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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 


EMERSON TEIXEIRA CARDOSO

 

Nasceu em Cataguases (MG), onde é professor de português, literatura e inglês. Autor de Símiles  (poesia, 2002) e co-autor de A casa da rua Alferes e outras crônicas (Ed. Cataletras, 2006), foi um dos criadores e editores da revista Trem Azul e traduziu O retorno do nativo, do inglês Thomas Hardy, do qual aguarda publicação.

 

SÍMILES


A clausura das palavras em seu estado dicionário,
a solidão dos cemitérios quando não há enterros,
o silêncio das igrejas e monastérios,
a desolação das ruas quando faz frio e é noite,
o sono do trabalhador que descansa do que faz...
  
Tudo lembra a paz do serviço público após o expediente,
o silêncio completo de suas salas com ar-condicionado
[desligado.



DESORIENTAÇÃO

 
Não me fale mais no pós-moderno.
Não quero saber se há ligação
entre um microcomputador
e um sex shop.
Ora, deixe haver.
Se a massa consumista é melancólica
(posto que fascinada),
deixe ser.
Assim, você acaba por me deixar mais niilista
e, ainda que mal possa perguntar:
há mais alguma novidade no ar,
além desta folhinha que aprendeu a surfar?
Não ligue para os filósofos,
você é muito sensível.


WILDIANA


Não quero ver no teu rosto a cor do desprezo,
Uma expressão de maldade onde havia alegria.
Tu não suportarás a idéia de ter uma alma feia,
nem serias completamente feliz...
Ó, Doriana de olhar gris, este é o bem que
[eu sempre te quis.

 
MEU REINO POR UM CAVALO...


...alado:
a vida inteira só fiz
castelos no ar.


TERMODINÂMICA


Nada vem de baixo.
Só teu hálito (lavas).
  
Nada embaixo treme.
Só teu corpo (termas)
  
Nada mais sustentas sobre tuas pernas,
só meu corpo e meu karma
nessa escala Kelvin

 

 

DE VOLTA A DE VOLTA A CASA PATERNA

 

Esta sentença tem um gosto de epígrafe

e serve tão bem ao meu estado d’alma...

 

O meu relógio parou com os ponteiros andando...

 

De repente a vida não segue...

pararam todos os relógios?

 

É isto:

Hoje não estou aqui:

Ontem sim, estive lá.

 

 

E TUDO O QUE HÁ ME FAZ ENGANAR

 

Como na argamassa o tijolo, equilibrista,

a folha que cai na massa de ar

falso surfista...

 

Se me abro, paredes.

Se me fecho, janelas.

 

 

ESTÂNCIA Nº. 1

 

Bastou a indecisão de uma vírgula

para que se perdesse o elo entre as palavras

e aí, por séculos e séculos

só se ouviu o tique taque nervoso do meu relógio

 

 

O GRANDE HOTEL

 

Esse Grande Hotel dos Viajantes

em outros tempos  viu dias melhores.

Tinha janelas de vidro, porteiro de suíças

como o San Mareno da América

e o menu era em francês

 

Para onde foram levados seus tapetes vermelhos e caros ?

(o gerente vestia um príncipe Alberto)

 

a sua chaise longue.

 

Eu que nunca estive ali posso imaginar

que seu vasto salão de festas abrigava um violoncelo

e um velho piano de cauda para  distrair os hospedes.

 

Que gosto  clássico nos seus móveis de pinho de riga!

Suas linhas arrojadas eram um cartão postal.

Nada direi de sua cozinha fina que tinha uma carta de vinhos,

nem dos notáveis candelabros , sua clientela elegante e culta.

 

Mas a enorme fachada invocava valsas de Strauss e carruagens.

 

Esse Grande Hotel  já foi  tão belo...

mas uma fada má que se hospedou ali numa noite feia

pra seu esporte o transformou num monturo.

 

(De Símiles)



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