JOAQUIM RIBEIRO GONÇALVES 
                    
                  (Amarante, Piauí, 1860 — 24 de junho de 1919) 
                    
                    
                  Poeta, jornalista e político. Bacharel em Ciências  Jurídicas e Sociais pela Faculdade do Recife. Juiz de Direito em São Bento, MA,  Barras do Marataoã e Amarante, no Piauí. Procurador-Geral do Estado do Piauí, que  logo deixou para se candidatar ao cargo de Vice-Governador. Foi eleito  simultaneamente deputado e senador federal pelo Piauí, em 1909; optou pela  senatoria, em que foi reeleito em 1917. Nascido em Regeneração, em 1855, e  falecido no Rio de Janeiro, em 1919. Publicou: "Vislumbres", versos,  1879; "Rimas", 1882; "Mártires da Vitória", 1880;  "Emancipação", 1881; "Três Liras", de colaboração com  Anísio de Abreu e Antônio Ru-bim, 1882, Recife. Patrono da Academia Piauiense  de Letras, cadeira n9 13, sendo o primeiro ocupante Antônio Ribeiro  Gonçalves e o atual Clidenor de Freitas Santos. 
                    
                    
                    
                  
                  ANTOLOGIA DE  SONETOS PIAUIENSES [por]  Félix Aires.   [Teresina: 1972.]  218p + VI.  Impresso no Senado Federal Centro Gráfico,  Brasília.  Ex. bibl. Antonio Miranda 
                    
                    
                  SONETO 
                    
                  Bela manhã. Nós íamos sozinhos  
       Como um casal de rolas venturosas,  
       Ao verem-nos passar, riam-se as  rosas  
       E voavam cantando os passarinhos. 
                    
                  Eu adiante — afastava-te os espinhos,  
       Tu — colhias as flores mais  formosas,  
       Nossas almas unidas, amorosas,  
       Ouvindo a eterna música dos ninhos, 
                    
                  Um dueto de amor íamos cantando,  
       Tão expressivo, harmônico e tão doce  
       Como o prazer que estávamos gozando; 
                    
                  Depois, sombra que o sol da mocidade  
       Dissipa e varre — o sonho  dissipou-se,  
       Acordo e te não vejo! Oh! Que  saudade! 
                    
                    
                  Página publicada em  fevereiro de 2016 
 
                  
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