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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA MINEIRA
 Coordenação de WILMAR SILVA


ERIC PONTY

Fonte: http://iohannoboskogamalielo.blogspot.com

ERIC PONTY

Nasceu em São João del Rei, Minas Gerais, em 27 de abril de 1968. Poeta e escritor, tem inéditos livros de prosa e poesia para adultos e crianças.

Publicações: Menino Retirante vai o Circo de Brodowski, adaptado para o teatro por Wilmar Silva, Musa Editora, 200/2004, São Paulo, integrando as coleções PNLD do governo de São Paulo e Cantinho da leitura do governo de Goiás.
Página do autor:
http://ericponty.blogspot.com
 

Eu escrevo o meu poema
na melancolia dos versos meus
no silêncio brônzeo de mim
dessa hora inaugural
do pássaro meditar-se silêncio
de fazer-se súbita sibila.
 

 

 

De
O ACHAMENTO DE PORTUGAL.
Wilmar Silva, org.
Belo Horizonte: Anome Livros, 2005.  112 p.

 

Ode dos Monges Inglesinhos

Guardo a memória do precário
sítio de lembrança: avistam-se
murmúrios e algaravias, quedas.

Tenho nítidas visões ao redor
de toda paisagem
que se perpetua.

É tarde, do silêncio a margem
falam a secreta presença:
A luz que bate no Convento dos Inglesinhos
remete-se outro tempo
agora suspenso
no sítio das visões e das falas.

Que a lembrança queria ser ainda
composta de areia e de tempo
armazenados na solidez do momento.

Escuto como se aquela edificação
contasse as visões de ontem
perpetuando no ar. Fala a pedra.
A pedra que foi observada por um monge
inglesinho. Matéria aquecida pelo rumor
das rezas e esperanças,
lágrimas deixadas em Londres.

Ao seu redor
o homem e suas mortalidade
como se daquela edificação
nos contasse sua fala.

 

De
Eric Ponty
50 POEMAS ESCOLHIDOS PELO AUTOR
Rio de Janeiro: Edições Galo Branco,2009.
108 p.  ISBN 978-85-7749-074-5

 

 

TRIO DA LUZ RELVA

 

I

 

Na cabeça, as imagens, Lars Von Trier

Éden com olhos de minha mãe

lágrimas dos primeiros quinze minutos

lembranças de uma tia ainda menina

foto na parede fazenda de mim

ou Carlos Drummond de Andrade.

 

Depois falam é absurdo, cinema parvo,

destino da ficção, e, realidade unidas,

mas, aquele breve suspiro da liberdade,

aquelas três estátuas pequenas de bronze

quantas referências minhas, de Godard,

O Teatro de Marionetes, Steiner, Freud.

 

Neste instante, minha garganta, Handel,

daquela manhã atacado de hipotermia,

o barulho do fogo, o barulho do mar,

da leitura interrompida de M. Ponty

o visível e o invisível permeiam-me!

 

II

 

Sempre do templo, luz acende dos murmúrios,

horasempre apegada tintos surtos diurnos,

sempre rupestre voz meditada dos rios,

da quase sempre brisa abertos destes múrrnuros.

 

Tempo encosta-se íoz.fluidadaalmase inquieta,

mansaáguadesteacasoazul primaveril,

acalanta, silencia-se insinuaaquietar,

não consegue do prado do manso de abril.

 

Se nesta selva crua tudo se fez da viagem,

do adultério vil sombra dês rés que vexames,

misturados da reza eclodida da aragem.

 

Da vida clandestina ao vassalo tão ágrafo,

consciência bradada muda aos deuses estames,

rebaixados no cios dos prantos de uni agrafo.

 

U I

 

Deste mar afronta ásperas das vozes,

agitadas das mãos, longe do dia,

em ilhargas dos cantos sóbrios pobres,

homens fiudos oceanos desta abébia.

 

Em silêncios urdidos destas sombras,

corvejados em fogo destes céus,

desgrenhados cabelos das desdobras,

tecidas da hera cinta destes réus.

 

No silêncio à luz árdua da visão,

redor da branca da ave na plumagem,

em murmúrios perenes da benção.

 

Sobre o mar nesta aragem duplo olvido,

pra2er do brio no espaço da ramagem,

vazio prazer da concha mar olvido.

 

 

PONTY, Eric.  Menino retirante vai ao circo de Brodowski.  São Paulo: Musa Editora, 2003.  72 p. ilus. col. 16x23 cm ISBN 85-85653-71-X   Ilustrado com reproduções de óleos de Candido Portinari.  Ilustrado com reproduções de óleos de Candido Portinari. Projeto gráfico e diagramação: Raquel Matsushita. Impresso em papel Prol.  ( Eric Tirado  Viegas.  “ Eric Ponty “, pseudônimo ) Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Por que partes tão cedo de casa,

que procuras? £ ave que voa?

Que foi feito de casa de terra?

Aonde foram os amigos?

 

Por que bate a noite em teu peito?

Deixaste alguma coisa esquecida?

Aquela árvore, jacarandá verde,

parecia segurar o mundo; ainda

está onde deixaste dois dias atrás?

 

Por que partes tão cedo de casa,

que procuras? £ ave que voa?

Por que andas de galho em galho?

Que guarda o baú de tão valioso?

 

DIMENSÃO – REVISTA INTERNACIONAL DE POESIA.         ANO XX – No. 30.  Editor Bilharino.   Capa; Visual de Gabrile -Alfo Bertozzi. Uberaba, Minas Gerais, Brasil: 2000.  200 p.   No. 10 787      Uberaba, MG – Brasil. Capa: Visual de Gabriele-Aldo Bertozzi. Editor: Guido Bilharino 200 p.   Ex. biblioteca de Antonio Miranda

 

        DIMENSÃO DA PALAVRA

      
A palavra nasce num instante no crânio,
       o fluxo refluxo da palavra renasce dianteira
       seja o lema de uma revolução ou o último grito
       no cotidiano caos que no perdemos.

       A palavra de um discurso de Vieira é a mesma
                                                          de Hitler,
       ou será um mero instrumento da urbe?

       Ovidio, sua
Metamorfose estará perdida
       não será mais possível reorganizar a imagem
       de Narcissus, e seu lago que flutua ante o riso?

        A palavra é um mito que incumbe a si mesma,
        face do mesmo espelho: Outra facespelho
        que se autorreflete em labiríntica memória.

 

DIMENSÃO – Revista Internacional de Poesia. Ano XV-  No. 24   Editor Guido Bilharino.  Capa visual de Ladislao Pablo Györi.  Uberaba, MG, Brasil:
Grifo Editora e Gráfica, 1995.   
                                                 Ex;. biblioteca de Antonio Miranda

 

 

                OBITUÁRIO DE SÍSIFO
                ( Elegias )


                          1
     
— Nas neblinas do não ser reimagem,
      o fosco do eco que aglutina epifania
      nas inabitadas ilhas da consciência,
      em que meu eu grita na paisagem,
      uma esperança decomposta ao luar
                                               do dia.

      Os girassóis não se reduzem a nada,
      um amarelo talvez
                                  transfigurado
      para revisão de um continente
      de barrocos anjos que não se despem.

                            2

      
Um intocado selvagem parte do continente
       abre suas vãs asa sobre os cotidianos,
       sua mensagem, sua mensagem, não perpetua, 
         seu habitat.

          Detrás de uma janela fosca de arco-íris,
          reincorpora a substância do tempo,
          sua sensação, sua memória do devir,
          a dissecação dos gritos aflitos de nada.

          O toque foi senão a reestruturação total
          entre as melodias cansativas de um piano
          decomposto no caos.      


     

*
Página ampliada e republicada em abril de 2024.

 

 


Página publicada em dezembro de 2008 ; ampliada e republicada em junho de 2011. Ampliada e republicada em janeiro de 2015.

 



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