Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

Foto: palavrastodaspalavras.wordpress.com

BÁRBARA LIA


(Assaí, 24 de agosto) é uma escritora brasileira.

Nasceu em Assaí, norte do Paraná, e vive em Curitiba. Publicou poemas em jornais literários como Rascunho, Garatuja, Mulheres Emergentes, Revista Etcetera, Revista Coyote, Ontem choveu no futuro. Na Internet, tem textos publicados na Zunái, Cronópios, Blocosonline, Editora Ala de Cuervo, entre outros.

Bárbara foi por duas vezes finalista do Prêmio Sesc de Literatura: em 2004 com o romance Cereja & Blues (inédito em livro) e, em 2005, com o romance Solidão Calcinada (publicado em 2008 pela Secretária de Estado da Cultura). Por duas vezes destaque no Concurso de Poesias "Helena Kolody" em 2006 (3° lugar com a poesia Águas de Alexandria) e em 2007 Menção Honrosa com a poesia Os meninos e eu. Vencedora do Prêmio UFES Literatura 2010, com 09 poesias que integram seu livro A flor dentro da árvore publicados na antologia Prêmio UFES Literatura publicado pela EDUFES - Editora da Universidade Federal do Espírito Santo. 2° lugar no Prêmio Cataratas 2012 com a poesia Holocausto dos Livres...

Em 2004 debutou no mercado editorial com O Sorriso de Leonardo. Dois anos depois, publicou Noir. Em 2007, O Sal das Rosas e A Última Chuva. Em 2008 publicou através da Imprensa Oficial do Paraná o romance - Solidão Calcinada. Em 2010 o romance - Constelação de Ossos - através da Editora Vidráguas de Porto Alegre. Em 2010 criou o projeto - 21 Gramas - livros artesanais. Em 2011 publicou Tem um pássaro cantando dentro de mim e A flor dentro da árvore. Os poemas de Bárbara Lia são cercados de simbolismos e de forte lirismo, Bárbara "desenvolve linguagem e texto refinados".

Em 2010, ao lado de Affonso Romano de Sant'Anna, Augusto de Campos, Claudio Daniel, Márcio-André entre outros importantes autores da atualidade, faz parte do livro de ensaios O que é poesia? (Ed. Confraria do Vento), organizada por Edson Cruz. Integrou a Antologia O melhor da Festa 3 - Festipoa / editora Casa Verde e a Antologia Amar, Verbo Atemporal (ed. Rocco), entre outras.

Obras: O sorriso de Leonardo (Poesia, Edições Kafka - 2.004); Noir (Poesia, ed. do autor – 2.006); O sal das rosas (Poesia, Lumme editor – 2.007); A última chuva (Poesia, ME – ed. alternativas – MG – 2.007); Solidão Calcinada (Romance, Secretaria da Cultura / Imprensa Oficial do Paraná - 2008); Constelação de Ossos (Romance, Ed. Vidráguas - 2010); Tem um pássaro cantando dentro de mim (Poesia, 2011 - edição independente); A flor dentro da árvore (Poesia - edição independente)

Fonte: wikipedia

 

FANTASMA CIVIL. XX Bienal Internacional de Curitiba 2013.  Organização Ricardo Corona.  Curitiba, PR:          Fundação Cultural de Curitiba, 2013.   43 cartões com imagens aéreas de Curitiba e, no reverso, versos de poetas paranaenses. Projeto gráfico Medusa. Obra inconsútil.  ISBN 978-85-64029-08-8  Inclui os poetas: Josely Vianna Batista, Lindsey R. Lagni, Ademir Demarchi, Luci Collin, Fernando José Karl, Roberto Prado, Sabrina Lopes, Bruno Costa, Amarildo Anzolin, Carlos Careqa, Roosevelt Rocha, Camila Vardarac, Marcelo Sandmann, Vanessa C. Rodrigues, Anisio Homem,  Greta Benitez, Ivan Justen Santana, Mario Domingues, Marcos Prado, Bianca Lafroy, Estrela Ruiz Leminski, Sérgio Viralobos, Alexandre França, Helena Kolody, Wilson Bueno, Paulo Leminski, Alice Ruiz, Zeca Corrêa Leite, Édson De Vulcanis, Afonso José Afonso, Homero Gomes, Leonardo Glück, Hamilton Faria, Emerson Pereti, Andréia Carvalho, Ricardo Pedrosa Alves, Priscila Merizzio, Marcelo De Angelis, Adalberto Müller, Cristiane Bouger. 

 

 

 

 

LIA, Bárbara.  Forasteira.  Porto Alegre : Vidráguas, 2016. 80 p.
(Coleção Ventre Linhas) ISBN: 978-85-62077-36-4 1.

 

 

I
A máquina de costura da mãe era uma
[Leonam marrom

 Eu ficava diante dela a brincar pela primeira vez
[com as palavras:
— Leonam é Manoel ao contrário  

 

 

II
Relva úmida de um sítio no interior
Curral pleno de feno.
Uma amiga simplória
Seus rascantes conselhos, a frieza alemã:
— Fique do lado de cá do arame farpado! Sem fala ululante, voz melosa ou
[louvações inócuas
O mundo é um pasto pleno de vacas perigosas
Mesmo que elas atirem sonsos
[olhares molhados


Ainda hoje eu sigo assim: lado de cá do
[arame farpado  

 

III
Cheiro da infância – saudade doce
Minha mãe índia – sorriso lindo
Jovem morena na cozinha imensa:
(milho verde - hortelã - goiaba madura)

 

Cérebro decodificando odores
Outra cortina erguida
Serraria imensa – final da nossa rua
Lá onde o arco–íris morria
Estação de esqui montanha amarelada
(madeira úmida como gelo granulado)
Hora do nosso belo idílio
– Aspen sem mistério –
Risos soltos, trenós improvisados

Final de noite
(sopa de aipim)
Papai calculando Óculos no nariz
Utilizando o ábaco
As baforadas
(cigarro de palha – único hábito)

 

Coração dilacera de saudade
Se um ancião recurvo passa ao meu lado
Soltando baforadas daquele cheiro acre

 

 

 IV
Grãos de café in natura –
[pálidas estrelas aglutinadas -
Os filhos dela: “rebentos de oliveira
[ao redor da sua mesa”
Os grãos rejeitados, atirados ao chão
Expropriados do céu
A eterna interrogação:
— Quem assinala o grão bom
[e o grão estragado?

Os grãos desprezados ainda valsam
No céu do meu triste coração criança


V
Na estepe do coração da mãe
Eu era o som da balalaica triste

       A doer feito punhalada

 

 

 

 

LIA, Bárbara.  L´amour me ravage.  Curitiba: Edição da autora. 2019.   120 p.  13 x 20 p.      ISBN 978-85-906912-509   Ex. bibl. Antonio Miranda

O título do livro — L´amour me ravage — significa — O amor me assola — e é um verso do poeta Jean Cocteau.

 

 

            Rimbaud

Flor escandalosa

Meu pai sonhava o deserto e viveu ao lado do amor
Rimbaud pisou o deserto e sonho reinventar o amor
Rimbaud viveu o deserto; meu pai morreu de amor

O pai surfava o mar de estrelas
Com um teodolito da cor da destemperança
— verde oliva que pende ao amarelo —
Quando eu dormia, ele soprava poesia
Por cima das minhas cobertas
Rimbaud passava as noites regando com nuvens
Minha alma/fogo e a semente

Nasceu esta flor escandalosa
Da coar dos olhos do amor
E do deserto sonhado
Por meu pai e Rimbaud

 

 

Quando ele corria
pelos telhados de ardósia
as pombas arrulhavam
em ventania
seu casaco — vela sacudida
estremecia
a maré da monotonia

 

 

        Tínhamos a mesma idade
Quando vimos o mar
Este mistério de impaciência
— Rimbaud e eu —

Por isto
Pisamos telhados
Ao invés de chão

Por isto
Machucamos nossos amores
Com nossas próprias mãos

        Por isto
As velas acabam na madrugada
Antes que o poema acabe

— Por isto, tão pouco a vida para tanta
voracidade.

 

 

A vela acesa, o estábulo, o feno
O vento rutilante lá fora
Uma estação no inferno
Um grito dentro
Que ainda espanta
Em todas as catedrais
As pombas brancas

 

       Mar absinto

Nossos olhos de dezoito anos
acomodaram o mar
Sobrou a maré em torno
um sussurro de conchas
e nos acordar nas noites brancas

Nossos olhos de dezoito anos
beberam do mar/absinto
como ao vinho santo.

Nossos olhos negros e azulados.
Uma sereia recolhendo a rede
os corações de dois poetas ali – enredados


Nossos olhos de dezoito anos
Nossas almas milenares.
Nossos amore fracos à soleira da incerteza.
Tanta beleza em ti, Rimbaud!
Tanta ausência em mim!

E nas marquises
bêbados ainda caminham
buscando o sol
que você guardou pra mim

 

 

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2016. Ampliada em julho de 2020; Página ampliada em agosto de 2020


 
 
 
  Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar