ADRIAN´DOS DELIMA
(Canoas, RS), pseudónimo de Adriano do Carmo Flores de Lima, é poeta, tradutor e compositor. Cursou Letras, habilitação Tradução na UFRGS, onde não se graduou em função de dificuldades económicas. Na década de 1990 publicou poemas em antologias e fanzines fotocopiados que editou com amigos, além de editar e publicar no jornal a "Falares ", dos estudantes de letras da UFRGS. Seguindo seus estudos como autodidata, posteriormente publicou em revistas de papel e online, como a Germina, a Babel Poética e a Sibila. Publica, sem muita regularidade, traduções e poemas próprios na sua página Rim&via. (partidodoritmo. blogspot.com.br).
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DELIMA, Adian´dos . Consubustantdjetivos comuns. Porto Alegre, RS: Vidráguas: Gente de Palavra, 2015. 56 p. (Coleção AEDO) 21X29,5 cm. ilus. com reproduções de xilogravuras da obra Les songes dralotiques de Pantagruel, editada em 1565 por Richard Breton, atribuídas a François Desprez. “Adrian´dos Delima” é o pseudônimo de Adriano do Carmo Flores de Lima. Ex. bibl. Antonio Miranda
DELIMA, Adrian’dos. Flâmula e outros poemas. Porto Alegre, RS: Vidráguas: Gente de Palavra, 2015. 24 p. 17x24,5 cm. Capa em papel reciclado, estampada artesanalmente. “Adrian’dos Delima” Ex. bibl. Antonio Miranda
Foto antiga de usuários sentados esperando o metro
Veja que
esplêndidada coluna
de leitores
um jornal de centro
uma revista de fofocas
um best-seller feminino kardexista
um livro técnico
outro jornal do mesmo dobrado na mão
em contraste com um par de coxas
O voto de silêncio
Diz-se um discurso contemporâneo
O verdadeiro nadador
é aquele que cruza os braços
diante da água.
A estrela mais bela
ainda está por ser descoberta.
O grito
que vale a pena ser ouvido é o do mudo. Incorre em erro
aquele que diz o que acha que sabe porque a verdade está escondida e em constante movimento.
Se você diz estas coisas você está por dentro
Denquando vou pelo deschovido
Um asfalto que se mexe
Parece vivo
Em minhas botas
Choveram cacos de vidro
De um poste a um limoeiro
Contra a luz fraca
Do presente
Penso
Que meus cabelos prateiam
Na soma dos instantes
Com este
Flâmula
Hoje me sinto triunfante
e vivo
o cigarro no escuro
E vem dia
e vem sol e eu
cada vez mais
vivo
queimo de paixão
pela brisa
e digo olá
Página publicada em julho de 2015; Página republicada em maio de 2016.
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