| AMARÍLIO AGUIAR ( BRASIL – RIO DE  JANEIRO )      ANUÁRIO DA POESIA BRASILEIRA  1995.  Organizador  : Laís Costa Velho.  Rio de Janeiro:  CODPOE – Cooperativa de Poetas e Escritores, 1995.  116 p.                     Ex. bibl. Antonio Miranda     DEVASTAÇÃO
  Se tudo findou-sea  estrada ficou.
 A  paz que pairava
 No  topo do tempo
 fendeu-se  na esteira
 dos  gritos de Baco...
 
 O  silêncio morreu.
 
 Das  casas no campo,
 Nos  campos de outrora,
 Das  flores pendidas
 Dos  belos jardins.
 Dos  cravos e rosas
 flamantes  flamboyans,
 Saudades  ficaram.
 
 Meus  passos que outrora
 Cantavam  o presente
 Na  tentativa
 Na  estrada florida
 Tecendo  alegria.
 Pisaram  de novo
 com  passos cansados,
 Sem  som e harmonia...
 
 O  tempo se fora
 levando  a alegria
 Trazendo  a miséria,
 Levando  harmonia
 Lavrando  favelas
 E  a própria agonia
 De  agora rever
 Aquilo  que fora
 Meu  sonho de outrora...
 
 
 COMPASSO DO TEMPO
 
 O  vento lutava lá fora
 revolvendo  um som distante
 que  de distante ficara
 num  remotíssimo passado.
 
 Aos  poucos soba lufada,
 foi-se  aclarando uns metais.
 Em  melodias pautadas
 nos  tempos do nunca mais.
 
 Ouviu-se  a foz do piano,
 o  trinar do clarinete,
 trombone  no contra-canto
 saxofone  suave...
 
 Em  toda orquestra do encanto,
 sobressaia-se  o trompete,
 e  o pistom e a bateria
 rimavam  o tom de harmonia.
 
 Se  revezavam no campo,
 Ella  Fritzgerald .
 Ray  Charles e Sammy Davis,
 Barbra  Streisand e Diana Ross.
 
 A  orquestra dos velhos tempos
 era  um jazz-band completo.
 Em  que o maestro Armstrong
 cantava  e tocava o trompete.
 
 Assim,  o jazz-band fantástico
 na  fantasia do tempo
 palavra  no ar e estático
 a  melodia espalhava...
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