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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 


Fonte: www.revista.agulha.nom.br

 

EMIL DE CASTRO

(1941-    ) 
 

EMIL DE CASTRO nasceu em Mangaratiba, no dia 7 de janeiro de 1941. Advogado, escritor, poeta e historiador. Lecionou vários anos no Colégio Mangaratiba, onde se iniciou na literatura escrevendo no jornal estudantil O Marimbondo. Sua primeira publicação num jornal de grande porte foi no Jornal do Comércio, publicando logo após na revista Leitura. Seu primeiro conto foi publica­do na revista Singra. suplemento do jornal Correio da Manhã. Daí em diante passou a publicar em diversos jornais e revistas literários do Rio de Janeiro e de outros estados. Como prefeito de Mangaratiba, deu apoio integral à cultura de modo geral, criando centros culturais, bibliotecas, a Fundação Mário Peixoto. Cadernos de História Municipal. No Rio de Janeiro. fundou e dirigiu o jornal  Poesia etc.

 

Foi deito Procurador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, em duas diretorias diferentes. Obteve, entre outros, os prêmios Fernando Chinaglia, da UBE-RJ ­literatura infantil, com o livro Histórias do vovô Pajé; Poetas-advogados, da OAB­- Niterói; e Prêmio Incentivo, da Biblioteca Nacional, pelo livro Jogos de armar. São seus livros de poesia, entre outros: O relógio e o sono, 1969, Habitação em campo urgente, 1973, Aprendiz do nada, 1992, Calidoscópio, 1992, Estação de partida, 2002, Poemas, 2002, Reserva do sonho, 2003, Código do terra, 2003, 50 poemas Escolhidos pelo autor, 2004.

 

Entre seus livros de ensaio e história, destacam-se: Jogos de armar: ávida do solitário Mário Peixoto, 2000, e Igreja N. S da Guia de Mangaratiba 200 anos, 1995. Premiado em vários concursos literários. Participou da Antologia dos novíssimos , org. por Walmir Ayala; de Poetas novos do Brasil, do INL; da Revista de Cultura Brasileña, publicada na Espanha pelo poeta e hoje acadêmico (ABL) Alberto da Costa e Silva.


TEXTOS EM PORTUGUÊS  TEXTOS EN ESPAÑOL

 

TERCEIRO MILÊNIO

 

Rasguei meus versos amigo Bocage.

Mas não acredito na eternidade.

Minhas vísceras deixei

Na mesa da sala de jantar

Como um troféu.

 

Agora entro na vida como cheguei desamparado

e nu: sou descendente de minhas angústias

e o que faço não me interessa

nem me serve de alguma certeza.

A única certeza é o trem

que flutua em minha direção.

O resto é o cheiro da graxa e do olé

que escorre do meu corpo

e a beleza do soneto aberto sobre a mesa

no fundo do meu peito

a bater sem parar.

 

9.11.99

 

 

O BÊBADO E A METÁFORA

 

O bêbado viu a lua na poça d'água.

Ele se viu lindo e imortal.

Era um bêbado dançando numa corda que se estendia

entre o mar e o céu.

O bêbado amou sua fantasia de arlequim

e viu sua alma bêbada dançando sobre a cidade.

Nem percebeu que ele era uma ilusão,

puro delírio de um poeta

e mergulhou em busca de sua beleza

e não se encontrou do

outro lado da vida.

 

 

CARTÃO DE CRÉDITO

 

Há contas a pagar por roda vida.

Esgotei meus créditos na direta

razão de ser ausente.

Uma barata esmagada no vão da porta.

Não sou eu desculpem-me,

mas resta ainda a sensação de inseto

que corre nas minhas veias

e nem percebi que meu cartão de crédito

perdeu a validade.

 

9.11.99

 

 

A CARTOMANTE

 

Meu caminho está fechado

de punhais. Afiados dentes

de hienas que me espiam.

Riem de minha morte e

se banqueteiam com meus destroços.

 

São sete esquinas a minha vida:

alguém me espreita no beco

da noite. Apenas um número

me salvará de suas teias

nem a cana e nem a mosca

me salvam da certeza do amor

da dama vermelha da janela azul.  

 

Extraídos de VOZES NA PAISAGEM. ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS I.

Org. Waldir Ribeiro do Val.  Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2005.

 

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Seleção de

WALMIR AYALA

publicada originalmente na

REVISTA DE CULTURA BRASILEÑA

N. 39, JUNIO 1975 pela

Embaixada do Brasil na Espanha

 

 

VESPERAL DO SONHO

 

O essencial não é

construir na amurada

o casto edifício de suicídio

nem registrar planos definitivos

para a geração pacificada

ou plantar melancolia no cemitério.

 

O essencial não é

morrer na vida

e ser pasto de mistério

mas penetrar no reino das palavras.

 

 

POEMA

 

Antes de anoitecer quero regressar

Ao bosque onde ficaram meus passos

e sentar-me na terra como quem não

vive o tempo de primeiro amar. E

na chegada andarei entre o limo da

madrugada passeando o ontem menino

que fui na janela para o nada.

Auras me pentearão com seus abraços

e nada evitará que me instale na es-

trada onde é certo que morrerei do jeito

que a vida me apanhou entre escombros. 

 

 

 

CASTRO, Emil.  A Margem esquerda – Quase soneto.    Mangaratiba, MG: 2016.  50 p.  12x17,5 cm.  Capa e diagramação Miguel Arthuro."Edição limitada a poucos exemplares numerados e autografados pelo autor."  Ex. Biblioteca Nacional, doação de Aricy Curvello.

 

         A Margem esquerda

         O teu modo de existir sem existência
         na outra margem esquerda da aldeia
         é teia ausente de ausências vagas
         como uma vaga no vazio desta vida.

         Não te perguntes se existes seres
         na afluência do outro lado escuro
         pois mais que uma parede te separa
         do estranho mundo intransponível muro.

         Não te circules na paixão de ser casulo
         amando teus tecidos e sedas nos bordados
         que antes borboleta te fizeste larva.

Mutante de uma constelação de brinquedos
teu reino será terra de autômatos
onde a existência é magia clandestina.

        

         Metáfora

         No caminho, quando a curva morre
         de espanto e do brilho da lua,
         seus passos vão ficando pássaros
         e sou um voo perdido sem destino.

         Não me busco nas águas sacudidas
         no furo do chão da longa noite
         nem no recanto da estrada aberta
         pelo farol que rompe a solidão.

         Mesmo que se fizesse descoberta
         a minha fuga no relincho do vento
         escapado das rédeas do cavaleiro,

         Eu não me comporia no espaço exato
         porque não cabe a noite neste canto
         pura canção de náufrago sem poro.

  

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TEXTOS EN ESPAÑOL

 

Selección de

WALMIR AYALA

publicada originalmente en la

REVISTA DE CULTURA BRASILEÑA

N. 39, JUNIO 1975 por la

Embajada del Brasil en España

 

 

 

ATARDECER DEL SUEÑO

 

Lo esencial no es

construir en el muro

el casto edificio del suicidio

ni hacer planos definitivos

para la generación pacificada

o plantar melancolia en el cementerio.

 

Lo esencial no es

morir en la vida

y ser pasto del misterio,

sino atravesar la puerta del sueño

y penetrar en el reino de las palabras.

 

 

POEMA

 

Antes del anochecer quiero regresar

al bosque donde quedaron mis pasos

y sentarme en la tierra como quien no

vive el tiempo del primer amor. Y

al llegar andaré entre el limo de la

madrugadapaseando el ayer niño

que fuí em la ventana abierta al vacío.

Las brisas me peinarán con sus abrazos

y nada impedirá que me instale em el Ca-

mino donde es seguro que morir, tal y como

la vida me retuvo entre escombros.

 

 

 

 

La NUEVA POESÍA LATINOAMERICANA.  Org. Jorge A. Boccanera. 

Cd. Neza, Estado México: Editores Mexicanos Unidos, 1999. 310 p.

Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

Ser Poema

 

Ah impossível ser somente vento

nas ruas.

Um sentido de mar no cais

com a ilha na carne.

 

Ah impossível ser pássaro

passeando plumas na calçada.

Um mastigar verde nas retinas

com o mundo na janela.

 

Ah impossível ser poema

com tanta gente morrendo.

 

Em: “O Relógio e o Sono” (1969)

 

 

       

        SER POEMA

poema de EMIL DE CASTRO,
traducción de Ariel Canzoni D.

 

        Ah, imposible ser sólo viento
en las calles.
Una forma de mar en los muelles
con la isla en la carne.

Ah, imposible se pájaro
en la vereda paseando el plumaje.
Un masticar verde en las retinas
con el mundo en la ventana.

Ah, imposible ser poema
con tanta gente muriendo.

 

 

 

 

 

Página republicada em dezembro de 2007. P�gina ampliada em mar�o de 2020

 

 

 


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