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LEANDRO TOCANTINS

LEANDRO TOCANTINS


 

(Belém, 1928 — Rio de Janeiro, 2004) foi um escritor brasileiro.

 

Formado em Direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, aos 21 anos escreveu seu primeiro livro, O Rio Comanda a Vida, no qual faz um estudo da importância e influência dos rios na vida dos povos da floresta amazônica.

 

Foi assessor de Arthur Cezar Ferreira Reis (1908-1994) na Comissão de Valorização da Amazônia, diretor da Embrafilme e adido cultural em Lisboa. Foi também assessor do Conselho Federal de Cultura.

 

Escreveu inúmeros livros dedicados à Amazônia e muitos livros de poesia. Dentre seus livros destaca-se Formação Histórica do Acre. Fonte: Wikipédia

 



TOCANTINS, Leandro.  Cosmoinfância (poemas desgarrados). Prefácio de Raquel de Queiroz.  Ilustrações de Poty.  Rio de Janeiro: Editôra Artenova, 1969.   47 p.  ilus.  15,522 cm.  “ Leandro Martins “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

o rio e a vida

Fauno dos tempos,
o rio.
Desejo eterno,
sêmen das horas,
fecundando o ventre da terra.
Estupro das águas
no leito enfurecido de espumas.
Lírios incendiados de êxtase,
gestação de orvalhos,
a dor angustiosa do parto,

águas na massa sequiosa de vida.

 

 

mulher da ponte

 

A ponte, arquitetura do amor,

oculta no pasto dos prazeres.

O carmim no rosto,

suores vermelhos,

na noite regada de fúria e paz.

Mulher da ponte mulher puta

na imaginação transfigurada do menino,

mulher lírio que brota do estrume proscrito,

ressurge na luz da manhã amarela,

do sol presente (ou da luz ausente),

estende a mão impura (ou pura),

ingênua precisão

de afagar de leve o rosto do menino

que passa na ponte imponderavelmente obscura.

0 desejo a espreita de passos ainda ausentes

no desassossego da morna transfiguração.

Mulher puta?

Mulher lírio?

Puta ponte.

 

 

ilha de marajó

 

A ilha empurrando o mar,

contendo o rio

pra que não chegue tão depressa ao fim.

Ilha das imagens voando no espírito do vento,

infinita lembrança de música adolescente,

claridade de grandes céus

nos braços do campo verde.

O boi, o cavalo,

o cheiro de leite,

o cheiro de mato

moídos no imenso ar entornado na aurora.

0 cheiro de bosta,

curral dos sexos,

masturbação animal no perfume dos úteros,

desejos de encontrar o sol

na manhã ferida de sangue

do instinto solto no mar expectante.

 

 

 

Página publicada em setembro de 2009; ampliada e republicada em julho de 2015

 


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