Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Jorge Campos junto à estátua
do poeta maior Ruy Barata.

JORGE CAMPOS

Jorge Campos é poeta, contista, compositor e artista plástico. Lançou os livros de poesia: Ilhas (2001) e O Pássaro latino-americano (2002). Recebeu menção honrosa no X Concurso nacional de poesia Menotti del Picchia (2004). Integra com dois contos a antologia 15 Contistas da Amazônia(2006). Como compositor/letrista, tem por parceiros, Sérgio Leite, Alcyr Guimarães, Paulo André Barata, entre outros. Participou com poesias e canções do Cd/Dvd Samba de artista que reune autores e intérpretes da terra.  Com Sérgio Leite venceu em 2006 o 1° Festival da canção de Icoaraci, e o prêmio de melhor arranjo, e em 2007, ganhou o terceiro lugar no 9° ServFest. Em agosto de 2008, foi um dos vencedores, único do Pará, do 1º Prêmio literário Canon de poesia 2008.

Menção Honrosa no Concurso literário anual (2008) da ABL (Academia Paraense de Letras) com o livro de poesia "Palavras soltas nas ruas".

 

De
O PÁSSARO LATINO-AMERICANO
Belém: Alves Gráfica Editora, 2020

Não, não me tirem este livro sem cor,
com seus versos de flores sedentas
e páginas de absinto e desalento,
ele me dá vida,
quando me falta amor;
ar, quando me tampam o vento.

PEDRAS COLONIZADAS

Lascas secas e seculares
guardas na mente das tuas ruas,
paredes, praias, pisos,
as vozes das raízes da terra incauta,
os versos duros das carruagens,
os lamentos agrilhoados d´além-mar
o sopro da arrogância na ferida
salgada e pisoteada
pelos cascos imperiais.

Na memória branca e loura
dos teus sulcos, marcados
pela nobres alcovas,
pelas coroadas cocheiras,
pelas dores indígenas e escravas,
ouvi o gemido dos amantes.
E comi o brilho feitor e frívolo
nas bocas fétidas e nevoentas
nas mesas frias e sudorentas.

Na memória negra e rubra
das tuas fraturas
perdi no tronco da agonia
minhas peles de senzala e banzo.
E na raça dos caciques
morri tantas vezes
preso na cruz de aço
da tua catequese.


METAMORFOSE DO OCASO

Cai o susto escuro
sobre o poente agonizante.
O sol é tragado pela caixa noturna:
latrina entre latidos sul-americanos.
A carruagem estelar
repete o solitário passeio
da vaidosa feiticeira: a lua
dos malditos, das necroses,
das metamorfoses.

Gatos versicoloridos,
pardacentos se ampliam,
seus desejos mais devassos
declaram sua alforria no ocultismo
das fadas negras e dos duendes travessos.
Os humanos-gatos se espelham, se atravessam.

Dos dedos dos esgotos,
roedores esticam o meio-fio pelas ruas alcoolizadas
e incendiadas pela transfiguração do Serafim em Satã,
que larga nas avenidas das meretrizes
o couro da primeira serpente, o seio da primeira mãe.
Os humanos-ratos se querem, se amamentam.


POEMA ASCENDENTE

         “La esperanza es un niño ilegal, inocente,
          reparte sus volantes, anda contra la sombra”
                                Juan Gelman

O fado dos presságios,
o abraço das crenças,
o sono das cidades,
a paz dos grilos,
o riso da tristeza,
a insônia da calma,
o sufoco dos estrilos,
o crepúsculo do ancião,
a rosa dos beligerantes,
os passos do silêncio,
o orvalho da infância,

devem seguir
as vírgulas celestes
do poema riscado
pela cauda do cometa
lançado pelos oráculos
das acrópoles cegas
que caminham
sem viço, sem bonança.

Página publicada em agosto de 2008

  




Voltar à página do Pará Voltar ao topo da página

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar