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POESIA ERÓTICA / FESCENINA

POESIA ERÓTICA / FESCENINA

MARCUS ACCIOLY

Ilustração: Francisco Brennand
Ilustração: Francisco Brennand
De
mm
ÉRATO
(69 poemas eróticos
e uma ode ao vinho)

Rio de Janeiro: José Olympio, 1990
“Prêmio Jorge de Lima”


“Que o eventual leitor não fuja à alegria de conviver com estes poemas incomparavelmente eróticos ou eroticamente incomparáveis, a que se junta — muito pagãmente — uma ode ao vinho que é, em termos clássico, um tratado poético./ Todo um universo humano de experiências e saberes acumulados dentro do melhor hedonismo e desejáveis a todos os semelhantes, no sorriso e na alegria, brota deste manual de boa arte amatório-erótica,rico não só de saber, mas de engenho e arte.  ANTONIO HOUAISS

 

37

Explorarei teus vales e montanhas
(ó terra transformada) explorarei
(no mais dentro de ti) tuas entranhas
(escavando-te a gruta) gozarei
o prazer que me fere quando arranhas
tuas unhas em mim (ou beberei
nas fendas da vagina o sal que apanhas
do rio de suor que em ti suei)
solo de carne és farto de ti mesmo
(se o teu clitóris se embriaga a esmo
posso não ser a posse (eu sou o estupro)
         e onde tu és mulher eu sou um bruto
         para que o gozo anão seja  gigante

 

48
 R
 

         onde tu estás
         como um bicho no cio ou feito um pássaro
masturbando outro pássaro no espelho)
onde em mim não estás? (em tudo és dentro)
se me afasto do tempo estás no espaço
pois não sais dos lugares onde eu entro
(sempre nunca te encontro) muitas vezes
eu atravesso a sombra do teu corpo
como quem cruza um túnel (mexo as fezes
que entre nós dois o coração tem posto)
porém é farta de pecado e suja
que te quero à lembrança que te ama
(que porco eu sou fuçando a tua vulva
cheirando a peixe sobe o mar da cama?)


54
 I

          ‘”por trás o prazer é diferente
         do gozo pela frente” (diz) e a boca
suplica (“mais”) ai toda a carne é pouca
para todo o desejo (pela frente é pouca
para todo o desejo  (pela frente
o amor no próprio mor se satisfaz)
mas é diverso o coito por detrás
da fêmea (é como os animais copulam)
existe um cio por detrás (um jeito
de pegar os cabelos quando ondulam
suas crinas) que o gozo insatisfeito
precisa de mais gozo para ser
em sua plenitude ou gozar mais
(se uma só vez o amor acontecer
é preciso que seja por detrás)


PÓS-ESCRITO

H

         na página do corpo o (lápis) pênis
         procura o poro vegetal ( ó árvore
 de pele e folha) a árvore da carne
e a carne da madeira (o amor suspende
a corda do prazer em seu pescoço
e nas mãos de assassino enforca o gozo)
cada palavra é um sexo (eis o esperma
da grafita) eis a seiva ou o sêmen (líquido
que escorre no papel ou escorre à perna)
eis sobre a mesa o fim do coito (ou o livro
saciado na cama) e eis (Flaubert)
teu jeito de agüentar sem jeito a vida
(dentro da poesia e da mulher)
em orgia perpétua e suicida

 

Página publicada em janeiro de 2009

 


 

 

 
 
 
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