MARIA DE LOURDES COSTA DIAS REIS
Maria de Lourdes Costa Dias Reis, é mineira de Belo Horizonte, estudiosa e pesquisadora dos aspectos culturais do seu Estado. É professora de História, jornalista, escritora e folclorista.
Colaboradora de vários jornais, é autora de sete livros, um deles, premiado pela União Brasileira de Escritores. É membro efetivo da Comissão Mineira de Folclore onde realiza estudos ligados à cultura mineira. Neste "Minhas Gerais", revela, através da poesia, todo seu entusiasmo pelas coisas mineiras.
Professora e funcionária do Ministério da Justiça em Brasília, Distrito Federal.
Participa da Casa do Poeta Riograndense desd 1977; do Cenáculo Brasilieor de Letras e Artes (Rio de Janeiro), Academia Sergipana de Letas; Movimento Poético Nacional (São Paulo); Federação Brasileira de Entidades Trovistas -FEBET (Espírito Santo); Instituto Cultural Português (Porto Alegre); Federação de Entidades Culturais Fronteiritas (Uruguaiana, RS); Grupo Literário “Nova Geração” (Passo Fundo, RS) e muitas outra nacionais e estrangeiras.
Obra poética: Luar de Agosto (Poemas – Medalha de Ouro- 1982, pela Academia Internacional, Paris, França); Neco (Trovas);etc
De
Maria de Lourdes Costa Dias Reis
MINHAS GERAIS
5a. edição. Belo Horizonte: Plurarts, 2009. 65 p.
SERTÃO MINEIRO
Este cerrado coberto de matos,
árvores retorcidas, enrugadas,
de poucas folhas e de muitos troncos.
São meus jatobás e meus araticuns,
meus araçás e minhas gabirobas.
Tudo isto meu sertão mineiro,
terra rude, cheirando a mato.
Terra de sol quente,
em tempo de rebentação,
em forma de energia e vibração.
Sertão de terra mineira,
onde me entrego, inteira,
terra, chão, mato e poeira,
encontro com minhas raízes.
CONFISSÃO DE INCONFIDENTE
Sou o elo entre o presente e o passado,
sou o sonho entremeado
entre o divagar e o pensar,
entre o estático e o volátil.
A canção muda que se faz ouvir
e as melodias que não vão cantar.
Sou a ponta da corda da cisterna .
que se deixa escapar
e, quando se quer tomar,
o tempo já levou pra trás.
Sou o elo entre o ontem e o hoje,
entre a verdade e a mentira,
entre o ritmo e o descompasso,
entre o som e o barulho.
Sou nada, nada,
sem reta nem direção.
Sou o ontem que restou de tudo,
sou o hoje que sobrou do nada!
SERRO FRIO
Nestas bandas diamantinas,
nos outeiros incrustados
no meio da serrana,
fui procurar e encontrei
um presépio escondido,
Serro Frio, Serro Frio.
Casinhas bem delicadas,
em ruas de pedregulhos
tão difíceis de pisar
que machucam ao andar
os pés finos das donzelas
ou recebem as botinas
tão sonoras, nas pisadas,
dos machos deste lugar.
LITERATURA RIOGRANDENSE VOL. 6 (Poesia & Prosa). Org. de Nelson Fachinelli. Capa de Mozart Leitão. Porto Alegre, RS: Editora Proletra, 1985. 126 p. Col. Literatura Riograndense Atual, v. 6). Ex. bibl. Antonio Miranda – doação do livreiro Brito (DF)
PORTO ALEGRE
Porto Alegre,
Cidade — Sorriso,
belo paraíso
das plagas do Sul.
Porto dos Casais,
porto das crianças,
porto de esperanças
junto ao mar azul.
Tem Rua da Praia
e bairros floridos,
prédios tão antigos,
novas construções.
lendárias igrejas,
fábricas e escolas,
nosso Porto Alegre
de alegres canções.
Sopra o minuano em noites de inverno
e o gaúcho canta mágoas e saudade,
mas quando brilha o Sol trazendo a alegria,
canta a alma gaúcha em doce alacridade.
Ouvindo poetas, aves, seresteiros,
o Guaíba, calmo, rota para o mar.
Sonha Porto Alegre à luz das estrelas
e acorda risonho e feliz a cantar.
Piratini, Farrapos,
contam uma história
de lutas e de glória
de um povo viril,
sempre pronto e presente
a defender seu nome,
o nome do Brasil.
Assim é Porto Alegre,
música e poesia,
trabalho e alegria,
inverno e calor;
Porto Alegre que canta,
que luta e que trabalha,
Porto Alegra que fala
a linguagem do amor.
*
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Página publicada em setembro de 2021
Página publicada em agosto de 2010
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