| 
   ALPHONSUS  DE GUIMARAENS FILHO   (1918-2008) 
   Nasceu em Mariana, Minas, em 1918 e residiu no Rio de  Janeiro.  Iniciou-se no jornalismo mas  exerceu várias funções públicas, aposentando-se como subprocurador geral do  Tribunal de Contas da União em 1972. Filho do laureado poeta simboilista  Alphonsus de Guimaraens. Autor de uma obra extensa e reconhecida pela crítica  especializada. Os poemas selecionados a seguir constam da antologia POEMAS,  editada pela Sette Letras em 1998 e cedidas para publicação em nosso Portal de  Poesia pelo filho Afonso Henriques Neto, organizador da obra.   Refrão de glória,  eis vem no trilho / Do pai — dois mestres em refrães — / Trás Alphonsus de  Guimaraens, / Alphonsus de Guimaraens Filho.   MANUEL BANDEIRA   Alphonsus Filho é poeta singular,  que ameaça fugir para a noite, para o desconhecido, atraído pela voz lírica que  lhe vem de mundos ancestrais.  HENRIQUETA  LISBOA   É mais ou menos o  que vem acontecendo com a poesia desse grande poeta que é Alphonsus de  Guimaraens Filho, com um conjunto de obras que o coloca, entre os melhores  poetas da atualidade. (...) É preciso ter realmente muita preguiça de leitura,  ou má vontade, para ver na poesia de Alphonsus de Guimaraens Filho apenas os  elementos de uma estilística neosimbolista. Há mais de quarenta anos que ele  vem continuamente criando e sua linguagem tem experimentado várias  transformações que a crítica tem que saber acompanhar, para não ficar,  preguiçosamente, repetindo chavões classificatórios. GUILHERME MENDONÇA TELES       TEXTOS EM  PORTUGUÊS    -    TEXTOS EN ESPAÑOL 
 DOS  POEMAS   Não de vento  os formei, mas do meu barro.  Não lhes dei  sentimento, mas meu sangue.  Acolhe-os,  pois, ainda que sejam turvo  rio a cruzar  as terras que erigiste  no teu sonho  maior, mesmo que sejam somente um  vago eco, um arfar penoso  de barro,  solidão, de cinza e sangue.    PAUSA  Uma estrela,  tão bela! E a margarida  na cerca  eflorescente, e os jardins,  e o segredo  do início, e a dor dos fins, e a vida, e  a vida, sobretudo a vida ... E a vertigem  do som, despenhadeiro onde aladas  manhãs mal se projetam  e as vagas  tardes espraiam-se e inquietam  a alma, e  vem de tudo um espinheiro  e ao mesmo  tempo a paz indefinível  que cai  sobre o silêncio do ser triste  e o que  acaso existe ou não existe  como um  ardor de brasa inconsumível,  e a  esperança mais alta e de tal sorte  perseguida,  e o sol cálido e a luz serena  da noite, e  a estranha paz que longe acena ...  — Pousa, por  sobre tudo, a asa da morte.    
                  POEMA SONHADO  Se não for  pela poesia, como crer na eternidade? Os ossos da  noite doem nos mortos.  A chuva  molha cidades que não existem.  O silêncio  punge em cada ser acordado pelos cães invisíveis [do assombro.    Os ossos da  noite doem nos vivos.  A escuridão  lateja como um seio.  E uma voz  (de onde vem?) repete incessante, incessantemente:  Se não for  pela poesia, como crer na eternidade?    MOMENTO  Minha amada  tão longe! Com franqueza:  eu penso  sempre em me mudar daqui.  Pôr na  sacola o pão que está na mesa,  sair  vagabundando por aí.    A luz do  quarto ficará acesa.  (Foi neste  quarto que eu me conheci...) Deixarei um  bilhete sobre a mesa,  Dizendo a  minha mãe por que parti.    Ah! ir  cantando pelo mundo afora como um  boêmio amigo das cantigas,  alma febril  que a música alivia!    Se  perguntarem, digam: "Ainda agora  saiu  buscando terras mais amigas, mas é  possível que ele volte um dia. "    
                  NA MESA  Sobre a  toalha, o pão,  o bule, as  xícaras, o café,  confabulam.  Que dizem  no seu  silêncio de coisas tocadas de  esperança,  da latente  esperança  da manhã?  Dir-se-ia  que se  sentem ligados  à vida - ou  que na vida  se irmanam, se  confundem, pousados  sobre a mesa  como em seu  próprio mundo, pousados no  silêncio  como se tudo  fosse,  para eles, a  dádiva  fascinante,  translúcida.    A um canto,  solitária,  uma faca os  espia.     ALADOS   Vamos todos  morrer alados  como esses  loucos voltados    para seu  próprio segredo.  Vamos morrer  (não de medo)    entre  módulos, estreitas  naves de  asas suspeitas,    acoplagens,  sinais raros  de outros  mundos, anteparos    contra nossa  própria e triste solidão que  nem existe.    Que nem  existimos: sós  embora,  amargos, nós    vemos fugir  nossos passos,  nossas  vozes, nossos traços,   e sucumbimos  aos poucos  como bichos'vãos e ocos    num pouso  instável pousados.    Vamos todos  morrer. Alados.    
                  SONETO   A uma réstia  de sonho chamam vida.  A uma sombra  maior chamam-lhe morte.  Vida e  morte, não mais, pouso e suporte,  sopro de  permanência e despedida.    Uma treva  febril noite é chamada.  A uma luz  mais febril chamam-lhe dia.  E entre elas se põe a estrela fria  que irrompe  como flor da madrugada.    Paira em  tudo um silêncio que anoitece,  que  amanhece, e que vence todo ruído,  e como sol  não visto num perdido  horizonte se  esfaz e se retece.    Tudo é longe  demais, por demais perto.  E a alma,  que faz neste feroz deserto?          GUIMARAENS FILHO, Alphonsus de.  Poemas da ante-hora.  s.l.: 1971.   64 p.  14x20,5 cm.  Planejamento gráfico: Eduardo de Palma.  Capa: Luiz Alphonsus.  Col. A.M. (EA)   EU SÓ  PERGUNTO
 Vem de que latitude?
 Que gestos tem?  Que roupas
 agita no seu corpo desconforme?
 Que anéis brilham em seus dedos incompletos?
 Que riso
 frisa-lhe a boca alucinada?  Vem
 de que cidade
 oculta além do vale?  Quem por ela
 terá chamado?
 Que voz é essa que nem mais se entende?
 Será ela que chega?
 Será a que não tem pés, a que resolve
 a escuridão, e ausculta
 o segredo das plantas e de alguma
 delas extrai esse cruel narcótico
 que a todos nós nos cega e paralisa?
 Ah, não me digam nada.  Eu só pergunto.
 Eu só pergunto porque me sufoco.
 Mas não quero saber.
   
                  
                    
                      DE TANTOS
 De tantos gestos, de tantos
 sonhos decepados, beijos
 que de amor nem foram, gula
 ou aflição, de tantos reais
 gritos nunca formulados,
 mãos unidas mas na sombra
 cruel e fria, de tanta
 aspereza e desencontro,
 de tanto equívoco e morte
 em meio à ilusória e eterna
 claridade de outro sol,
 que voz é essa? que vago
 estremecer de um silêncio
 além de nós e de tudo,
 além da vida? que febre
 nos precipita num vale
 onde alguém que nunca vemos
 nos indica outro roteiro
 que, embora cegos, podemos
 distinguir na cerração.
       Extraído de:
 2011  CALENDÁRIO   poetas     antologia
 Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, 2010.
 Editor: Edson Guedes de Morais
   / Caixa  de cartão duro com 12 conjuntos de poemas, um para cada mês do ano. Os poetas  incluídos pelo mês de seu aniversário. Inclui efígie e um poema de cada poeta,  escolhidos entre os clássicos e os contemporâneos do Brasil, e alguns de  Portugal. Produção artesanal.        GUIMARÃES FILHO, Alphonsus de.   A cidade do sul. Poesia.  Belo Horizonte: Monvimento Editorial  Panorama, 1948.  10 p.  (Coleção Maríla de de Dirceu, 1) 14x18,5  cm.  “Desta edição foram tirados 25  exemplares em papel de luxo, numerados e rubricados pelo autor.”  Col. A.M.   (EA)   
                  DO AZUL, NUM SONETO   Verificar o azul nem sempre é puro.  Melhor será revê-lo entre as ramadas  E os altos frutos de um pomar escuro  — Azul de ténues bocas desoladas.   Melhor será sonhá-lo em madrugadas,  Claro, inconstante azul sempre  imaturo,  Azul de claridades sufocadas  Latejando nas pedras — nascituro.   Não este azul, mas outro e dolorido,  Evanescente azul que na orvalhada  Ficou, pétala ingénua, torturada.   Recupero-o, sem ver, e ei-lo  perdido, Azul de voz, de sombra envenenada, Que em nós se esvai sem nunca ter vivido.     SONETO À SOLIDÃO    Sonho da solidão, porque te temo?  Impassível me és. Desacordado  Sempre serás, perdido nesse extremo  Onde um navio paira, sossobrado...   Fascinas e destróis, mas não te  entregas  Ao que te busca em pranto; nem lhe  acendes  Os teus fachos sangrentos de duendes  Mal crepitando nas pupilas cegas!   Asas, se as há, em vento se  esvaíram,  Em névoa, sobre o grande  isolamento...  Somente, imaterial, fluido, gasoso,   Nos aposentos que se derruíram,  Entrecerrado, resta esse aposento...  Sombrio, inatingido, suspiroso.     GUIMARÃES FILHO, Alphonsus de.  Poesias.  Sonetos da ausência. Nostalgia dos anjos.  Porto Alegre: Livraria do Globo, 1946.  171 p.   (Coleção Autores Brasileiros, volume 22)   14x20 cm.  Inclui, em  fac-simile, um soneto       À Alphonsus de  Guimarães Filho” de Manuel Bandeira, manuscrito. Col. A.M.      SONETOS DA AUSÊNCIA   XIII   Foram  primeiro os dedos. No macio  Entardecer.  Brincavam, prisioneiros,  Os  ventos loucos sobre o eterno rio.  Flores  seguiam o sonho dos veleiros.   Sobre  os cabelos, risos. Conheci-o,  (Mal  vira) o afago. Mais aventureiros,  Dedos  de fogo me causavam frio  —  As madrugadas rindo nos braseiros.   A  paisagem... sim, a paisagem, Vista  do alpendre, numa tarde ausente... E  o claro vento — doce mano andejo.   Era  a emoção, talvez, de uma viagem  Sempre  distante e sempre mais presente.  Acaso  enlouquecida de desejo.      NOSTALGIA DOS ANJOS   País da sombra   Vem do olhar do morto,  Vem do olhar cerrado,  Vem da face extinta  Sob a noite grave,  O gemido suave,  Desumanízado.   Ah! é a melodia  Dos momentos frios,  Dos momentos velhos,  Desaparecidos.  Risos esquecidos,  Casarões vazios.   Vem do corpo em sombra  Uma saudade mansa.  Voz de outros desterros  Para além de nós.  Gritos de crianças  E as lembranças doídas  Para além de nós.  Canta, esquece, sonha.  Já nem tenho voz.   Ó pais da sombra,  Tremes tão distante,  Tão dentro de nós!  Vem o teu gemido  Das janelas curvas,  Das vielas ermas,  Das canções, da paz.  ó país da sombra,  Onde viverás?     GUIMARÃES FILHO, Alphonsus de.  Poemas reunidos   1935-1960.   Rio de Janeiro: Livraria José Olympio  Editôra, 1960.  365 p.   14x21 cm.    “Inclui os livros publicados pelo autor (todos com uma única edição),  obedecida a ordem cronológica: Lume de  Estrelas — Sonetos da Ausência —  Nostalgia dos Anjos — O Irmão — O Mito e o Criador — Sonetos com Dedicatória,  e mais cinco até agora inéditos: O  Unigênito – Elegia de Guarapari — Um Rosa sobre o Mármore — Cemitério de  Pescadores — - Aqui.  O autor  suprimiu poemas e introduziu modificações que lhe pareceram necessárias,  notadamente nos seus primeiros livros.”   O  LEVE VENTO ME LEVE...   O leve vento me leve para as praias de além-mar.  O leve vento me leve...   Quero um sopro de inocência para em luzes me banhar. Onde estaria a saudade que afaga os caminhos mortos e treme na luz das velas nos velórios de além-mar? Quero fugir da loucura que prende os corpos no mar.   Em tudo que me esperava  jamais pureza encontrei,  Fui gemido, tédio, noite,  fui vagabundo e fui rei.  E me buscando no mundo  no mundo não me encontrei.   Que o leve vento me leve para as praias de além-mar.  Que o leve vento me leve,  me deite em praias macias,  me dê as bocas macias  das namoradas do mar.  Quero um sopro de inocência  para em luzes me banhar.   Na  estrada do Acaba-Mundo,  somente  a estrela polar.  Vi  a morte: fui ao fundo.  Na  estrada do Acaba-Mundo,            nenhum  mar.   Nenhum  mar? Nenhum deserto.  Nenhum  sopro, nem luar.  Longe,  os anjos. Muito perto  o  mundo, a meus pés aberto.            Nenhum  mar.   Volta  e meia a estrela ria.  De  mim? De ti? Do luar?  O  luar não existia.  Eu  morrera. E a noite fria...  Somente  a estrela polar.        
                  
                    |  |  GUIMARAENS FILHO, Alphonsus de. O Tecelão do assombro.  Rio de Janeiro: 
                  7 Letras, 2000.   45 p.   14X21 cm.   “ Alphonsus de Guimarães Filho “   Ex. bibl. Antonio Miranda        POEMA DE UM SER ATÔNITO   Se com mil torpezas  é que me ferisses,   se com punhaladas  fundo me atingisses,   se com verbo duro  mais me desgastasses,   e com risos, mofas,  me dilacerasses,   se me destruísses  noutras asperezas   que vincam a alma  mais que a exausta carne,   se a abusões medonhas  tu me destinasses,   se vinda de ardis  torvos e nojentos,   me estilhaçasses,  me despedaçasses,   todo me cuspisses,  todo me humilhasses,   eu, o cego e o amargo,  eu, o estranho e aflito,   que já fez da vida  um único grito,   que já fez de quanto  doado lhe foi treva,   a mais rude treva  de que sorririas,   eu te perguntara,  e nem saberias:   se me sufocasses,  se me alucinasses,   para que milagre  me despertarias?  
                      ALMANAQUE - CALEND�RIO 2020� AGENDA PO�TICA. Editor:  Edson Guedes de Moraes. / Jaboat�o, Pernambuco/: Editora Guararapes, 2020.� 162 p.�  ilus. col.��      
 TEXTOS  EN ESPAÑOL     ALPHONSUS DE GUIMARÃES FILHO     FIGUEIRA,  Gaston.  Poesía brasileña contemporânea  (1920-1946)  Crítica y antologia.   Montevideo: Instituto de Cultura  Uruguayo-Brasileño, 1947.  142 p.   18x23  cm.  Col.  A.M. 
   Hijo del poeta simbolista Alphonsus  de Guimaraens —  cuyos libros hermanaban  la suntuosidad verbal y el fervor litúrgico— este poeta es el más interesante  de la actual generación de Minas Geraes, donde nació y reside, y uno de loS  mejores del Brasil.   Su libro "Lume de estrelas",  editado en Belo Horizonte en 1940, por "Men- sagem" —boletín de noble  orientación literaria, a que el propio poeta pertenecía — se caracteriza por la  hondura emocional, la limpidez de expresión, el sentido transfigurador de sus  visiones. Un celeste hálito místico envuelve esas estrofas, generalmente de  versos libres, cuya música va de la aria íntima y balbuceante, a la fuerte y  desmelenadla sonata.   La imagen de la vida es, en el  lirismo de este brasileño, bastante melancó- lica, con tintes pesimistas. Hay  como un constante anhelo de la patria angélica, una tenaz sed de evasión, unida  a un noble sentido de fraternidad humana.   "Lume de estrélas"  apareció en edición limitada. En 1946, una de las prin- cipales editoriales brasileñas  publicó "Poesías", en que el lirismo de este autor llega a su  amplitud.   Corresponde agregar que Nazareno,  hermano de Alphonsus, es también poeta.     SIMPLE SORDINA   Tal  vez —muerta la vida— yo me deshaga en astros, como  sombra en el sol, como luz en la bruma. Y  blanco iré a soñar sobre la tierra herida o  a encender en el mar los faroles perdidos.   Muerta  la vida dentro del pecho, mansamente iré,  como ave leve, a flotar en la espuma. Y  oyendo en el camino saudade de campanas, en  mis restos tal vez este insomnio palpite y  el deseo de estar en distante camino...   Muerta  la vida, ya entre cruces caído, yo  he de ser el luar que dolerá en tus ojos cuando  en tu pecho, de repente, por la noche, despierte  mi saudade evocando la muerte.   Junta  rosas, tal vez. Mas no huyas del comino. Queda  así, que del campo otros vientos vendrán nuevamente  a agitar tu veste en el camino. Junta  rosas, tal vez. Pero no te recuerdes que  para amar no tienes más mi cuerpo sin vida, ni  vida tienes más en mis labios sin sangre.   Que  te sea mi muerte, en la mañana de  esta senda, un constante recuerdo de la vida.     MIS MANOS ESTÁN FRÍAS   Mansa  noche, mis manos están frías como aves que  el invierno apresó en montañas nubladas. Tanta  ¡paz debe haber en la distancia estrellada! Tu  cariño fugaz como las mañanas niñas, tu  sonrisa fugaz como caricias de viento, me  besan el alma, me curvan al suelo. ¿De  qué estrella me viene esta paz, mansa noche, de  qué estrella me viene? Curvado  estoy y a lo lejos lloran las campanas. Y  estas campanas clamando por la paz de las estrellas, y  estas cam|panas llorando en tu seno de bruma, llevan  mi alma muy lejos, mi  Dios, muy lejos... Mansa  noche, mis manos están frías y muertas. Sumerjo  mi dolor en tu llanto de bruma... ¿De  qué estrella me viene esta nostalgia fría, de  qué estrella míe viene esta mansa sonrisa,           de  qué estrella me viene?         AN INTRODUCTION TO MODERN BRAZILIAN POETRY. Verse translations by Leonard S.  Downes.  [São Paulo]: Clube de Poesia do  Brasil, 1954.  84 p.   14x20 cm.   “ Leonard S. Downes “ Ex. Biblioteca Nacional de Brasília.    GREEN MOON   I caught  you in a pool,  Green  moon!  Phosphorescent,  cool,  Moon of  souls, ah, moon  Of  grottoes candlelit,  Stations  of the Cross,           Ah,  moon,           Unconscious  moon!   I caught  you as one who searches For ripe  fruit, plucking the pulp Of a  bloodless star In the  shallows above the bar Of a  river, Of a river  furrowing the night Rebelliously.   I caught  you in a dream ford Green  moon!           Close  by the blood  Of the  corpse at the cross-roads  (The  corpse that is not forgotten  With its  self-same laugh of panic  On its  lipless mouth.)   I caught  you on the bulwarks  Green  moon! You who  melt in the waters  And put  the frozen' sparks   On the  points and edges of reefs, Ah, moon  of the hours before dawn, Ah,  unseeing moon of a cape Now lost On the  very border of darkness Where even  the old gods die Of  loneliness!              I caught  you along the paths Through  the sugar groves in May In  plantations whence there springs A baleful  sun, Upon the  cliffs where the winds Howl and  whine Frightening The  solitude which is ours, Green  moon! Fired with  a dream Drunk with  a dream Great  wounded birds?     |