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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA MINEIRA
Coordenação de WILMAR SILVA

FABRÍCIO MARQUES

FABRÍCIO MARQUES

Nasceu em Manhuaçu, a 22 de novembro de 1965.  É jornalista e professor de Comunicação na Universidade BH, em Belo Horizonte. Foi diretor do Suplemento Literário de Minas Gerais. Organizou o livro de entrevistas Dez conversas / Diez charlas (edição bilíngüe português-espanhol, 2004), com dez poetas brasileiros contemporâneos.  Publicou os livros: Marquises (poesia, 1992), Samplers (poesia, 2000), Aço em flor: a poesia de Paulo Leminski (ensaio, 2001), Meu pequeno fim (poesia, 2002).

 

NERUDA ENCONTRA LORCA

De mim fugiam pássaros
às quatro horas da tarde.

Pássaros tranqüilos,
pássaros lentos
de mim fugiam
deixando em meu peito,
no entanto, suas asas.

Às quatro horas da tarde sem vento.


FICANDO TARDE

Estou ficando tarde. E o tempo
vai carpindo antes do tempo
rugas de cansaço e lucidez.

Com ar de melancolia
(estou ficando tarde)
percorre o rosto um sorriso.

As horas se gastam, amarelam
como quando a vida arde
— ó albor — na pele, sem aviso.



O TEXTO QUE VAI

o texto
que vai
aqui
escrito
não é meu

nenhuma
linha
jogada
ao infinito

palavra
alguma
me pertence

desconfie
de tudo
pode ser
que seja

disfarce
disfarçado
de desastre

ou

plágio
que se despede
da sombra
e vai
na direção
contrária


AUTO-RETRATO EMBAÇADO


Vinte anos tenho
e as feridas
expostas em desenho

Em carne viva
a vida me chama:
quando escuto, venho

Entre objetos que me acolhem

E tudo aquilo que no dia
escapa aos olhos
em sonho retenho

Neste engenho
a minha força
empenho

como moribundo que se recusa a partir


ADMIRÁVEL PÁLPEBRA DO DIA

Admirável pálpebra do dia
estranha ao poeta que,
insone, esgueira-se sob
a fina chuva de melancolia

a perseguir palavras
como se pérolas
incrustadas na pele,
no mármore, na pupila

e nem percebe a estatuária
disposta na praça
de cuja proa partem
imagens vazias

de modernidades tardias


Extraídos da antologia OIRO DE MINAS a nova poesia das GERAIS. Seleção de Prisca Agustoni.  S. l.: Pasárgada; Ardósia, 2007. 

 

 

POESIA SEMPRE  - Ano 6 – Número 9  - Rio de Janeiro - Março 1998. Fundação BIBLIOTECA NACIONAL – Departamento Nacional do Livro -  Ministério da Cultura.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

         Encantamento pelo samba

 

        A poesia está com tudo
        e não está prosa

 

           a poesia
        não tem pressa
        não tem prazo
        não tem glosa

 

           a poesia
        está em ramos
        está em rosa

 

        rima petrosa
        texto veludo
        estrita porosa

 

           quem
          por acaso
        mantém acesa
           a brasa

 

        e vibrando
          a brisa
        da história

 

        prima por ser
           vazada
              de
        proeza e glória

 

           a poesia
        está com tudo
        e não é prosa
 

 

        D. Thomas,   M. Faustino e eu 

        Não entres nessa noite acolhedora com doçura
         velhice deve arder ao fim do dia

         ventos a favor chegam das alturas
         com tanta violência, mas tanta ternura
 

         o bardo, cão fiel que espera as horas tardas
         entende, com atraso, a voz que só murmura
         odeia, odeia luz cujo esplendor já não fulgura
 

         e então, num gesto que resume a dor escura
         apruma o corpo dentro da armadura
         ajeita a máscara, prepara o brado
         e grita, grita, porque a luz se apaga
                
               

 

                A tartaruga tartamuda 

        deixem passar, abram alas amiúde
         a tartaruga que, de ruga em ruga,
         só pede calma ao tempo, tartamuda,
         pra aprender a envelhecer dentro
         da juventude, de ruga em ruga.

 

BABEL  Revista de Poesia, Tradução e Crítica.  Ano IV - Número 6 - Janeiro a Dezembro de 2003.  Editor Ademir Demarchi.   Campinas, São Paulo                                                    

              Obras

            
sob o zimbro
             blindo meu coração

              zelai por mim, Senhor
             e livrai-me do zumbido das balas

             do fundo do poço
             da zanga do patrão

             que eu volte órfão
             zero entre ninguéns

             livrai-nos do azar
             de onzenas a fartar

             que eu volte
             sem ziquiziras,

             zanzando
             salvo e são


 

 


       Fotografias

      
´tá vendo este aqui, mais ao centro?
        Sou eu

       E este mais à direita, com o pé na fórmica prateada?
       Também sou eu

       Este aqui
       na corda bamba

       desequilibrista
       do trapézio ao trampolim

       Senhor Por Um Triz

       Este pixel entre as frestas
       Este grão à margem do mundo
      
       Nos interstícios
       Sou eu   

       No maralto
       Voltando a nado

       Num mar
       Que não aconteceu

       Proteu plebeu
      

       Segurem-se
       O outro é um eu

 

*

 

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Página publicada em janeiro de 2023

 

 

Página publicada em novembro de 2008. Ampliada e republicada em janeiro de 2108


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