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OLIVEIRA NETO        

(1907-1983)

 

Carlos Ferreira de Oliveira Neto nasceu em São Raimundo Nonato, no dia 18 de fevereiro de 1907.
Seus livros, a partir de Ícaro (1951), a partir dos anos 70 e 80, são edições particulares, para circulação entre amigos: Últimas árias (1971), Miscelânea poética (1980), Fonte de granti (1982) e Despedida (1983).

 

 

 

 

SILHUETA PAGÃ

 

Oliveira Neto (1907 – 1983)

Não sei donde surgiu.  Mas de repente

se encontrava comigo conversando.

Os olhos nos meus olhos, frente a frente,

eram dois pintassilgos namorando.

 

De alto porte, bonita, inteligente,

a estirpe de fidalgos demonstrando,

não podia ocultar o ser ardente

na volúpia do amor se acrisolando.

 

Silhueta pagã, onde passou

a natureza em si paralisou

e o povo abriu honrosa passarela.

 

Silenciaram todos os ruídos.

E sinto que ficou nos meus ouvidos

a sonora canção dos lábios dela.       

 

 

 

         O PARNAÍBA

Águas turvas, imenso, vagaroso,
O Parnaíba desce para o mar.
Qual um molusco, lerdo, preguiçoso,
parece sem vontade de chegar!#

 

           Sereno, vai andando, majestoso,
o aguaceiro barrento a deslizar...
E nas margens um bando vaporoso
de garças cor de neve a esvoaçar...

 

           O velho Parnaíba dos poetas!
O progresso mudou o teu destino
e te deu novas e importantes metas!

 

           És portador de um mundo de esperanças...
E o povo do Nordeste canta o hino
do sonhado futuro de bonanças....

 

 

 

 

                 O SOLITÁRIO          

               Tristonho e desolado, um homem solitário,
imitava, no aspecto, o Cristo no Calvário.

 

                  Em chagas tinha os pés, as mãos e o peito abertos,
e andava a mendigar o pão pelos desertos.

 

                  Na voz tinha a ternura e o amor do Nazareno,
prendendo todo mundo em doce olhar sereno.

 

                  Solícito e discreto a todos atendia.
Pregava o amor de Deus – o nosso Pai e Guia.

 

                  Tratava com carinho e amor as criancinhas,
em cuja voz ouvia a voz das andorinhas.

 

                  Cantava de manhã, “rezava a Ave Maria”,.
um hino ao sol tecia ao fim de cada dia.

 

                  Sem ódio e sem rancor, na trilha da verdade,
pregava sem temor — justiça e Liberdade!

 

                  Chicoteado e preso ao tronco de madeiro,
sincera a voz soltou no verso derradeiro:

                 
— Não sou Nero, nem Judas, nem Caim,
tenho a chaga de amor dentro de mim!

 

 

 

 

Poesia mística, Poesia religiosa.

 

Página publicada em janeiro de 2020.         

                                                                                

 


 

 

 
 
 
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