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Foto e biografia extraídos de
http://www.algumapoesia.com.br


ANDRÉ LUIZ PINTO

 

André Luiz Pinto nasceu no Rio de Janeiro, em 1975.

Sua poesia parece ter um pé plantado no surrealismo com versos desfocados do senso comum, ambíguos, às vezes obscuros e desconcertantes. Essa é também a impressão do poeta e crítico Carlito Azevedo, que vê "algo de surrealista nas imagens insólitas" de André Luiz.

 

De fato é surpreendente associar a lembrança da pessoa amada a "um leão rasgando seda" (veja o poema "Incrível"). Ou, então, conservar um desejo numa "fronha de nuvens" ("Quase um Corpo").

 

Com três livros publicados — Flor à Margem (1999); Um Brinco de Cetim/Un Pendiente de Satén (2003); e Primeiro de Abril (2004) —, André Luiz tem também poemas em revistas e jornais especializados.

 

 

Extraído de

 

BABEL POÉTICA. Revista de Poesia. Ano 1, N. 4 – Agosto/Setembro 2011.  ISSN1518-4005.  Editor Ademir Demarchi.   babelpoetica.wordpress.com

 

A miséria começa em casa,
com seus filhos, a lamúria cega mas certa
de seu pai, o tiroteio marca os valentes
o vento caudaloso nos adoça, é podre, talvez
áspero, saber que alguém veio aqui;
bato palmas, você não sabe o que escreve,
pensa que a imaginação decifra a dor
mas ela não decifra; você , que nem devia
ter pensado, agora é assim:
poetas sobem o morro, fazem suas pesquisas
acham que a vida rude lhes inspira
como nos cardápios escritos com giz,
ou pombos que mastigam num despacho
um pedaço de galinha (tudo é canibal
faz parte da cultura, é matinal
sangrar na latrina, enquanto
do alto dos edifícios, ao som
do baile quente, ainda se decide
ao pé de uma fogueira
o preço de uma vida).

        *

        Meu espelho-labirinto.
Cravo os olhos para vê-la
no mistério do quarto.
Nenhum rato, silêncio.
É no que se dobra em ruga
ao se olhar o infinito
que se dobra para eu vê-lo
pois meu olhar embora
selvagem, é ínfimo
no infinito das pétalas
que o contém, afinal,
no convés do navio
o que se olha é através
do mar, através das
borbulhas de sangue
com o que já perdeu:
metade de mim é
o acaso das palavras
que volta e meia
pingam da mão
analfabeta, de abusar
da fama e se impor
aos pais — Filho
que à terra desce.

 

INIMIGO RUMOR – revista de poesia.  Número 19  –
2º SEMESTRE 2007.
Editores: Carlito Azevedo,  Aug1usto Massi.  
Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro    Editora, 2007.  166  p.   ISSN  415-9767.                      Ex. biblioteca de Antonio Miranda 

 

                                

 (p/  Antônio Cícero) 

Insistir, ruminar
os passos, o luar desses convivas.
Silêncio de ninguém, nada garante
o sucesso, óbvias são as dores;
mesmo assim continuo com minha caneta,
calculando erro após erro
nenhuma certeza. Pobre amor atroz,
das palavras lançadas ao vento,
esta é a menos pior.
Aliás, qual?


 A CASA POSSUI MARAVILHAS que nos aguardam.
Ritmos e lendas que certamente nos aguardam
rosas e patifes que não escolhemos.
Tudo doce como vinho, bebido há horas,
espera a chegada dos velhos amigos.
Caminhamos horas a fio, a família é sua memória,
o fogo que nos habita, habitava aquela casa.
Escadarias sob o alpendre, certo cheiro de água
respingando. O silêncio tem suas armadilhas
contorções, entrelinhas, entre o asfalto
e o paralelepípedo. Ouvia a todos, ouvia a seco
e me calava. A casa respinga sua memória
escorre em nós uma gravata, que afrouxa.
E enquanto todos se adiantavam pulando
na toni, a casa tinha seus fantasmas,
seus ruídos — não há casa que não tenhas;
rogava eu pelo destino. A casa rugia
enquanto vivíamos e o céu que rodeava era outro.
Os fios descampados nos ameaçam. O fantasma
era o tempo, brinda conosco, comemora
o aniversário. A casa permanecia, sem saber
de nós. Somos seus fantasmas. E não há
estória que dê conta do mistério que queremos.

*

 

Página ampliada e republicada em dezembro de 2023


 Página publicada em agosto de 2018      

 

 


 

 

 
 
 
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