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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




BRASIL BARRETO

“Brasil Barreto é um militante da poesia oral, recitativa, que de tempos em tempos

resolve brindar seu público com a coletânea de seus versos”.  VALENTE JUNIOR

 

“Há um quê de dança e fogo na lírica de Brasil Barreto, cheiro de coisas vividas.

Assim se faz a lavra de um poeta que ajusta seu canto entre as fagulhas do tempo

e as farpas da vida.                                                             SALGADO MARANHÃO

 

“Seus poemas parecem querer recompor identidades estilhaçadas, vozes sem

dono, medos injustificados e passados trôpegos nas calçadas de pedras

portuguesas de desenhos plásticos incompletos.   CARLOS NOBRE

A poesia de Brasil Barreto é vinho fino para a massa. Brasil e Brasil, o país e o poeta seu cidadão, unidos num só pelos mistérios das profaníssimas dupilicidades. Brasil Barreto, sem dúvida mais fácil de administrar que o Brasil país. Bastam um computador e uma idéia na cabeça. E musas. Que sem elas fica impossível.”
 Mano Melo

TEMPORADA

Gotejo

 

sentidos

na madrugada

 

degelo

 

tua alma

na chuva

 

densa

 

escoada

na cama

 

cavalgo

 

nas horas

despidas

 

que nos

 

sobram.



DESSEMELHANTE

 

Longe sobrevoa a ave

no claro e aceso espelho

das águas da baía,

enquanto abrigo em mim

tortas lembranças

além dos dias recolhidos

em meu próprio existir.

Sinto o derreter das horas

que tudo dilui por aqui,

nesse vago trânsito.

 

Tenho gosto por esse

interminável vai-e-vem.

 

O tempo que nada espera

ora acalma, ora desespera.

 

 

Extraído de CADERNO DE POEMAS (Rio de Janeiro: Edições Kalamares, 2004).

 

 

QUEDA LIVRE

 

Permita que se esvazie

como um anjo de masmorra,

partido será o grito

nesse mar de granito.

 

Como uma rês em osso

soçobro nos ecos dos tempos

d'uma flauta de vértebras,

nas curvas do vento.

 

Sou palavra em queda,

refletida no fundo do poço

não fale, pois eis que

nada, já não ouço.

 

Ainda ao fim de hoje

serei como palavra

em eterna queda livre.

 

 

CIDADANIA FUGIDIA

 

       Elites brancas

       negras elites

       brancos e pretos

       fazem conversações.

 

Enquanto findo

sem cor, sem raça

híbrido como o sapo

sou povo na praça.

 

       Sou sonho mestiço

       mística mistura

       como feitiço.

 

Sou moreno,

sem antídoto

para o veneno.

 

       Sou mulato

       meio tom

       tom exato.

 

Sou a fuga

no meio da noite

sem disfarce.

 

       No próximo ato

       pardo me desfaço

       em novo salto.

 

 

Extraídos de FARPAS & FAGULHAS (poemas novos e usados). Rio de Janeiro: Edições Gira Mundo, 1996.

 

De
ESTIVA DE VERSOS E VÔO
(NOVOS POEMAS)

Rio de Janeiro: Urbana, 1998.

 

AZUIS

Me embrenho nos cortiços
levando minhas vogais
nas algibeira de versos.

Ainda me atraem
esses azuis tonais
que nas tardes se fazem

Sigo escrevendo
com os dedos,
               nas costas
dos rochedos.

E quando o giz de caulim
não é eficaz,
risco no ar as memórias
desse tempo
que se fez voraz.


SENTIDOS


Calcário como um arrecife
de franjas ao léu submerso.

Coexisto no vazio das bolhas
                                               de ar
nos suspiros das conchas...
Sussurro
                         entre os dentes
afiados
                       como lâmina que
perfura.

E quieto fico parado
como amálgama das pérolas
                               marinhas,
tênue como o borrifar das
                               sépias.

Olho de soslaio tua silhueta
que teima  em ficar aqui,
sugerindo novos sentidos.


REVERSO

Hoje acordei cedo.
Senti o avesso de mim.

Ardi como um sol
num clarão de marfim,

frugal como a luz
flamada no viés da tarde.

Nos meus confins
sou o reverso de tudo
no inverso do fim.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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