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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ALTAMIRA GREENHALGH DE PAIVA

( BRASIL – RIO DE JANEIRO ) 

 

 

 

Nasceu no Rio de Janeiro e faleceu em Brasília — DF.

Filha do Capitão-de-Mar e Guerra João Luiz de Paiva Júnior e Eponina Greenhalgh de Paiva. Prima do Aspirante João Guilherme Greenhalgh, herói da Batalha do Riachuelo, na Guerra do Paraguai.

Escritora e poetisa de grande talento, era figura assídua e marcante nas reuniões da Poébras, onde deixou muita saudade.

Livros publicados: "Uma vida marcada pelo Além" — romance "A graça espontânea das crianças em mosaicos" –
“Onde começa o bem ? – Onde termina o mal
?”

Participou das Antologias "Os 21 de Brasília" e "Mãe", organizadas pela "Casa do Poeta de Brasília", em 1981 e 1983 e dos "Cadernos Literários" do Instituto Cultural Português, de Porto Alegre — RS.

 

 

 

 

DEZ ANOS DE POESIA E UNIÃO. ANTOLOGIA 1988.  Brasília: Casa do Poeta Brasileiro – Poebrás – Seção de Brasília, 1988.  226 p.  15,5x22,5 cm.         Capa: pintura de Marlene Godoy Barreiros.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

VIDA SOFRIDA

 

Mal vivido, infeliz, alma em farrapos,
Rasteja pelo mundo, passo incerto,
Sem lar, sem pão, coberto só de trapos,
Tem por único abrigo o céu aberto.


Vai arrastando penas e fracassos
Naqueles pés cobertos de poeira,
Companheira constante dos seus passos,
Foi sapato que usou a vida inteira!

 

Só dor e mágoas para reviver.
Jamais um beijo abençoou seu sono,
Ou soube ao menos quem lhe deu o ser.

 

Sem horizontes a vagar, sem norte,
Foi seu amigo um pobre cão sem dono.
E espera enfim a inexorável morte!

 

 

 

 

MÃE (Antologia). Capa: Sônia Gonçalves Dias. Brasília. DF: Casa do Poeta Brasileiro    (POÉBRAS)  Seção Brasília, 1983. 200 p.  


“EU VEJO A MINHA MÃE SEMPRE MAIS BELA  
Dom Aquino Correia                                

 

        AMOR DE MÃE
( acróstico )


Ao despertara pra vida em forma de mulher
Levando inda da infância a angelical candura
Tivera imersa em pranto a alma rosicler
Amargo fel tragando em meio a desventura
Mas o destino um dia caprichosamente
Incutindo-lhe amor, amor sublimidade,
Rasgou suas entranhas em sofrer pungente
         Ao dar-lhe como bálsamo a maternidade!

 

         Á MINHA FILHA
         ( acróstico )

 

Morrera já de há muito a noite negra e quente
Angustiada e insone uma mulher sofria
Guardava ela no entanto uma ventura ingente,
Ante o sofrer de mãe que o amor já coloria.
Lampejos divinais  nas faces descoradas
Imprimem-lhe das santas o candor divino
Dos lábios macerados  pela dor sagrada
Escapa-lhe um gemido (sacrossanto hino!)
Porém, já a dor não sente e de êxtase tocada
Aperta junto ao seio a filha desejada
Imensa de ternura n´alma embevecida
Vieste assim ao mundo, Magali amada!
Anseio de minh´alma! Amor da minha vida!

 


           AH! QUE SAUDADE!
          ( acróstico )

            Minha mãe foi-se embora! O espectro da tristeza,
            Veio morar comigo no meu lar deserto.


          Envolve-me em seus braços se de sonhos presa
          E me acompanha os passos logo que desperto.

          O meu sorriso antigo morto pela mágoa
          Jaz sepultado agora no fragor do pranto,
          E quando a invoco, errando no meu quarto em frágua,
          Chora gemente uma saudade em cada canto.

          Procuro em seu retrato então, senti-la viva,
          Mas vendo-a olhar-me fria e do papel cativa,
          Em desespero rasgo-o, alucinada, louca!

          Não quero recordá-la assim amortalhada!
          Quero sentir oh! mãe, sua presença amada,
          E ver sei riso franco lhe assomar à boca!



          
AQUELAS MÃOS!

       
 Mãos leves, mãos adejantes como iguais eu nunca vi.
         Mãos suaves ou possantes, nervosas qual colibri.
         Mãos mimosas, que fascinam, que protegem o semelhante.
         Mãos de mestre, mãos que ensinam com gesto acariciante,
         Mãos que conduzem um infante, com carinho e compreensão,
         Dão pão ao pobre faminto, dão arrimo ao ancião.
         Mãos que consolam que chora, refrescam a testa escaldante
         Que não têm dia nem hora pra servir ao irmão distante.
         Mãos de plumas ao pensar um ferimento profundo,
         que tiram de si para dar, aos deserdados do mundo.
         Mãos que embalam a criança e a fazem adormecer.
         Companheiras na bonança, companheiras no sofrer,(acróstico )
         Essas mãos se entrelaçadas dão força, vida e ação.
         Mãos que correndo o teclado enchem o ar de melodia
         Na cozinha mãos de fada no preparo da ambrosia.
         Mãos que empunhando a paleta, dão fia a uma tela nua,
         São mãos de sensível esteta, poeta a rimar com a lua,
         Mão esquerda, mão direita, eu sei de quem elas são:
         São da mulher mais perfeita que mora em meu coração!
         Que saudade eu tenho dela! Ah! Minha mãe tão querida!
         Por que sendo a vida bela, tão cedo deixaste a vida?


           
        
INDIFERENTEMENTE

      
Se um dia eu te perder, oh! mãe querida!
         A vida para mim já não terá encanto,
         Nem o prazer do mundo em mim terá guarida,
         Pois faltará teu lenço a enxugar-me o pranto!

         Não mais terei alguém para embalar-me o canto,
         E chorarei então, oh! mãe, convulsamente.
         Envolverá minha alma a dor de um negro manto,
         E vagarei no mundo indiferentemente!

         E assim hei-de viver infortunada e triste,
         Sem que suspeite alguém da dor que em mim existe,
         Pois sangra o coração que pulsa a contragosto.

         Jamais profanarei esta saudade louca!
         Gargalharei, mentindo, o pranto pela boca
         Enquanto só verão venturas no meu rosto!

        

 *

Página ampliada em setembro de 2023

 

 

Página publicada em outubro de 2020

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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