva nos murais

Ao toque do pequeno polegar.

 

Os sóis de preto, o branco do quasar,

O coro das estrelas nos diais,

O homem-lua, misto de avatar,

No ano-luz dos mantos espaciais.

 

Os feudos de metal, a cibernética,

O servomecanismo, a grei sintética,

A bomba N, o átomo não-bento.

 

O neo-senhor, o (há de) ser biônico,

Os cães de fio, os bruxos eletrônicos

E o décimo-primeiro mandamento.

 

 

Página publicada em dezembro de 2012

 

 


 

 

 
 
 
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