| Foto:  www.linkedin.com    FLÁVIO CORRÊA DE MELLO ( BRASIL  – RIO DE JANEIRO )   Flávio  Silva Corrêa de Mello. Nasci no Rio de Janeiro em 1972.  Sou licenciado em Letras, com especialização  em literaturas portuguesa e africanas (UFRJ) e Mestrado em Letras Vernáculas  (UFRJ). Como  professor, lecionei disciplinas da área de língua portuguesa nos segmentos de  ensino médio, fundamental e graduação. Assessorei pedagogicamente projetos de  literatura para o SESC/ RJ -unidades tijuca e centro. Trabalhei idealizando e  orientando oficinas literárias em projetos ligados ao terceiro setor. Em 2018,  fui eleito pela sociedade civil para o conselho estadual de cultura do Rio de  Janeiro, com assento na cadeira de literatura. Publiquei  dois livros de literatura, Poemas Suíços (2004) e Rio Movediço (2013) e participei de algumas antologias e coletâneas importantes brasileiras. Atualmente,  curso doutorado no Programa Pós-graduação em Letras Vernáculas, da UFRJ e  pesquiso escritoras portuguesas contemporâneas. Biografia:  https:www.escavador.com/ Informações coletadas do Lattes em 15/08/2023      INIMIGO RUMOR – revista de  poesia.  Número 16 – 1º SEMESTRE 2004. Editores:  Carlito Azevedo,  Augusto Massi.   Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro Editora, 2004.  176   p.  ISSN  1415-9767.                          Ex. biblioteca de  Antonio Miranda
 
   E  elesentado num café qualquer
 tricotando dedos
 quebrando palitos
 divagando desmemória
 com a vaga vontade de partilhar nesgas migalhas com pernas
 [de centopéias.
 
 Ela
 descascando desobjetos
 apoiada em calosidades de cascas de amendoim
 convivendo com extremas reticências
 sugadas pelo canudo do daiquiri.
 
 Lá fora
 no exterior de seus mudos ouvidos:
 o aparelho digestivo da cidade roncando batuques e remelexos
 e a água cinza
 viscosa
 esvaindo-se ralentadamente pelo ralo.
 o copo
 o uísque seco
 o gelo evaporado
 último decassílabo da ópera faminta
 na voz de café da manhã do motel
 com seu murmúrio cano de descarga
 rosnando a perna
 o alicerce
 o movimento
 além da velocidade
 que você vê
 circularidade
 tato
 ou simbiose
 sem fantasmas ou reveses
 dum corpo derretido
 de morfina gutural.
 
 
 *
 
 hoje
 
 sorriso esguio
 um lençol de  cabelos louros,
 bicos de seios  pontiagudos
 substantivos de  tessituras impenetráveis
 amanhã
 um subjuntivo  imperfeito
 reboco de paredes  infiltradas em curvas arqueadas
 na longitude de nossos  diversos itinerários.
 
 *
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