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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

SÉRGIO BATH

 

    Sérgio Bath nasceu no Rio de Janeiro em 1931. Diplomata, hoje aposentado, teve também longa carreira como tradutor, e publicou uma série de obras, de poesia e principalmente ensaios, que incluem os seguintes títulos: O Que É Diplomacia (Brasiliense, 1989), Maquiavelismo: A Prática Política Segundo Nicolau Maquiavel (Ática, 1992), Japão Ontem e Hoje (Atica, 1993), Brasil Brasileiro (Saga, 1994), Arthashastra (UnB, 1995), Amigos Traiçoeiros, com Thiago de Mello (UnB, 1996), Amigos ou Inimigos: Sind Freunde Feinde ? (ed. part., 1996), Narciso: Catálogo de Autobiografias (ed. part., 1997), Shintoísmo: o Caminho dos Deuses (Ática, 1998), Les Faux Amis, com Oswaldo Biato (UnB, 1998), O Caderno de Policarpo Quaresma (UnB, 1998),  Árabe ou Arábico (UnB, 2000). Nas duas páginas seguintes faça a sua escolha.Fonte da biografia: http://br.geocities.com/

 

Sergio Bath
Cantos ao minotauro. 2ª ed.
Ilus. Augusto Estellita Lins.  
México: Imprensa Fígaro, 1966. 39 p.
 Edição de 250 ex, exemplar n. 56  



MINOS

oito anos rei de Creta

que Homero viu no Inferno
juiz dos mortos

mago e monarca

êstE eco
de tão desventurosa sorte


A IRA DE TESEU

voz irada é chama
que as velas anunciam
no mar

 

         canto de Teseu
         a volta das gaivotas

         o eco traz no Egeu



O AMOR DE ARIANA


talvez o corpo
rasgado de Teseu

         mas doce respirar
         de amor cansado

uma flor
à memória de Androgeu

 

De

DESALEGRIA

Rio de Janeiro: Livraria São José, 1960

 

 

VISITA AO MORTO

 

Olhei em seus olhos fundos

procurando a vida,

talvez adormecida nas pupilas.

 

Amarelo e recente

o defunto

cruza as mãos sobre o peito.

 

Uma luz estranha,

de brilhos imprecisos,

derrama-se do morto pela sala:

os olhos

cintilam na corpo

                   frio.

 

Olhei fundo nos olhos

procurando a vida.

No corpo só morte.

Entretanto,

Os olhos ainda viviam.

 

***

 

Quando eu era criança

gostava de desenhar o mapa

de países imaginários.

 

O lápis rombudo,

chiando no papel grosso,

fazia lagos, montanhas,

traçava a linha de litorais

sempre claros,

empalmeirados.

 

Hoje, que conheço os mares,

os litorais me sabem a mesmo.

 

Saudade.

 

Saudade dos países de papel de embrulho,

das praias sempre claras,

empalmeiradas.

 

***

 

Pejado de noite.

Grávido de fadiga.

 

O longo caminho

traz lembrança

de mundo em abandono.

 

Hoje, agonia.

Amanhã, piedade.

Domingo é dia de missa.

 

O tempo não perdoa.

 

 

A AMADA MORTA

 

Muda e pálida

e não.

 

Para jamais.

 

O amante

permanece.

 

Ai, flores.

 

O silêncio

dos relógios

continua.

 

A amada tão passiva

nem espera.

 

Amada morta.

Nunca.

 

 

De

AVE DA NOITE

Rio de Janeiro: Livraria São José, 1961

 

 

INSTANTE

 

         a meu amigo que vai morrer

 

A meu lado,

                   preciso, exato,

és certeza

de um corpo que sua.

 

Longe contudo

não sei. Pois o tempo desfibra

                            tanta crença.

 

Lembra-me o instante

em que falaste. Tua boca,

também o silêncio claro.

 

Agora és certo. Depois,

onde te buscar,

                   a ti sem cópia,

sem possibilidade de troca?

 

Vejo que existes

                   com força.

Depois não sei.

 

 

AMADA

 

         m

 

viço juvenil

de milharais

amarelos

 

ave

esgarçada

de carne

 

taça de mel

 

 

AVE DA NOITE

Do fundo da noite adormecida
                                      voa.
Da noite funda, como um eco.

Ave
que o dia não diz.
Espuma mensageiro
voejante.

Da noite que cria
                   vens.
Do sono de sonhos.
Da noite latente,
promessa do dia.

Asa que tange
                        noturna
meu poema.

Ave da noite.


1. Infância que jamais

Infância que há nos frutos e brinquedos,
nos pássaros e vinhos.
Em tantos seios perdidos.

Infância que jamais jamais.

Irmãozinho,
acolá minha irmã que nunca tive.

Olha a vaca, papai.

Berço bola sinos
canjica mingau tigela.
Natal.

Água fervida. Quintal.
Jamais.

 

4.  Esperança

 

Apesar de todos os engenhos,

Esperança.

 

Apesar das lâmpadas,

Desenganos,

Ácidos e serpentes.

 

Vertigens túrbidas,

transeuntes.

 

Insetos em marcha,

bestas em fuga.

 

Dos cofres e negativas.

 

Apesar da enorme escassês

de infância,

e de saudades,

 

esperança.

 

 


 

 

 

Página publicada em junho de 2008; atualizada em junho de 2011

 

 




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