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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MOACYR CHAGAS

 

 

Foi membro da Academia Mineira de Letras.

 

 

CHAGAS, Moacyr.  Últimos poemas...  São Paulo:  Livraria do Globo,  1924.   s.p.   12x16 cm.  Col. A.M. 

 

 

 

RESURREIÇAO

 

Foi numa noite assim, ao rugir da procella,

Que vieste a soluçar, rosa despetalada,

E offertei-te o meu pão, e este leito, e esta cella

Onde jamais entrara a luz de uma alvorada!

 

Procuraste occultar-me a immensa magua, aquella

Que te sulcou tão fundo a face macerada!

Alma gémea na dor, tudo se me revela!

Eu comprehendo melhor a gente desgraçada...

 

Fica. Reviverás, em silencio, commigo,

As mortas íllusões, esse romance antigo

Que inspiraste e escrevi, serenamente, outr'óra...

 

E sonha... Sonharei... Dois corações defuntos,

Unidos para sempre, e reflorindo juntos,

Num milagre de amor, por este mundo a fora...

 

 

CONFITEOR

 

Quando um dia surgiste no meu horto

De beduíno sem lar, sem caravana,

Meu coração lembrava um templo morto,

Sangrando ao pêzo da injustiça humana!

 

Naquelle instante, o teu olhar absorto

Fitou-me, e, escravo aos pés da soberana,

Por te pedir mais fel, no desconforto,

Deste-me a esmola da Samaritana . . .

 

Provei-a! Melhor fora não provasse! . ,

Não ha felicidade que deixasse

Qualquer vestígio, ao penetrar aqui . .

 

A sede é tanta, e o liquido tão pouco,

Que, se partisses, maldiria, louco,

Até mesmo o momento em que te vi!

 

 

POEMA RUBRO

 

Trago perpetuamente á flor dos lábios, trago

Um sorriso mordaz de ironia e de insulto,

E em cada beijo, em cada olhar, em cada afago

De minhas mãos, ha sempre um temporal occulto!

 

Brota do arcano d'alma a esperança ? Eu a esmago!

Nasce o amor ? E' illusão! Sarcástico, o sepulto !

Em tudo vejo o embuste, a inveja em tudo, o estrago

Dos maus zurzindo o mundo, e o extermínio, e o tumulto!

 

Feliz de quem, sorrindo, os tentaculos cerra

Na treva, e os craneos fende, e elimina o covarde,

Para que jorre o sangue espadanando a terra!

 

Bárbaro e indifferente ás pragas e aos gemidos,

A celebrar cantando a apotheose da tarde

E o supremo estertor dos miseros vencidos!

 

 

Página publicada em junho de 2013


 

 

 
 
 
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