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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TRISTÃO DA CUNHA

 

quando se abalançou a traduzir o Hamlet de Shakespeare para o nosso idioma, estava convencido de prestar um serviço à nossa cultura; e por idêntico motivo — esclarecia — aceitara o encargo de resenhar as letras brasileiras no Mercure de France, redigindo a seçao de 1910 a 1928. Para a tradução da tragédia adotou a prosa, pois acreditava que o verso inglês ou o verso livre simbolista eram, ao cabo, prosa musical. Todavia, estreara com um livro de versos, e deixou inédito um outro. Em virtude dessa experiência, talvez, é que, autor de crônicas, ensaios, contos, trabalhava a prosa com aguda consciência artesanal.

Nasceu José Maria Leitão da Cunha Filho, que era o seu verdadeiro nome, no Rio de Janeiro, em 13 de abril de 1878, bacharelou-se em Direito em 1900 e foi advogado militante. Fundou o jornal O Dia, em 1932 e colaborou em vários periódicos. Faleceu na cidade natal, em 29 de junho de 1942.

BIBLIOGRAFIA DO AUTOR:  Torre de Marfim, Paris, 1901. Em sua tradução do Hamlet, anunciava a publicação de um Caderno de Versos.

PÉRICLES EUGÊNIO DA SILVA RAMOS, in  POESIA SIMBOLISTA Antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1965, p.149-151.

 

 

TEXTES EN FRANÇAIS

 

 

ITERVM....

Há muito tempo já que eu vou perdendo
Os sonhos, um a um, pelo caminho:
— Sangue dum anho ingênuo, cor d'arminho,
De calvário em calvário perecendo...

No alto dum monte, a luz que eu ia vendo,
Diante de mim cantando como um ninho,
Fria beijou-me o rubro desalinho,
E atrás de mim no escuro foi descendo.

Hoje os olhos se voltam como preces
Para as memórias, em que há luas mortas,
E tu, morta, que morta não pareces!

Sobre esta alma de dívida e agonias
Caia a luz desses olhos, dessas portas
Onde esperam o sol as almas frias...

 

O uso do V  em lugar de U, nas letras em versal, volta à indiscriminação anterior a Petrus Ramus. Os simbolistas apreciavam essas singularidades gráficas.

 

VIRGEM PRIMITIVA

A pobre Ofélia deu-lhe os tristes olhos mansos
Onde bóia um luar de sonhos afogados;
Mãos piedosas dormindo em gestos resignados
De tarde, a meditar nos eternos descansos.

Ha idílios de irmãos, inviolados remansos,
Soluços de ternura, e sorrisos cansados,
E saudades que não vêm dos tempos passados,
No sobre-humano olhar daqueles olhos mansos.

Eu vejo-a morta já (que tristeza tão doce!...)
As mãos no colo em cruz e branca de alabastros
Noiva morta de amor na primeira manhã...

Na Via-Láctea que a leva, pura como a trouxe,
Florindo-lhe o caminho anjos espalham astro;
E a lua vai seguindo atrás, como uma irmã...

 

As aliterações são insistentes no soneto, mas assumem na segunda especial reoevo na segunda quadra e no primeiro terceto. Pondo de lado as dificuldades resultantes da saga de Hamlet, tal como narrada por Saxo Gramático, e como estão implícitas na própria peça de Shakespeare, a idéia que os românticos e simbolistas de nosso país faziam de Ofélia era a da virgem pura.

 

TEXTES EN FRANÇAIS

 

TRISTÃO DA CUNHA

(pseud. de José Maria Leitão da Cunha Filho)

 

 

POÈMES FRANÇAIS D´ÉCRIVAINS BRÉSILIENS. Choix et notes biographiques de Luz Annibal Falcão – Président de l´Alliance Francaise de Rio.  Préface de Francis de Miomande.   Pèrigueux, France: L´Atelier de Pierre Fanlac, Près Tour de Vésone, 1967.  118 p.  14,5x19,5 cm.  Inclui poemas de autores brasileiros escritos originalmente em francês.

 

 

José Maria Leitão da Cunha (1880-1942), qui avait adopté le pseudonyme de Tristâo da Cunha, publia son premier livre, un recueil de vers, « Torre de Marfim », (Tour d'ivoire) à Paris en 1901.

Erudit et un peu désabusé, c'était un esprit du xvnr siècle égaré dans le monde moderne. Peu de Brésiliens ont su écrire un français aussi pur, et, pendant plusieurs années, on a pu lire ses chroniques sur les Lettres Brésiliennes dans le « Mercure de France ».

Un peu nonchalant, d'une discrétion presque farou¬che, il écrivait peu et publiait encore moins. En 1922, il donnait un recueil de petites études : « Cousas do Tempo » (Choses du Temps), où l'on retrouve expri¬mée sa prédilection pour « ces hommes et ces femmes du XVIIP siècle, ces vrais français graves et forts dans leur légèreté, qui emplirent le monde de leurs ensei-gnements », avant que ne surgisse « le vin du roman¬tisme dont nous sommes tous encore ivres ».

Dans « A beira do Styx » (Au bord du Styx), il reprit ses thèmes favoris, avec la même douceur nostalgique.

 

 

 

STANCES AU CREPUSCULE

 

I

 

L'heure crépusculaire et douce entre les heures

          Passe et frisonne de tendresse
Mon cœur, ce vieil enfant, tremble, sourit et pleure

         Vers des mains pleines de caresses.

 

Un matin d'autrefois rêve dans le ciel vide,

         Les feuilles d'or dorment dans l'eau...

Dans l'eau dormante, ô mon passé clair et rapide,
         Que ton visage mort est beau !

 

II

 

Les douces mains du soir endormiront les luttes

         du long désir que fut le jour.
Ecoute, au bord du Temps qui songe, les minutes

 Y tomber sans retour.

 

Ainsi que l'eau dans l'eau s'en vont peines et liesse

         Dans le Passé, qui seul existe.

Rien ne dure pour nous, pas même la tristesse...

         Et c'est là le plus triste.

 

 

 

CHANSONNETTE

 

Petite amie aux mains distraites
Pose tes mains sur mes genoux
Et sur ma soif longue et secrète
Mets ton baiser pervers et doux.

 

    Donne-moi dans ton corps fragile
    L'éternité qui dure un soir,
    Puis, le matin, folle ou tranquille,
    Pars sans adieu et sans espoir.

    Pars sans adieu et sans retour.
    Pour que je garde, au soir doré.
    Sur le tombeau du jeune Amour,
    L'ombre rose de ta beauté.
 

 

BALLADE D'UN GALANT ABBÉ 

Manon, Madelon, et Manette,
Sont les doux remords de mon cœur
Celui-là garde foi bien nette.
Mais, bons frères, pour les trois sœurs,
Tant sont fraîches et gentillettes
Manon, Madelon et Manette
Les charmants bourreaux de mon cœur,

Manon, frétillarde et frisquette,
Tétins mignons, roses rondeurs
Rit de tout son corps en fossettes,
Et rendrait fol plus d'un Prieur.

Or, qui tant farouche froideur
Montre à la flamme le plus prête
Au doux sacrifice ? Manette.
O feu et glace sur mon cœur.

Madelon, si telle agnelette,
Voire colombe, en sa candeur
Voire nonne, nonnain, nonette,
Aux chers combats jamais n’a peur,
Vu qu’obéir est son honneur
Au plus ardu de la conquête
Point ne la quitte une âme quiéte.
C’est le martyre de mon coeur.

 

         ENVOI

     Prince, en Paradis l’Enfer guette.
     Le Serpent est sbtil docteur.
     Manon, Madelon et Manette
     Sont les doux remords de mon coeur.

 

Página publicada em setembro de 2009; página ampliada em agosto de 2016.

 

 

 


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