Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

CLÁUDIO MELLO E SOUZA

 

 

é jornalista, tendo iniciado sua carreira em 1959 como repórter no "Diário Carioca" e, em seguida, como crítico de cinema. Em 1960 vai para o "Jornal do Brasil", onde exerce as funções de copydesk e redator das notícias de primeira página. No governo Jânio Quadros, dirigiu a Fundação Cultural de Brasília. Com a renúncia do presidente, voltou ao JB como editor do Caderno B. Em 1966 transferiu-se para a TV-Rio, onde redigiu e apresentou, juntamente com Heron Domingues, os telejornais da noite. De 1967 a 1969, dirigiu a revista "Fatos e Fotos", sendo então convidado por Adolpho Bloch para assumir o cargo de Diretor das sucursais das revistas do Grupo Bloch na Europa, inicialmente em Portugal e, depois, em Paris. De volta ao Brasil, trabalhou no Departamento de Projetos Especiais da Rede Globo, sendo também colunista e, meses depois, editor de esportes do jornal "O Globo". Após dois anos e meio nessa área, passou a ser o criador de campanhas especiais da Central Globo de Comunicação. A convite de Roberto Marinho, assumiu o cargo de assessor da presidência da Rede Globo, em 1990.

 

Seus primeiros poemas foram publicados por Mário Faustino, no Suplemento Dominical do JB, em 1959. Tem três livros de poesias publicados: "O Domador de Cavalos", "Corpo e Alma" e "O Passageiro do Tempo". Lançou, em maio/2001, o livro "Helena de Tróia - O papel da mulher na Grécia de Homero", pela Lacerda Editores - Rio de Janeiro. 

Fonte: http://www.releituras.com/cmellosouza_menu.asp

 

 

De

O DOMADOR DE CAVALOS

(Rio de Janeiro: Record, 1978)

 

 

 

O PEIXE

 

Outrora fora o reino: entresilente

espada levitando nele essência,

na fome de seu fio, numa ausência

que exala de sua forma semovente.

Sobre o concreto agora e ao compasso

do sangue trabalhando o movimento

de sua angústia, íntimo alimento,

em que elabora o sal de seu cansaço.

Em si mesmo fechado, na avidez

de sua lâmina acesa, o que o corrói

por dentro se contém sob a mudez

da coisa despojada do que foi.

Mas que resiste, em causa e conclusão,

no mar de sua própria solidão.

 

 

O CÃO

 

Nada mais próximo da morte: o cão

dormindo na calçada. Na medula

do sonho se mantém, e não se anula

ao modo de mosaico, ralo e chão,

sobre cuja epiderme, alto-relevo,

desenha a sua sombra, que o ocupa

como a tudo que a morte desocupa

acentuando o cárcere e o relevo.

Por entre as coisas próprias de uma rua

persiste indecifrável, pelo, instinto,

e sempre distinguido do comum

quando a morte o constrói e o faz nenhum,

a figura do cão, só, no recinto

do sono transbordante em que flutua.

 

 

OS CAVALOS

 

Em seu tempo compacto, na tração

contida pelos músculos do ventre,

com suas âncoras baixadas entre

os imãs de seus campos de atração,

suas máquinas cessam, e então presas,

em suas raízes, como no degredo

em que melhor ponderam o segredo

do que é neles latente, e são represas.

Medindo-se nos ciclos da corrente

dos momentos de mar e contenção,

esperam que seu faro vá levá-los

ao desespero penso do intervalo

em que trabalham toda uma explosão

que lhes dará sentido, eternamente.

 

 

PAISAGEM

 

Sou o que me vês

mais o que vejo em ti

quando me vês.

 

Pelo que me vês me vejo:

a distância insular

entre mim e eu mesmo.

 

És o que vês em mim

quando te vejo:

buscar-me em ti, em fim.

 

Em teus olhos vejo

azulejar-se o olhar,

sêmen, amar, semear.

 

Em teus olhos o olhar

colorido transitar

que vai do ser ao se doar

 

És o meu no teu corpo:

uno instante de fazer

ao de sobreviver.

 

Olhar prenhe de horizonte:

bem do mar que o ar risca

ou do azul que é seu, faísca?

 

Dentro de ti meu degredo:

sou o que nunca me viste;

nem, imprevisto, existe.

 

Dentro de mim teu segredo:

és o que sou, minha flama,

no raso ventre da cama.

 

 

Página publicada em janeiro de 2008.


Voltar para a  página do Rio de Janeiro Voltar ao topo da página

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar