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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

MARTINS VIEIRA

 


Júlio Antônio Martins Vieira nasceu em Teresina, Piauí, no dia 29 de abril de 1905. Faleceu em Teresina no dia 28 de julho de 1984.

gressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, transferindo-se para Porto Alegre. Deixou a carreira militar por virtude das rebeliões tão comuns nesse conturbado tempo da política nacional, e voltou à terra natal. Um dos fundadores do Cenáculo Piauiense de Letras, prestigiosa instituição de intelectuais fundada na década de 20 e que teve curta duração. Professor de várias disciplinas em estabelecimentos de ensino secundário da capital piauiense. Mestre acatado dos estudantes, deu tudo de si ao magistério. Jornalista combativo e corajoso, ilustrou as colunas de jornais e revistas de Teresina. Utilizava-se quase sempre do humorismo à inglesa para o ataque aos adversários. Conferencista. Cultivava deliciosa e fina ironia. Das mais notáveis vozes da poesia piauiense, mereceu elogiosos conceitos de Menotti Del Picchia. Escrevia com profundo respeito à correção da linguagem e a propriedade estilística. Alguns autores lhe definiram o talento literário.

screveu "Getuliadas", critica a ditadura de Getúlio Vargas, versos camonianos publicados na imprensa, "A Ceia dos Sovelas" (teatro), paródia, e "Canto da Terra Mártire", obra épica, de profundo telurismo, à qual se juntou algumas de suas melhores análises literárias.

Biografia extraída de: http://acervoatitofilho1.blogspot.com/

       

 

 

Poemas do livro  Canto da terra mártire (1977):

 

 

 

               O PARNAÍBA



Vem de longe, tangendo alvacentas espumas
Ao sabor da corrente, eriçando cachoeiras,
Aqui, se aperta; ali, se espraia, enquanto as plumas
De leques vegetais baloiçam nas palmeiras.

                Leva a flor que tranquila adormece entre as brumas
E se deixa impelir como as balsas fagueiras,
Onde geme o violão do embarcadiço, e algumas
Das coisas vão ferir as cordas verdadeiras...

        — O rio benfazejo, ó Pai velho das crianças,
Águas que vão molhar o solo e as belas tranças
Da noiva que se banha em ti, ao vento e à luz,

        Ó rio benfazejo, aplacarás a sede
Do mar, deixando aqui o pão em cada rede
E a nós, pelo batismo, o nome de Jesus.

 

                       

 

       
PROMESSA VIL

        O Céu finge que ri, fecha a carranca:
irado, amarfanhando o punho — a renda branca,
disfarça num muxoxo um fuzilar de raio.
O Sol se inclina mais, olhando de soslaio,
e, ouvindo o rataplã dos bombos do Infinito,
oculta-se, a fugir, qual um astro proscrito.

        Na cúpula central da Sé da Eternidade
bimbalham carrilhões.  Desaba a tempestade
Mil raios a silvar, cor de aço, coruscantes,
soprando um pleno espaço os cebês verdejantes,
parecem pentear as crinas encrespadas
dos negros esquadrões das nuvens rebeladas.

        Vêm elas a rugir. Um furacão sacode-as;
marcaram mil trovões, fantásticas rapsódias
por entre o fuzilar de estranhos azorragues,
avisos de Tupã, mostrando Tudo ou Nada
a força sem matéria, à frente da lufada!

        Começa o crepitar de roucos alaridos,
metálicos, febris, soluços mal sustidos
uivando em derredor. Um arrastar de pesos
no sótão da amplidão vem sacudir, retesos
os nervos a fremir, que esperam pela chuva.
Debalde! O Céu se opõe, arremessando a luva...

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2020


 

 

 
 
 
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