| Foto: http://academiamomentoliterocultural.blogspot.com/   CHEILA STUMPF ( Rio Grande do Sul –  Brasil ) Nasceu  em Santo Angelo, Rio Grande do Sul, em 17 de março de 1945.  Professora, o com licenciatura plena, “Psicanalista.
 Obra publicada: “ Esquina do Real (1992); “Segundo Horizonte” (1995).
 Faleceu em 2003.
   POETAS BRASILEIROS.  Porto Alegre: Sul-Americana,  1992.   160 p.  (Col. Poetas Latino-americanos, v. 1)  Capa: Chico Quevedo. Revisão final Português: Luciana Fim Wickert.   Revisão final Português: Hector R. Pastorim.  edição bilingue   Português-Espanhol.                           Ex. bibl. Antonio Miranda
   TEXTOS EM PORTUGUÊS – TEXTOS EM ESPAÑOL    Filigrana
 Não  ter o que empunhar:
 nem bandeira, nem bastão.
 Uma por amar apenas o torrão,
 outra pela complacência com o gentio.
 Não estabelecer fio que vai e volta,
 mas apenas fio,
 que teço e me enreda mais.
 Nem fazer parte dos que acumulam
 brio, ao longo dos anos...
 Nem caber no regime
 dos que dividem o tempo,
 pensando ganha-lo.
 Mas ter lugar junto ao roto,
 que é porto de sem fim,
 e por sê-lo,
 não se acha nunca...
 Perdura apenas como sombra,
 ou melhor, letra,
 filigrana de uma língua,
 único engenho que transforma
 a palavra em chão.
     Piano    Num dos palcos,com a cortina de boca
 as escáncaras,
 de muda solidão.
 ET a cortina de cena
 que esconde em sua amplidão?
 Novamente ele,
 ao não se fazer ouvir,
 é outra vez cúmplice
 dos que não foram
 tocados,
 pela magia ou
 pelos dedos, dados
 ao virtuosismo das sinfonias.
 Exige o simbolismo das sinfonias,
 de sua presença,
 que é réplica
 tanto de pautas como de claves,
 que ao ar se faça sonoro,
 ou pelo menos que tenha voz.
 Eu me fiz como o piano
 e o silêncio de quem toca as teclas
 (De minh´alma),
 me escuta na melodia do que falo.
     Tempo II
 A  máquina incessante
 se move no pêndulo,
 aparenta
 e é a ela que cabe
 a marca do tempo,
 simbolicamente.
 De dúvidas,
 também me marca
 este mesmo tempo.
 Será o pêndulo
 fetiche modesto
 do que se marca
 este mesmo tempo.
 Será o pêndulo
 fetiche modesto
 de que se marca,
 sem se saber
 que não passa?
 Ou seria o escárnio
 de tudo que intemporal se mostra?
 Possuído da luz
 que habita o disforme,
 dança diante de nós
 o macabro do espectro,
 não sabido.
 Que quando escancarado
 gargalha do homem,
 que não dobro
 a esquina do real.
 
 
 
 Fera
 
 Arreda-te,
 como a fera,
 diante
 do que queima.
 E, como ela,
 aguarda
 que o fogo
 se consuma,
 na própria
 labarede.
 Só no depois,
 a verdade
 das cinzas,
 ou então, a visão
 do quanto
 te impediu
 tua cautela.
 Já que não
 ousaste,
 soprar a vela.
 
 
 TEXTOS EM ESPAÑOLTradução por  Washington Gularte
 e Roberto Mara l(de Catia Corrêa)
 
 Filigrana
 No tener qué empuñar:
 ni bandera, ni bastón.
 Una por amar apenas el terrón,
 otra por la complacencia con el gentío.
 No establecer hilo que va y vuelve,
 mas, apenas hilo,
 te tejo y me enreda más
 Ni hacer parte de los que acumulan
 bríos, a lo largo de los años...
 Ni caber en el régimen
 de los que dividen el tiempo,
 pensando ganarlo.
 Mas tener lugar junto al roto,
 que es puerto del sin fin,
 y por serlo,
 no se encuentra nunca…
 Perdura apenas como sombra,
 o mejor, letra,
 filigrana de una lengua,
 único ingenio que transforma
 la palabra en piso.
 
 
 
 Piano
 
 En uno de los palcos,
 con la cortina de boca
 a escancaras,
 el piano es testigo
 de la muda sociedad.
 Y la cortina de cena
 ¿ quién esconde en su amplitud?
 Nuevamente él,
 a no hacerse escuchar,
 es otra vez cómplice
 de los dedos, dados
 al virtuosismo de las sinfonías.
 Exige el simbolismo
 de su presencia,
 que es réplica
 tanto de pautas como de claves,
 que el aire se haga sonoro,
 o por lo menos que tenga voz.
 Y me torné como el piano
 y al silencio de quien toca las techas
 (De mi alma),
 me escucha en la melodía de lo que hablo.
     Tiempo II La máquina incesante
 se mueve en el péndulo
 aparente
 y es a ella que cabe
 la marca del tiempo,
 simbólicamente.
 De dudas,
 también me marca
 este mismo tiempo.
 ¿Será el péndulo
 fetiche modesto
 de lo que marca,
 sin saberlo
 qué no pasa?
 ¿O sería el escarnio
 de todo lo que intemporal se muestra?
 Poseído de la luz
 que habita lo disforme,
 danza delante de nosotros
 lo macabro del espectro,
 no sabido.
 Que cuando escancarado
 carcajada del hombre,
 que no dobló
 la esquina de lo real.
 
 
 
 Fiera
 
 Huye
 como la fiera,
 frente
 a lo que arde.
 Y, como ella,
 aguarda
 que el fuego
 se consuma,
 en la propia
 llamarada.
 Sólo en el después,
 la verdad
 de las cenizas,
 o entonces, la visión
 de cuanto
 te impidió
 tu cautela.
 Ya que no
 osaste,
 soplar la vela.
 
 
 *
 *
 
 VEJA e LEIA outros  poetas do RIO GRANDE DO SUL em nosso Portal:
 http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grade_sul/rio_grande_sul.html    Página  publicada em janeiro de 2022 
 |