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GONÇALO JÁCOME

 

 

GONÇALO Casimiro JÁCOME de Araújo — Discípulo de Cruz e Souza, integrante ativo do grupo da Rosa-Cruz, Gonçalo Jácome, depois de cursar, por algum tempo, a Escola Militar da Praia Vermelha foi funcionário dos Correios do Rio de Janeiro. A. Muricy (Pan. Mov. Simb. Bras., II, pág. 184) diz que G. Jácome “nunca deixou (…) o tom típico, a ênfase e o hermetismo de poeta nefelibata ou decadente”. Prefaciando-lhe a obra Inanis Labor, achou Carlos D. Fernandes que G. Jácome era “um místico dos primeiros séculos do Cristianismo”. (Pernambuco, 27 de Fevereiro de 1875 — Rio de Janeiro, Gb, 10 de Novembro de 1943.)

 

 

 

Flores Noturnas


Na eterna paz das noites silenciosas

E por onde estrelas glaciais florescem,

Pelas excelsas aras luminosas

Dos céus azuis, brancas neblinas descem.

 

Cristalinas hosanas langorosas

Na boca dos arcanjos desfalecem.

E num concerto de harpas misteriosas

Lótus de amor pela amplidão fenecem.

 

Todo o paul da terra se perfuma

E desabrocha no éter e na bruma

A gestação das flores imortais.

 

E, do mar das angústias e das ânsias,

As nossas almas bóiam nas distâncias

Das remotas paragens siderais.

 

 

 

 

Predestinação

 

 

        Não deplores viver sob o anátema triste

        De um sofrer infinito, estranho visionário,

        Pois a glória de um deus neste mundo consiste

        Em ser como Jesus e subir ao Calvário.

 

        Poeta! às altas regiões os teus voos desferiste.

        Teu espírito foi à terra refratário.

        Contra os maus, com teu gládio, um dia te insurgiste,

        Resigna-te afinal e cumpre o teu fadário.

 

        Teu nobre coração será exposto às lanças,

        Às perfídias brutais, às míseras vinganças,

        E hás de errante morrer sem pouso e sem carinhos...

 

        Mas por ti luzirão as noites estreladas,

        Mas por ti vibrarão as almas delicadas,

        Mas por ti clamarão as pedras dos caminhos.

 

 

 

        U N H A S

 

       Guardam as falangetas de teus dedos,
desses teus brancos dedos delicados,
unhas conhecedoras dos enredos,
das volúpias, dos gozos, dos pecados.

 

        Unhas reveladoras dos segredos
da alma, do som, das cordas, dos teclados,
que nas fúteis carícias e brinquedos
ferem como punhais envenenados.

Pois bem! Quando essas unhas tentadoras,
vezes perversas, vezes promissoras,
vêm minhas mãos nervosas atritar:

as hienas da carne e do desejo,
do mortal abandono, num bocejo
fremem na sua solidão polar!




Página publicada em julho de 2020

 


 

 

 
 
 
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