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                   Foto: www.paraibacriativa.com.br 
                    
                  GILMAR LEITE  
                    
                  Natural  de São José do Egito (PE), atua como professor na Universidade Federal da Paraíba.  O poeta tem dois livros publicados pela CEPE (PE), um pela Massangana (Fundação  Joaquim Nabuco - PE) e um pela Editora da UFPB; todos no campo da poesia. Além  desses livros, o autor publicou a dissertação e a tese (editora Appris -  Curitiba) em forma de livros. O poeta é da região do Pajeú, lugar  tradicionalmente conhecido como a Terra da Poesia, devido ser a vertente dos  grandes poetas repentistas. O poeta Gilmar escreve, em sua maioria, no formato  soneto. Mas, também, escreve décimas, decassílabos, galopes e alexandrinos.  Membro da UBE-PB. 
                    
                    
                    
                    
                  IMAGENS LITERÁRIAS: a realidade  e o sonho. Antologia 2020 – UBE – PB: autores      paraibanos  e convidados.  Poesia – Contos – Crônicas  – Artigos.    Organizadores: Ana  Isabel de Souza Leão – José Edmilson Rodrigues – Luiz Augusto Paiva.   Itabuna, Bahia: Mondrongo, 2020.  224 p.   13,5 x 23 cm.   
                  ISBN 978-65- 86124-22-4  Obra publicada  sob a chancela da União Brasileira de Escritores – UBE, Subseção da Paraíba.   Ex, biblioteca de Antonio Miranda
                    
                    
                    
                    
                         CREPÚSCULO SERTANEJO 
                    
                  Deita a tarde na curva do crepúsculo;  
                    Nuvens negras são ilhas na amplidão;  
                    Fica grávido o corpo do sertão,  
                  Onde um feixe de luz parece um músculo. 
                   
                    
                  Cada vez mais o sol fica minúsculo,  
                    Contraindo-se como um coração,  
                  Que, sangrento, vermelha a imensidão,  
                    Pra o ocaso que surge em tom maiúsculo. 
                    
                  Velhas árvores se curvam pra o poente,  
                    Como o velho campônio que é crente  
                    Nos mistérios da noite sertaneja. 
                    
                  É o instante pra o sol que foi gigante  
                    Se render para a noite triunfante,  
                    Quando o escuro no peito lhe dardeja.  
                    
                    
                  AMOR  PERDIDO  
                    
                  Meu coração navega sobre a proa  
                    Atravessando os mares da ilusão,  
                    E com saudade escuta uma canção  
                    De um amor perdido na velha Lisboa. 
                    
                  O seu pulsar relembra Madragoa  
                    Embriagada ao som de um violão,  
                    E cada acorde vibra uma paixão  
                    No peito nauta que navega à toa. 
                    
                  Ouvindo as ondas, pensa no passado,  
                    Quando escutava a voz de um velho fado  
                    No Bairro Alto, berço da boemia. 
                    
                  Meu coração navega na esperança...  
                    Cada canção da vaga é a lembrança  
                    De um amor que ficou na Mouraria. 
                    
                    
                    
                  ESCALADA  
                    
                  Sempre escalo o Himalaia do meu peito  
                    Encontrando o Tibete do coração,  
                    Pra fazer a paz da meditação  
                    Mesmo a altura tendo o ar rarefeito. 
                    
                  Ao subir, eu encontro satisfeito,  
                    Um lugar pra fazer minha oração,  
                    Cada passo sob a introspecção  
                    Vou crescendo o que sou, e me aceito. 
                    
                  Lá no alto, uma luz logo me inflama,  
                    E na minha alma o Sidarta Gautama,  
                    Sente a vida que a cada dia muda. 
                    
                  A montanha que subo não tem fim!  
                    Quanto mais eu escalo, sinto em mim,  
                    Uma paz no meu coração de Buda. 
                    
                    
                    
                  NA MARGEM DO AQUERONTE  
                    
                  Sobre a margem do turvo Aqueronte  
                    Vejo a vida em tumulto e confusão,  
                    E pergunto ao meu frágil coração: 
                    Quem é o homem que ali está defronte? 
                    
                  Ele fala que o homem é Caronte  
                    Condutor da temível embarcação,  
                    Que atravessa pra o mundo da aflição  
                    Os malditos que estão sem horizonte. 
                    
                  Eu pergunto: quem está sobre o érebo? 
                    Meu coração responde: é Cérbero!  
                    O trimegisto cão de três cabeças. 
                    
                  E uma frase meus olhos logo alcança,  
                    Que diz: "renunciai toda esperança  
                    Ó vós que entrais nesta treva espessa". 
                    
                    
                    
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                  http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/paraiba/paraiba.html  
                    
                    
                  Página publicada em janeiro de 2021 
                    
                
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