De
CARANGUEJO
Rio de Janeiro: Ebaente & Pindaíba, 1982
 

Também longos os olhares do mal
De pronto cercam as partes íntimas
Comparam de amor o não existe
Repetem os espelhos de alpiste.

A FONTE DO PRAZER

Quando as coisas se dão
Tudo é novinho
Limpo e claro
O sol faz sua luz de oito minutos até aqui
Sua luz que me chama de bobo
Oferecida tão descaradamente
Espacial e facial.


CARA

As facas chegam sem pedir
Provêm de uma escola cortar
Sereias que estão a sorrir
Dão o que podem dar
Para retornar na luz do dia às marés.


PASTOS BONS

Hermeto circunavega
Brinca de pássaro e serpente encantada
Atravessa com a flecha
Cerca o que o rodeia
E vai nadar
Com mais um cardume
De todos.

*

Homenagem
de um poeta
dos anos vocêtenta.

Rio de Janeiro 1982

Página publicada em janeiro de 2009, depois de conhecer o poeta e receber dele, autografado, o livro com suas poesias.